(Imagem: Pensa Lugo) A lista de meios comunitários em galego continua a medrar, graças ao esforço de dúzias de jornalistas voluntárias, e dumha base social de apoio disposta a pôr o seu contributo económico para umha imprensa nom servil. Nesta semana recebíamos a boa nova da saída do prelo de Pensa Lugo, definido como um meio “contra-hegemónico”, em cuja capa figura a legenda “debulhando a actualidade”.

Ainda que levamos várias décadas na Galiza disponhendo de meios alternativos, focados na realidade de nosso e nos movimentos populares, a maior parte das experiências do jornalismo impreso e digital tinham alcanço nacional. Pensa Lugo apresenta a novidade parcial (pois esta focagem ja fora ensaiada polas rádios livres) de procurar a focagem da comarca; neste caso, umha bisbarra eminentemente urbana, nucleada por volta dumha das capitais históricas do país, mas muito empapada pola realidade do rural. No aspecto ortográfico, Pensa Lugo aposta maioritariamente pola versom ILG-RAG do galego, se bem está aberto às colaboraçons em galego internacional.

Imagem: @guidoalvarezp

As e os voluntários de Pensa Lugo desenhárom um ambicioso crowfunding reforçado por videos explicativos que procuravam o apoio dessa parte da populaçom descontenta com o relato da imprensa oficial, enormemente subsidiada e dependente de corporaçons empresariais normalmente desvinculadas das pessoas de a pé, e sempre de costas viradas à língua galega. Apesar da tremenda difusom das redes sociais, nomeadamente nos sectores juvenis, Pensa Lugo pretende desputar um espaço ainda muito vivo, o dos meios em papel, que os leitores conhecem através de bares, bibliotecas, ou centros de ensino. Fugindo da informaçom de consumo acelerado fornecida polas redes, o Pensa Lugo quer abrir na agenda um espaço para todas as iniciativas “nom vencelhadas com interesses empresariais e políticos”, segundo conta umha das suas impulsionadoras, Andrea Ledo, em entrevista recente no Novas da Galiza.

Dinámica assembleária

Como é habitual em meios deste perfil, nutridos da militáncia dos movimentos populares, o funcionamento quotidiano do Pensa Lugo assenta numha dinámica assemblear muito horizontal, ainda que complementada com um conselho gestor e um conselho de redacçom. Deste modo, o jornal dota-se de certa especializaçom para atender as inevitáveis tarefas burocráticas, e a um tempo dispom dum organismo para executar a linha jornalística. É porém a assembleia geral a que tem a última palavra quanto às decisons de fundo.

Primeiro número na rua e acto de apresentaçom

Pessoas assinantes, locais e centros sociais, biblotecas e bares, acedem já ao primeiro número em papel deste jornal bimensal. No seu primeiro exemplar, a situaçom da língua tem um lugar privilegiado, como também o negócio eólico, o filme “O que arde”, a questom do Novo Auditório lucens, a expulsom de trabalhadoras de “El Progreso” ou a tam de actualidade Operaçom Jaro. A focagem do primeiro número dá conta dumha equipa de redactores e colaboradoras, polas suas próprias palavras, “com grande variedade ideológica”, o que consideram como umha grande fortaleza.

Na tardinha do sábado 29 de fevereiro, o Pensa Lugo apresenta-se diante da cidadania, e particularmente diante da sua base de apoio, no Bodegom A Fouce de Lugo.