Por Sabela Castro /

O mesurado e flamante novo secretário geral de Podemos-Galicia vem de realizar umhas declaraçons para a imprensa empresarial que aprofundam no carácter autonomista do partido morado. Falando de todo e sem falar de nada, admite que há um problema em Catalunha que há que resolver relacionado com o seu encaixe no Estado, mas no referente a Galiza adverte, por se houver dúvida, que o debate sobre esse direito nem está nem se lhe espera. A flor e nata da esquerda espanhola só trabalha com problemas internos e como agência de colocaçom de « curriculums heterogéneos », como eles mesmos se definem.

Neste mesmo portal referíamos recentemente umhas declaraçons na mesma linha pronunciadas por parte do vozeiro de En Marea no Parlamento Galego, Luis Villares, advertindo de que a “independência nom estava na agenda galega”. No ano 2016 e recém proclamado portavoz da formaçom, assegurava que as competências autonómicas actuais em Galiza eram suficientes com tal de se alargarem mais desde o marco autonómico. Neste contexto, o referendum em Catalunha é legítimo e necessário e em Galiza, porém, “em absoluto”. Com estas declaraçons pouco menos que se vem a reconhecer que o objectivo prioritário de esta confluência eleitoral é chegar a governar a Junta, nunca alargar a base e militância nacionalista galega. Depois de governar, já se verá.

Desta volta o afortalamento de esta tese e, por sua vez, o feche da possibilidade ou hipótese de a Galiza ter direito a exercer ou seus direitos internacionalmente reconhecidos, é trazida à tona por mais um dirigente do citado espaço eleitoral. Resulta curioso, aliás, que estas declaraçons tenham sempre lugar e cabida na “puesta de largo” destes portavozes, apresentando assi umha carta ou curriculum de intençons moderado à vez que progressista. Moderado para Galiza, progressista para o Estado e nomeadamente para Catalunha. Sendo assi, no passado sábado 25 de Outubro, o cabeçalho da entrevista realizada pola imprensa galego-espanhola a Antóm Gómez-Reino, reçava : “O debate de autodeterminaçom non está enriba da mesma agora na Galiza”.

Contexto tenso e “difícil” polo plenário da formaçom

A bicefália na organizaçom “rupturista”  expressa-se nom só a nível discursivo, mas também no ámbito organizativo. Marca-se assi o limite de querer atender a todo e a pretender atender a Galiza tendo que obedecer palavras de ordem chegadas de Madrid. Apesar dos chamados à unidade pronunciados na celebraçom do plenário de En Marea de esta fim-de-semana, os próprios congressistas em Madrid , Miguel Anxo Fernám-Vello e Alexandra Fernández, nom quigérom render contas do seu trabalho. Numha linha clara, esta última advertiu de que dentro da formaçom cada vez existiam mais diferenças entre as que “queremos que En Marea continue com os pés e a cabeça em Galiza” e as pessoas que se querem afastar desse espaço de decisom. Neste contexto nom extranha que os “portavozinhos” das diferentes formaçons que formam esse espaço eleitoral fagam as declaraçons ofensivas que fam contra Galiza e as suas necessidades políticas estratégicas e imediatas.