Por José Manuel Lopes Gomes /

Como é tradicional, diferentes forças do movimento galego aproveitárom esta primavera para comemorar os feitos revolucionários que constituírom a insurrecçom de 1846, primeira mostra nitidamente política do galeguismo organizado.

Na passada semana, foi o BNG da comarca da Corunha, com a participaçom de Galiza Nova e a Fundaçom Galiza Sempre, a que convocou as suas bases ao pé do monumento que recorda os doze fusilados em Paleo (Carral) há justo 172 anos ; tampouco Lugo foi alheia à celebraçom, dado que foi na cidade das muralhas onde começou o alçamento chefiado por Solis e inspirado intelectualmente pola corrente galeguista organizada em Compostela. Várias organizaçons independentistas, agrupadas baixo o nome “Convocatória Faraldo”, lembrárom aquele Abril de lume e ferro, içando umha bandeira patriótica no prédio abandonado do quartel de Sam Fernando, posteriormente retirada pola polícia.

Amanhá, sábado dia 5, a organizaçom Causa Galiza lança umha convocatória aberta para percorrer em roteiro as ruas da cidade de Compostela, e conhecer de primeira mao como fôrom as derradeiras escaramuças dos insurrectos, trás serem seriamente debilitados polas tropas do general De la Concha no cercano Montouto.

Para conhecer polo miúdo os acontecimentos, o roteiro conta com a participaçom de Prudencio Viveiro, historiador contemporaneísta especializado no estudo do liberalismo e do século XIX galego.

O acto arrancará às 6 da tarde da Praça do Pam e rematará no Mosteiro de Sam Martinho Pinário, reduto dos sublevados antes de negociarem a sua rendiçom. O Estado espanhol conseguira que as tropas de Solis deixassem as armas prometendo indulgência, mas o acordo foi incumprido com um juízo sumaríssimo e fusilamentos quase clandestinos longe da olhada do povo, por temor a possíveis distúrbios.