Longe de emotividades de campanha e simplismos partidários, quero expressar as chaves racionais coas que, desde umha óptica independentista prática, tento enxergar eu as eleiçons estatais do 10N.
Visibilidade vs. institucionalismo. Num momento em que a crise catalá emenda frontalmente o regime, termos presença diferenciada nos debates de Madrid há ajudar a melhorar a visom de nós mesmo como povo. Devolveria-nos aos confrontos estatais sobre a questom nacional ainda que só fosse minimamente. Outramente, confiar em tirar rendementos materiais para Galiza mediante a apresentaçom de propostas a esgalha daria para um desenho de Castelao: -Somos os que mais iniciativas apresentamos -di o deputado. -Mas quantas vos aprovárom?-pergunta a cidadá diante do representante que cala. Porém, pior seria atingir conquistas materiais em chave regionalista mediante a renúncia política e o pacto de fundura com um PSOE estabilizador do regime do 78. Voto polo primeiro, nom voto polo segundo.
Parar o fascismo vs. derrubar o regime. O discurso de parar a ultra-direita mediante o voto útil pertence ao PSOE. Unidos-Podemos e o BNG caírom na garamelo na anterior campanha. Implicitamente, reconheciam que o PSOE é umha força de esquerda indispensável para qualquer progresso no Estado espanhol e aspiravam ao pacto com ele. Pola contra, denunciar o papel do partido de Pedro Sánchez como piar fundamental da monarquia borbónica e o seu rol de equilibrador desta marcaria importantes diferenças. Apresentaria o soberanismo como único garante da queda do regime do 78, recuperaria apoios rupturistas roubados pola “esquerda” espanholista e ajudaria a canalizar o descontentamento em chave nacional. Nom voto polo primeiro, voto polo segundo.
Rupturismo vs. moderaçom. O fracaso de En Marea e Anova na sua estratégia de pacto coa “esquerda” espanholista abre a possibilidade de recuperar para o nacionalismo o terreo perdido. Contodo, para isso cumpre disputar-lhe o falso discurso “rupturista” ao espanholismo, nom abraçar-se ao regionalismo centrista ultra-minoritário alimentando ainda mais a imagem de gestores do regime. Voto polo primeiro, nom voto polo segundo.
Dependência mediática vs. rachar a roda. Se algo ficou claro no bipartido foi a necessidade de rachar coa máfia mediática hegemónica se se procurar qualquer pequena transformaçom. Apoiar-se em La Voz, consentir os seus agarimos frente à fracasada En Marea ou Unidos-Podemos, assistir-lhe aos rituais de auto-exaltaçom em que se condena o independentismo catalám… fai prever a repetiçom da história como farsa. Frente a ela, cumpre o apoio desde as instituiçons a um tecido próprio de mídia plural e efetiva que supere o formato de boletim partidista. Nom voto polo primeiro, voto polo segundo.
Recomposiçom vs hooliganismo interesseiro. Após a debacle do beirismo nas suas diferentes manifestaçons, para o nacionalismo institucional agroma a oportunidade de recomposiçom e reforçamento. Frente a esta necessidade estratégica, ergue-se o hooliganismo de partido que antepom a identidade de grupo e as relaçons de micropoder internas ao próprio país. Muitas destas posiçons veementes e sectárias partem de quem, de sempre, vive direta ou indiretamente das organizaçons políticas. Por isso é de temer que a direçom do BNG interprete qualquer aumento desesperado de apoios e militantes como um referendo à sua linha política invariável. Sem umha renovaçom de discurso real, sem encenar umha reunificaçom crível, sem renunciar ao controlo dos processos e sem traçar umha nova estratégia soberanista verosímil e amplamente consensual, enxergarem avanços é enganar-se. Como independentista, parto tanto da necessidade dumha formaçom abertamente arredista, ativista e combativa, como da indispensável expansom dumha força institucional soberanista plural e rupturista. Resulta inconcebível o aumento do independentismo sem a medra do discurso nacional galego no seu conjunto. A relaçom dialética entre ambos os pés é vital para um processo de renacionalizaçom da esquerda e de integraçom das novas geraçons. O outro é abandonar-se à agonia da gestom institucionalista velhouca, saudosa e classemedieira, ou à marginalidade ideologista. Justo o que o espanholismo nos deseja. Voto polo primeiro, nom voto polo segundo.
Bi(tri)partido vs. oposiçom. Se eu nom tivesse consciência e fosse um profissional da política partidista que parasitasse o BNG, estaria a afiar as gadoupas coas eleiçons autonómicas do ano vindouro. A possibilidade de que Feijoo perda a maioria se Sánchez renova em Madrid som mais elevadas que nunca. Por isso teria que pular por umha moderaçom paulatina que permitisse reeditar o bipartido como for, a minha segurança e bem-estar veriam-se bem incrementados. Resultaria indispensável também que a pirâmide de mando interna se mantivesse invariável, sem processos de recomposiçom nem mudanças perigosas, para garanti-lo. Tanto me teria que o nacionalismo arribasse ainda mais minguado que em 2005 ao abraço do urso, o importante seria chegar e tocar “poder”. Porém, som um independentista com consciência que acha que esse cenário é um dos piores possíveis estrategicamente para o conjunto do soberanismo. O papel do PSOE neste momento de crise de regime é o de estabilizador, entrar no seu governo significa converter-se no complemento folclórico que justificaria a fasquia plural da monarquia borbónica. Qualquer melhora material que trouxesse umha mudança no executivo autonómico poderia ser atingida igualmente favorecendo-a mas sem integrar-se nele. Reconchegar-se co PSOE deixando-lhe o espaço de oposiçom à “esquerda” espanhola implicaria remarcar ainda mais a imagem de fazer parte do statu quo. Endebém, entrar com ela num tripartido suporia multiplicar por dous a intrascendência folcórica. A nível estratégico, aproveitar um período que se prevê convulso a nível estatal para reagrupar-se e fortalecer-se como oposiçom maciça ao regime parece o mais aconselhável. Polo primeiro nom voto, polo segundo voto.
Além de votos e críticas, as independentistas teremos que contribuir construindo umha alternativa própria e sólida que poda partilhar sinérgias libertadoras co nacionalismo institucional, complementá-lo, corrigi-lo e deixar-se corrigir por ele. Abofé que nessas andamos.