Notas sobre as eleiçons gerais

1. O auge da extrema direita era falso. O conjunto da direita obtém mais ou menos os mesmos votos que sempre obtivo. Nom há transversalidade nessa extrema direita, portanto nom se pode dizer que avançasse. Umha outra cousa é levar em conta que agora essa extrema direita se exprime num espaço de seu e que, no futuro, si pode recolher votos transversais, se voltarem, como assim se aventura, as turbulências à economia capitalista. De momento, Vox fôrom os parvos úteis do PSOE e a direita espanhola pagou rachar o seu grande logro desde a descomposiçom da UCD: a unidade. Acabar com essa unidade era, precisamente, o sonho do PSOE desde, quanto menos, a invençom dos spot dos doberman.

2. Trás o ciclo encetado com o 15M, onde se alviscava umha certa (e ambígua) impugnaçom do modelo de democracia de baixa qualidade vigorante de toda a transiçom, a impressom, com o retorno do PSOE como pau de palheiro da política espanhola, é das augas tornarem ao seu cauce. De novo, o único que pode fazer abalar a estabilizaçom do PSOE como força hegemónica por logo tempo é o regresso das turbulências no capitalismo. De acontecer, trataria-se, logo, do momento Renzi do PSOE.

3.O jeito de analisar os resultados por parte de Podemos lembra, em certo jeito, ao BNG quando o bipartido. Celebrárom umha grande baixada de votos polas perspectivas de entrar no governo. Mas o que estava a dizer o sociedade é que o PSOE recuperava votos emprestados. Se o PSOE consegue dar (ou fazer que dá) algo de trigo desde o governo, minorando o papel de Podemos (e tem a aritmética para fazê-lo), nom é descartável que consigam seguir comendo terreno aos podemitas até deixá-los nas cifras de IU. O aguardável é que Pedro Sánchez vaia a umha investidura com os apois dos partidos da moçom de censura e que ao logo da legislatura se apoie em C’s para levar a cabo as medidas de austeridade que se lle exigirám. Isto dá tempo também a C’s para mudar o discurso agressivo com o PSOE que mantivo durante a campanha.

4. Sobre os resultados de Em Comum na Galiza: Eu+ Podemos estám em condiçons de dar um pontapé a todo o beirismo e ferrinismo. Nom os precisam para nada. Infelizmente, esse será o legado de Beiras e dos que levárom o leme de Anova durante todo este experimento fracassado.

5. Os alcaldes do cámbio, rebeldia, etc. nom dérom apoio explícito a En Común Podemos. Jogárom a ser marca diferenciada. Mas o jogo esse está pronto a rematar. Dada a sua renúncia a se organizar a nível galego (uns por repregamento suicida, outros porque nom deixam de ser um sucedáneo local de Podemos) serám, sem mais, alcaldes do partido morado; isso se é que o efeito PSOE nom chega também às municipais, entom serám concelheiros de Podemos.

6.O discurso de Ana Pontón trás se conhecer os resultados eleitorais apenas é justificável porque há umhas novas eleiçons à vista. Mas nalgum momento haverá que descer do comboio eleitoral e pensar noutros prazos. O BNG pode subir um chisco, mas o certo é que o país com consciência de sê-lo mingua até extremos preocupantes.

7. Antes de malhar em excesso no BNG, partido que, ao final, é o único que permanece organizado e que mantém viva a chama da causa nacional, todos os que por aí volvem pontificar sobre os defeitos do BNG deveriam reprimir-se um chisco. O experimento Anova e o experimento Em Marea som a prova da incapacidade de todos os que passárom anos escrevendo sobre o malvada que é a UPG. Começar a reconhecê-lo nom era má cousa.

8. O canastro está sem tornarratos. E os resultados som o reflexo. A impressom é que o soberanismo, neste momento, é um movimento melancólico. O daqueles que lembram umha Galiza que já nom existe. Nom há um soberanismo para o país urbano, castelanizado, globalizado e altamente influenciado polos meios de comunicaçom que é a Galiza real. Umha sociedade muito mais complexa que precisa umha proposta mais elaborada que a que actualmente oferecem os partidos soberanistas. Ter essa Galiza em mente é chave, e nom direitizar-se ou aspirar a ser um PNV sem base que o demandar. Esse é o ‘que fazer’ que temos escrever colectivamente nos tempos que venhem.