Por Santiago Quiroga /
A conhecida popularmente como Pedra do Mouro, ou dólmen de Axeitos, é uma das mais importantes representaçons da arquitetura megalítica galega de carácter funerário, pertencente ao IV milénio a.n.e. (antes da nossa era). O dólmen conta com uma câmara de forma aproximadamente ovalada, construida com sete lousas, junto a uma oitava que fai de coberta, pousada unicamente sobre três delas. Esta joia, propriedade da Deputaçom da Corunha desde 1975, encontra-se num lugar de pendente suave, a uns 42 m. de altura, na parróquia de Oleiros, Concelho de Ribeira.
Pressom turística e degradaçom do dólmen
No verão, a comarca do Barbanza aumenta muito a sua densidade demográfica por causa da atividade turística massiva, um dos fatores que pom em perigo o património cultural que possui, ao se permitir o aceso nom controlado ao mesmo; fator ao qual é adicionado a falta de educaçom patrimonial das pessoas que acodem.
De acordo com os últimos testemunhos recolhidos, o dólmen de Axeitos está a receber uma grande quantidade de visitas, sem nenhum tipo de controlo, podendo provocar importantes danos na sua morfologia. Na última semana, puido-se comprovar como um grupo de crianças escalava (com a ajuda das pessoas adultas acompanhantes) polo dólmen, chegando a subir à coberta como se fosse uma parede de escalada, tal e como se pode observar na seguinte fotografia.
O castro de Baronha e o desleixo da administraçom na sua proteçom
Trata-se do segundo sítio arqueológico mais visitado do país, depois do castro de Santa Tegra, constituindo-se como ícone do turismo cultural na comarca do Barbanza. Este castro da Idade de Ferro, escavado desde a década de 70, sofre as consequências do trânsito incontrolado de pessoas, para além das provocadas por fatores naturais como o vento, o mar e a chuva.
No ano 2010, o arqueólogo galego Ángel Concheiro foi responsável de analisar o estado de conservaçom do castro e de redigir um relatório no que se localizaram seis pontos críticos. Oito anos após esse relatório, o castro de Baronha segue submetido a um número de visitas insustentável que está a pôr em risco a sua estrutura. As vizinhas sinalam como se tornou um hábito que os turistas escalem polos muros e caminhem sobre eles, que façam comidas deixando lixo dentro das vivendas circulares ou que contribuam a degradar o entorno do castro sementando-o de milhadoiros com os coídos do próprio castro e da praia, actuaçons que constituem uma grave alteraçom da sua morfologia estrutural.
Estes som dous exemplos mais de desproteçom continuada do nosso património que, em termos políticos, merecem o qualificativo de prevaricaçom das entidades administrativas competentes, pois venhem sendo avisadas reiteradamente da sua degradaçom por estudiosos da matéria e entidades culturais de todo país, sem estas colocar os meios necessarios para acabar com esta situaçom.