Um cenário criado para a ocasiom: o espaço reservado dumha biblioteca pública. Atrás, umha lona gigante, “Aloxamentos compartidos para a mocidade. Xunta de Galicia”. Várias pessoas vestidas com traje falando em espanhol, som as assessoras do vozeiro em questom, preparando a parcela para emitir a propaganda.

Umha greve estudantil convocada por Erguer durante o passado mês queria pôr o foco de atençom numha das problemáticas mais importantes da mocidade: a questom da vivenda. Casos sangrantes que clamam por umha acçom direta popular: okupaçom, sindicalismo de inquilines, atos de pressom às empresas especuladoras, denúncia do turismo. Essa necessidade básica negada por Espanha e o capital que paradoxicamente recolhe como um direito na Constituiçom do Reino.

Os homes de traje bromeam, ajejam o escasso público que tenhem, aguardam polos meios de comunicaçom: “Imos ter um ato agora, vai subir um pouco o nível do ruido”, avisam às estudantes. Nem respeito tenhem para as pessoas que acodem à biblioteca. A sua propaganda é mais importante.: umha licitaçom para um projeto de 70 vagas, umha nova construçom. Mentres edifícios enteiros ficam valeiros ou para o uso do turismo, e promovem-se centros de projetos a nível de infrastruturas com milhons de euros para a engranagem da Galiza a vender como espaço “lowcost” de lazer.

Começa a rolda de imprensa: acodem as jornalistas comprometidas para o agardado: TVE, TVG… coa finalidade de gravar esse pequeno circo. Passeiam-se pola sala pretendendo entrevistar as usárias da biblioteca: “estás emancipada? vives sozinha? Quantos anos tes?” A montagem audiovisual, em diferido, será um jeito de legitimar as políticas cúmplices coa precarizaçom da vivenda, mas tudo bem adornado de sorrisos, juventude e pseudocrítica.