Por elterritoriodellince (traduçom do galizalivre) /

Até onde chegará o neofranquismo trás a suspensom da autonomia catalá? Qual vai ser o papel da burguesia daquele país? Que fará a Europa? E as grandes corporaçons? Algumhas grandes perguntas que este artigo ajuda a respostar.

Vou-me repetir: na Catalunha tem-se claro que o neofranquismo espanhol vai por todas. Qualquer umha outra interpretaçom nom só é errónea, senom que demonstra umha absoluta ignoráncia sobre o que está a ocorrer alô desde há anos.

O feito da manifestaçom de hoje (mais umha), tam multitudinária como as de sempre, rematara com a interpretaçom da cançom de resistência anti-franquista ‘Que volen aquesta gent’ (…), poe de relevo que as medidas do governo espanhol contra a Catalunha, com o apoio de todas as direitas espanholas (o famoso artigo 155) entende-se como o que é: umha agressom do neofranquismo.

Mais umha vez Maria del Mar Bonet ponhendo a voz e a cara. De novo os velhos luitadores saindo à cena porque o onte nom se foi nunca, só se revestiu com outras roupagens e outras faces. Este tema histórico adquire umha nova vigência.

É evidente que as apelaçons à Constituiçom só som excusas para conseguir o que se almeja desde há anos: espanholizar a Catalunha. O Estado canalha que é Espanha mente quando encarcera dous dirigentes sociais por ‘sediçom’, quando a própria normativa espanhola indica que a sediçom requer ‘umha revolta pública e violenta’ (artigo 42 do Código Penal vigorante). Mas como os neofranquistas nom tenhem ética, e importa-lhes umha merda, mudarám o Código Penal se lhes cumpre para ajeitá-lo ao seu discurso, e assi, seguir com aquilo de ‘aplicar a lei’. Na Catalunha nom houvo mais violência que a do Estado canalha através dos seus polícias.

A Europa está numha encruzilhada agora. Esse ente morto que é a UE vem de receber outro pau na Chéquia, com o triunfo de outro euro-céptico nas eleiçons -ainda que também mau assunto, de novo som os neofeixistas quem recolhem as bandeiras antiUE pola parvoice, já congénita, da esquerda ou pretendida esquerda. O discurso de Puigdemont neste serao, grande parte dele em inglês, é um chamado, o derradeiro, à Europa. Mas também é um ultimatum. A burguesia catalá está esgotando o tempo até o final para proclamar a República e tentar umha mediaçom dos mortos vivintes da UE. Está a perder um tempo precioso, mas a gente segue na rua e a mobilizaçom nom decai. Essa é a boa nova.

Catalunha leva razom. A mesma Corte Internacional de Justiça da ONU dixo-o no ano 2010 na sua sentença sobre Kosova. A hipocrisia da UE-zombie é total, a aceitar a independência de Kosova e nom a da Catalunha. Se apelarmos à legalidade, o primeiro que cumpre fazermos é cumpri-la, e de nom se fazer assim, cumpre aplicarmos um velho adagio romano: inadimplenti non est adimplentum, isto é, nom há que cumprir com quem nom cumpre. É o governo neofranquista espanhol quem nom cumpre, nom Catalunha. Isto é assim desde há bem tempo, mas nomeadamente desde a sentença do TC a se cagar nos milhons de cataláns que votárom no referendo a modificaçom do Estatut que decidiu o parlamento catalám, com a excepçom dos neofranquistas do PP. Quando os cataláns partem de aqui para chegarem até onde chegárom agora, levam toda a razom.

É por isso que há movimentos que os meios de propaganda goebbelsianos espanhóis nom reflectem, como a carta de 24 Prémios Nobel a apelarem ao diálogo. E o que dim mesmamente é o que vos dixem denantes, que o conflito nom começa com a votaçom do 1 de Outubro, senom com a invalidaçom da autonomia do 2010 polo TC. (…)

Assinam a carta 10 Prémios Nobel da Paz, 6 de Medicina, 4 de Química, 2 de Literatura, 1 de Física e um outro de Economia. Nom entram em fonduras, mas si criticam a violência policial, as ‘duras medidas’ do governo espanhol e dim umha verdade como o Himalaia de grande: ‘um povo que está reprimido dificilmente desaparece silandeiramente na noite’.

E outra cousa que nom havedes de ver nos meios propagandísticos goebbelsianos espanhóis. Falam muito das empresas que se vam de Catalunha, aguilhoadas polo governo espanhol, mas nom das que se negam a ir a Espanha pola repressom policial exercida contra pacíficos cidadaos que apenas queriam votar.

AMC Network, británica, que tem negócios em todos os continentes, vem de anunciar que um investimento de 300 milhons de euros que ia realizar em Espanha fará-os na Catalunha como consequência ‘dos acontecimentos do 1 de Outubro’, isto é, da violência policial (repito, a única que houvo na Catalunha).

E também estám numha encruzilhada os reformistas de Unidos Podemos, de Catalunya Sí que es Pot e os ‘comuns’ de Ada Colau. Com a aplicaçom do artigo 155 nom se podem seguir a agochar: ou estám com a ruptura ou com o imobilismo, nom há lugar a meias tintas. (…)