Entramos em 2025 e a equipa de redaçom deste portal repara em que se cumprem já 24 anos do digital Galiza Livre, umha presença constante com apenas pequenos curtes pontuais, produto dos efeitos que a repressom espanhola tivo, nos anos mais virulentos, contra o movimento popular galego. Quase um quarto de século convosco fam de nós, senom o digital mais antigo da internet do país, sim o mais veterano apoiado no trabalho voluntário dos seus membros, e escrito na íntegra na grafia histórica do idioma.

Na nossa equipa combinam-se hoje colaboraçons recém incorporadas com plumas veteranas e, na comunidade leitora, comunicam-se com nós pessoas que viram o nascimento do portal na sua adolescência, e que agora o seguem na madurez, e dúzias de moças e moços que aderem nestes anos ao movimento galego.

Tantas cousas mudaram desde aquele 2001 que quase seria mais doado fazer um inventário de aquilo que permanece que de aquilo que se transformou. Mas se tivermos que tracejar um sumário estrito do quarto de século, diríamos apenas duas cousas: que o que a começos de século eram apenas sintomas tímidos dumha crise sistémica, agora virárom evidências, com a magnitude da crise climática em primeiro plano, e o caminho a um mundo multi-polar que vira mais e mais agressivo e incontrolado o velho poder imperial guiado polos USA, como demonstra o genocídio em andamento na Palestina. Na Galiza, neste quarto de século vimos a proliferaçom de iniciativas associativas, mediáticas, educativas, políticas, cooperativas, ambientais ou anti-repressivas, todas elas dando corpo à causa galega, mas apesar do seu volume e densidade, ainda nom foram quem de reverter o processo de decadência da nossa naçom, de ameaça ao nosso existir.

2024 deixou duas grandes notícias, negativas e positivas, que queremos partilhar convosco. Umha é o reconhecimento oficial, em estatísticas do IGE, do debalar da língua, minoritário já no país pola primeira vez em 1200 anos de vida; demonstraçom palpável das teses independentistas, que apontavam o dito “bilinguismo harmónico” como umha receita para a morte doce do sinal que mais nos identifica como povo; umha outra é a tentativa de impor, numha pinça político-empresarial entre partidos galego-espanhóis e a companhia Altri, um grande projeto extrativista na Ulhoa. Este desenho pujo a Galiza em pé de guerra e motivou, há umhas semanas, umha das mobilizaçons mais grandes da nossa história. A agressom idiomático-cultural e a ambiental, que vam de braços dados, som apenas dous sintomas de que andamos terrenos de sério perigo, mas também indicativos que dará prova, estamos certas e certos, da capacidade da Galiza para resistir, conservando e inovando aquelas ferramentas de defesa que componhem todo o nosso movimento popular.

Para que a desfeita nom avance, e para que as teses supremacistas nom virem ainda mais irrespirável o panorama, os meios de comunicaçom comunitários som hoje quiçá mais necessários que há 25 anos, mas a sua fraqueza ainda é muita dado os reptos que enfrentamos. Devem ser um baluarte contra a informaçom manipuladora e de consumo acelerado, contra a crise da capacidade de atençom e reflexom, e obviamente um altofalante de quem trabalham dia a dia desde a base e som objecto da censura da imprensa mercenária e os seus grandes cabeçalhos engordados de subvençons e prebendas. Nestas coordenadas, obviamente em galego, obviamente nutrindo-nos da classe trabalhadora que nos lê e nos sostém, aqui seguiremos, contraponhendo, contra o auge do individualismo e as pressas, umha informaçom comunitária, elaborada em equipa e ao serviço dos movimentos. Feliz 2025 de construçom, mao comum e luita galega.