Como é sabido, o Entruido galego é umha das mostras mais ricas do nosso património cultural, e umha demonstraçom palpável de como a nossa identidade, a pesar das inúmeras agressons, chegou com certa solidez ao século XXI. Como acontece em tantos outros ámbitos da vida do país, boa parte da populaçom galega, nomeadamente a mocidade, desconhece o grande tesouro cultural que o nosso povo produziu, e é por isso que as Escolas Semente preparam a ediçom dum cuidado manual, a guia mais completa de mascaradas publicada até hoje: “Entruidos e mascaradas da Galiza”.

Recordam-nos da Semente que existem muitas maneiras de nomear o Entruido na nossa língua, facto que dá prova do seu alcanço geográfico e da sua profunda implantaçom: “Antroido, Entroido, Entrudio, Antruido, Introido, Entrudo, Antroiro, Entroiro, Antroito… e todas derivam do latim Introitus, que significa introduçom.” O livro a piques de sair do prelo vai além do Entruido, porque fala em geral de mascaradas e tudo o que se inclui no chamado “Ciclo Festivo de Inverno”, umha das celebraçons em que a sociedade tradicional “fortalecia a comunidade e enchia o espaço físico comum”. A Galiza tradicional subvertia temporalmente as hierarquias sociais e abria as portas à chegada de seres de outro mundo, como afirma a Semente, “boteiros, carantonhos ou farrumecos”, e também a animais que trazem de volta a primavera, como o muito conhecido urso de Salcedo.

Umha ferramenta útil

Tam rico é o nosso Entruido que a qualquer galego ou galega média lhe custaria dar umha panorámica de todo o que contém. É por isso que as escolas de ensino galego estám a fechar a elaboraçom dum “guia prático onde obter informaçom sobre os rituais do Ciclo Festivo de Inverno com a intençom de difundir conhecimento e colaborar com a difusom e conservaçom da nossa identidade.” A leitora dará com 146 máscaras e 122 desenhos o que o fai o mais extenso guia visual das mascaradas do país. O material, anuncia Semente, será de qualidade, imprimirá-se em offset, com capa dura e um tamanho de 21×27. Fruto de conhecimentos acumulados e da experiência de anos de ensino autogerido, a Semente informa que o trabalho realizada parte “dumha experiência anterior, de 2017, quando Semente Compostela editou um caderno de campo que combinava desenhos e atividades fundamentalmente dirigidas a crianças.”

Apoio popular

Esta nova iniciativa do movimento educativo galego precisa do apoio coletivo, e é por isso que a Semente lançou umha campanha de financiamento popular através da rede a utilizar a plataforma Verkami. No seu web podes conhecer as condiçons do apoio e aproximar-te às recompensas oferecidas pola Semente, doadas pola artesá Ana Miguéns e polo ilustrador Sergio Casas.