Alrededor de tu piel / ato y desato la mía

(Miguel Hernández)

EU SOM DAQUI

a erva estrada na aira polo vento e um olor a coelho com patacas, às tres da tarde

o sol chamando na porta à sombra da figueira

trinta ou quarenta teleindiscretas em riba dumhas tábuas, apoiadas nos muros da corte dos xatos, cos cromos de V e o álbum da Liga do 85

os dedos que agarram as beiras do poço, entre a folgueira. o resto do corpo na auga, o berro, a volta do monte subido no trator

Dela dizendo sabe que guripa, manducar, cata que nom

a galbana das quatro no verao, soltar o cam para jogar

por onda o hórreo e a fonte ao fútbol contra a porta do cabanom

a vizinha que di somelha-se a seu pai

beber um goto de auga fresca na cozinha, sentindo ladrar a queti, e mirar a escopeta de caça de meu avô

o olor das lacenas

o pelo loiro de meu irmao, schuster, koeman

Dela dizendo atarrecer magoei e trabuquei-me

o sabor do colacao

a marcha para a vila, o bar Venécia

e o abandono de nós, onde já nom queda

nada