A empresa lusa Navigator está a arrendar terras na Galiza para a plantaçom de eucalipto depois da moratória que o país vizinho colocou sobre a espécie invasora. Umha das suas proibiçons dentro dos contratos que assina com os particulares é que todo gado pode pastar nos eucaliptais passado um tempo prudencial menos a cabra. Este pequeno animal é um fidel aliado contra os incêncios e as empresas pasteiras. Na Galiza já hai exemplos do dito.
Habitualmente a empresa espanhola ENCE é a que se nos vém à mente quando falamos de eucalipto e monte galego. E é porque a corporaçom, com três factorias a funcionar na Galiza, acapara com diferença o negócio da espécie invasora na Galiza. Porém nom devemos deixar de lado a paulatina introducçom no mercado da lusa Navigator que, aos poucos está a abrir mercado. O arrendamento de terras é umha das suas estrategias.
Navigator é umha empresa chefiada na íntegra por homens. Seu presidente é Joao Castello Branco, um gestor de grandes corporaçons de sempre. Trabalhou primeiramente na Renault e também na McKinsey-Company, umha transnacional que opera como consultora que presta serviços a instituiçons e governos. É a empresa de consultoria mais prestigiosa do mundo. Este engenheiro mecânico herdou o cárrego de um dos “históricos” da empresa: Luís Deslandes. Este homem está considerado pioneiro no negócio da celulose em Portugal. Asumiu a presidência da Navigator nos anos 80, quando se fazia chamar Portucel, ainda propriedade do Estado português.
No ano 2018 o seu volume de negócio aumentou um 3,3% até atingir os 1692 milhons de euros. Trata-se do grupo líder a nível europeu na criaçom de pasta de papel para ser impresa. Recentemente tem entrado no negócio da energia, atingindo o 4% da producçom total de energia em Portugal e aproximadamente responsável polo 54% da energia criada a partir de biomassa. Na sua memória anual destaca que tem em gestom na Europa por volta de 110 000 hectares de floresta. Em Portugal declara que gere um 45% de floresta em regime de alugueiro e a restante em propriedade.
Navigator na Galiza
A imagem do presidente da república portuguesa, Rabelo de Sousa, arrincando eucalipto com luvas em Vouzela chama, quando menos, a atençom. As restricçons impostas à plantaçom de eucalipto em Portugal no ano 2017 nom sentárom bem a umha Navigator que se lançou a alugar terra na Galiza e a intensificar um trabalho de compra de madeira que já vinha fazendo desde sempre.
No ano 2013 a empresa comprou no nosso monte 1,5 toneladas de eucalipto, o 40% do total de producçom. Desde o ano 2015 compra anualmente aproximadamente 800 000 toneladas. Estamos a falar de umha compra e actividade estável da companhia que opera desde três bases territoriais: Ferrol, A Corunha e a estaçom de Santa Susana em Compostela. O seu modus operandi é a través de intermediários do sector da madeira: o madeirista compra a madeira ao dono e vende-lha depois à empresa.
Umha empresa “verde” que aluga terras
No arerrendamento de terras que está a propor Navigator hai requisitos próprios da nova vaga de capitalismo verde: as terras nom podem estar em espaços da rede Natura ou terras agrárias. Prioriza terras no norte de Lugo e A Corunha. A oferta que oferece a empresa nom é pequena: através de diferentes tipos de modalidades contractuais fam-se cárrego de todos os custos da parcela. Realizam um estudo da finca em questom e realizam todos os trabalhos de mantenimento: poda, control de pragas, abonado…
A empresa utiliza nas suas plantaçons galegas o eucalipto globulus, melhorado geneticamente nos seus laboratórios. Como dado a assinalar, as plantaçons da empresa nos seus contratos permitem que o gado entre nas parcelas depois de que as prantas estejam o suficientemente altas. Todo o gado a excepçom das cabras, que estám proibidas nas plantaçons.
Cabras sapadoras, umha soluçom contra o eucalipto e o monte descuidado em Portugal
Nom é por acaso que a cabra seja um animal indesejável para a indústria do eucalipto. Depois do terrível e mortal incêndio acontecido em Pedrograo, o governo português lançou a iniciativa das cabras sapadoras para cuidar da floresta na rede primária. Em palavras do próprio governo a questom silvo-pastorial é fundamental para o controlo dos incêncios florestais. Este projecto piloto plantejado em 2018 tem chegado recentemente às páginas do jornal New York Times.
Um dos projectos piloto do governo português radicou-se na aldeia de Santa Maria da Feira. Os dados extraidos do ensaio som concluintes e esperanzadores, para Portugal e para Galiza: apenas 26 cabras dispersas por quase meia hectare de terreno limpárom 12 toneladas de vegetaçom alta e mato em três meses. Esse mato no início do projecto estaria em 1,70 metros de altura. Os rebanhos de cabras fam trabalho de manutençom depois de intervir com maquinária. A engenheira encarregada do estudo-piloto , Ana Catarina Fontes, assegura que nom se está a inventar nada novo, apenas resgatando um método caído no esquecimento e que se vém de verificar efetivo. Para além do aspecto biológico está o económico: o mantenimento de um hectare de terreno com maquinária está taxado em 1500-2000 euros cada seis meses. A cabra nom precisa desse investimento.
Na Galiza, cabras bombeiras no Hío
Também na Galiza hai projectos focalizados em combater o lume com a ajuda destes animais. Um deles e já clássico está radicado em Hío, Cangas. Jacobo Cerviño, un dos jovens fundadores de Pouso da Serra, assegura que em cousa de dous anos o grande volume de biomassa que se acumulava nos montes que gestionam se viu reduzido pola acçom destes animais. Umha das cousas que fai o gado é abrir caminhos, cousa de máxima importáncia no marco de umha Galiza rural cheia de corredoiras fechadas polas silveiras e as más ervas. Contam com umha concesom de 40 hectares de um terreno comunal durante 20 anos. Tenhem por volta de 180 animais. Dentro das suas actividades cedérom vários animais ao colégio de Hío para cuidar espaços verdes do centro educativo, que está a trabalhar em projectos relacionados com o meio natural.