Sabido é que o dinheiro nom tem nem fronteiras nem princípios. Assi se explica que o faro do parque natural das Ilhas Cíes esteja a ponto de ser restaurado para oferecê-lo ao melhor postor. É o que está plantejando fazer a Autoridade Portuária de Vigo. Projecto similar ao levado a cabo com o faro de Ilha Pancha em Ribadeu por parte do concelho, onde hoje umha empresa gere o prédio oferecendo turismo de luxo. Mas nem só fica nisso a questom. O gerente-responsável do Parque Natural das Ilhas Atlánticas, José Antonio Fernández-Bouzas, está a ser investigado por dar luz verde a projectos inviáveis dentro de um parque natural.

A Ilha do Médio ou do Faro é em concreto o lugar que tem pensado restaurar a Autoridade Portuária de Vigo. A decisom foi tomada no passado 29 de Novembro na reuniom do Comité de compensaçom interportuária, celebrada em Valéncia. Trata-se do organismo que aprova as asignaçons de dinheiro propostas por Puertos del Estado, organismo dependente do Ministério de Fomento espanhol. O investimento que se tem pensado fazer supera ligeiramente o milhom de euros e a intençom final é melhorar a estrutura e fachada do faro para oferecê-lo a algumha empresa de hotelaria.

O mesmo procedimento estám estudando fazer no caso de cabo Silheiro, em Baiona.

Privatizar espaços públicos e simbólicos para lucro empresarial

Esta prática de oferecer espaços de desfrute público a iniciativas privadas tem o seu início no ano 2013 e precisamente em Galiza: o faro de Ilha Pancha em Ribadeu foi o primeiro lugar em “presentear”. Hoje está convertido em apartahotel. O governo espanhol naquela altura decidido a recurtar gastos públicos “inecesários”, projectou oferecer o património de todas a diferentes empresas, de este caso do sector da hotelaria, dispostas a fazer-se cárrego dos faros em questom. Foi o que dérom em chamar Programa Faros de España.O programa oferece a concesom administrativa dos faros para a sua exploraçom durante décadas. Naquela altura situava-se na carteira de Fomento Ana Pastor e projectavam aforrar dinheiro com o plano.

No caso de Ribadeu, o faro de Ilha Pancha foi o primeiro em entrar a formar parte do programa. A concesom foi-lhe outorgada, aliás, ao empresário ribadense José Luis López-Baña, ex-dirigente do PP por parte de um governo municipal do BNG. O que num primeiro momento se debuxava para o novo proprietário como umha “bicoca” apresentou-lhe dificuldades de tipo administrativo e de competências. De facto, nada mais abrir a porta foi fechado polo concelho de Ribadeu com as reservas feitas. Polos vistos as obras e reparaçons de este tipo de edifícios requirem uns requisitos muito estritos e o bom visto de muitas entidades diferentes.

Na vila marinhá conformara-se um grupo de denúncia contrário ao uso privado do faro. Acodíram ao Valedor do Povo e realizáram diferentes actos para conseguir que o faro continuesse sendo de uso público. A dia de hoje oferecem-se quartos por valor de entre 150 euros, revalorizados em temporada alta de verao. Polos vistos o gerente tem que pagar anualmente 15 600 euros anuais pola exploraçom e uso do edifício.

O director de Ilhas Atlánticas, investigado por prevaricar conta com amplo historial “delitivo”

José Antonio Fernández-Bouzas é o director do parque natural citado desde hai umha década. Segundo informa a imprensa oficial, foi citado polo julgado de Instrucçom nº 3 de Vigo por permitir obras e construçons no espaço protegido. No concreto, declarou por autorizar a licença de obra em dous espaços de hotelaria. Polos vistos, as obras em até três estabelecimentos realizárom-se sem permisso do concelho. O citado administrativo do Parque actuava como dono e senhor do lugar, decidindo o que se fazia e assegurando ser a pessoa que sabia “ fazer as cousas bem”. Na sua declaraçom culpou o concelho de Vigo de ser o responsável polas citadas obras e de nom preocupar-se com situaçom urbanística das Ilhas. Estas irregularidades saírom à luz depois de que várias pessoas afetadas pola sobrevenda de bilhetes de barco no trajecto de Vigo às Ilhas no ano 2017 cursáram denúncias contra as encarregadas do trajecto Mar de Ons, Návia e Tour Rias Baixas. Neste caso o que se denunciava é que com a emissom de um número desorbitado de bilhetes de barco, superava-se o cupo de visitantes ao Parque Natural. O gerente-director do parque estaria ligado também a esta infracçom, pois dentro das suas tarefas está vigilar que nom se exceda o cupo de visitantes.

A organizaçom ambientalista Verdegaia pom-nos , aliás, sobre a pista de outras actuaçons de Fernández-Bouzas: a construçom de umha pasarela em um complexo dunar paralisado polo Seprona, utilizaçom de pedras do antigo mosteiro medieval de maneira ilegal ou a construçom no 2011 de umha nave para ser utilizada como garagem.