À procura de um café estava, às voltas, no lado da cidade mais recatado, mas movimentado – não se deixem enganar. Uma realidade diferente – dentro do que já conhecemos – numa procura incessante de encontrar um pouco do sabor português.
Ora um toldo, ora outro e café nem vê-lo.
Eis que dou com um “coffee shop”. Estrangeirismos penetrados, que de certa forma nos indicam que Portugal está aí à porta desse futuro que eu ainda não sabia se estava preparada para conhecer.
Uma senhora sentada, de sorriso simpático, “abre as portas” e conta sobre o que ali se passa. Não é muito, na verdade, mas o suficiente para ver que ainda há um quê de português num espaço meio inglês:
“- O café aqui é bom.” – e dois dedos de conversa se seguiram. “- O melhor aqui da zona.” – comentou.
Afinal, tinha dado com o café ideal.
“- Tenho 88 anos e já vi muita coisa a mudar.”
“- Tenho 5 dedos numa mão, todos são diferentes e é normal.”
Pois se a diversidade não for bem vista, estica a mão e lembra-te bem. A diferença começa em nós e toda ela é bela quando nela cremos que natural é também.