Por Xurxo Gomes/
Há anos figemos uma associaçom vizinhal, em princípio para protestar ao concelho polas cousas que estavam mal ou das que nom gostávamos. Mas nom lembro bem por quê começamos a nos aventurar com o concelho em atividades como o magusto para obter subsídios, pois queríamos fazer uma pequena revista e precisávamos de dinheiro.
Enquanto nós organizávamos, o magusto foi um sucesso. Encarregavamo-nos de todo a partir de comprar pratos, copos, guardanapos de mesa, as bebidas, comida… e o próprio dia assar as castanhas, chouriços, torriscos… Contratávamos dança com música ao vivo, gaiteiros, carpa… Bom, que a cousa ia muito bem, mas com muito trabalho. Durante os anos em que a associaçom estava encarregada do magusto, nom havia quase crianças vestidas do Ghalowim, apenas as de pessoas que vinham de países onde sim o faziam.
Mas agora que a associaçom vizinhal nom existe e a prefeitura nom fai nada ou muito pouco para continuar a nossa tradiçom, Ghalowim acaba impondo-se ao magusto. Este ano já vim todas as crianças disfarçadas e pedir a parvada do “truque ou trato”.
O desleixo de políticos e também da sociedade levou-nos a assimilar uma cultura que nada tem a ver coa nossa. Na minha opiniom, umha tradiçom claramente mais pobre e muito menos divertida do que o nosso magusto.