Por Antia Seoane /
O primeiro de Maio celebra-se o dia da classe trabalhadora. Este dia presta homenagem aos Mártires de Chicago, sindicalistas anarquistas que forom executados pola sua participaçom nas jornadas de luita quando se reclamava umha jornada de trabalho de oito horas.
A greve começou o 1 de maio de 1886 e depois de três dias de mobilizaçons, o 4 de maio, no ponto álgido dos protestos produziu-se a chamada Revolta de Haymarket. O jornal anarquista em língua alemã, o Arbeiter Zeitung chama à luita armada: “O sangue foi derramado. Aconteceu o que devia acontecer. A milícia nom tem treinado em vam. Ao longo da história, a origem da propriedade privada foi a violência. A guerra de classes chegou… Na pobre cabana, mulheres e crianças choram polo marido e polo pai. No palácio eles fazem brindes, com copos cheios de vinho caro, para a felicidade dos bandidos sangrentos da ordem pública. Sequem-se as lágrimas, pobres e condenados: encorajem-se escravos e destroam o sistema de latrocínio”.
Mais de 300 mil trabalhadores protestavam em todo o País e aquele dia, durante umha manifestaçom pacífica em Haymarket Square, umha pessoa desconhecida lançou umha bomba contra a polícia. A polícia reagiu com umha massacre sangrenta mantando a vários trabalhadores, duzias de feridos e mais dum cento de detidos. A polícia detivo a toda a equipa de redaçom do jornal Arbeiter Zeitung além de prender também a 8 anarquistas: Louis Lingg, Michael Schwab, Albert Parsons, August Spies, George Engel, Samuel Fielden, Adolf Fischer e Oscar Neebe. Todos eram membros da Associaçom Internacional do Povo Trabalhador, associaçom anarcosindicalista.
Os oito trabalhadores tiverom um julgamento ilegitimo onde cinco deles foram condenados a morte e três foram condenados a mais de 30 anos de prisom. Eles forom batizados como os Mártires de Chicago polo movimento dos trabalhadores. Reproduzimos as derradeiras palavras que pronunciaram os cinco condenados a morte:
Michael Schwab. Falarei pouco e, com certeza, nom levantaria os meus lábios se o meu silêncio nom pudesse ser interpretado como um assentimento covarde à comédia que acaba de acontecer. O que foi processado aqui é a anarquia, e a anarquia é umha doutrina hostil que se opom à força bruta, ao sistema de produçom criminoso e à distribuiçom injusta da riqueza. Você e só você som os agitadores e os conspiradores.
Adolf Fischer. Eu apenas tenho que protestar contra a pena de morte que me foi imposta a mim, porque eu nom cometi nenhum crime… mas se estou a ser enforcado por professar as minhas ideias anarquistas, polo meu amor à liberdade, à igualdade e à fraternidade, entom nom tenho nenhum problema. Digo-o mui alto: disponham da minha vida.
Albert Parsons. O princípio fundamental da anarquia é a aboliçom dos salários e a substituiçom do atual sistema industrial e autoritário por um sistema de cooperaçom universal livre, o único que pode resolver o conflito que está sendo preparado. A sociedade atual só vive através da repressom e aconselhamos umha revoluçom social dos trabalhadores contra este sistema de força. Se vou ser enforcado polas minhas ideias anarquistas, está bem: matem-me.
Hessois Auguste Spies. Juiz honorável, minha defesa é a sua própria acusaçom, os meus crimes fingidos som a sua história. […] Você pode sentenciar-me, mas polo menos sabe-se que no Estado de Illinois oito homens forom condenados por nom perderem a fé no último triunfo da liberdade e da justiça.
Louis Lingg. Nom, nom é por um crime polo que nos condenam a morte, é polo que aqui foi dito em todos os tons: condenam-nos a morte pola anarquia, e posto que somos condenados polos nossos princípios, eu berro bem forte: Som anarquista! Eu desprezo-os, desprezo a sua ordem, as suas leis, a sua força, e a sua autoridade. Aforque-me!