Após os atos arredistas do dia 24, e numha marcha que reuniu por volta dum cento de pessoas, as Assembleias Abertas concluírom a sua campanha com motivo do dia nacional na Praça 8 de Março de Compostela, como vem sendo habitual nos últimos quatro anos. Num discurso lido alternativamente por Joám Bagaria e Íria Calvelo, as Assembleias apresentárom as linhas mestras “para fortalecer a nossa comunidade e seguir artelhando umha alternativa conjunta frente umha realidade hostil”.

Nos tempos de desmobilizaçom que trouxo o contexto post-pandemia e o auge da extrema direita no contexto atual, as e os vozeiros das Assembleias apontárom a necessidade de “fazer frente à resignaçom, o pessimismo e a apatia” e chamárom a fazer “diagnósticos realistas que virem a utopia possível”, achegando “açons que devolvam ao país orgulho e dignidade.”

Extrativismo e crise ecológica

Umha das ideias força do discurso das Assembleias foi a crise ecológica que a Galiza, como o mundo inteiro, padece, no nosso caso na forma dumha ofensiva extrativista amparada polas instituiçons: “as mesmas que semelham preocupar-se pola queda demográfica das zonas rurais, e que ponhem alfombras vermelhas a projetos como Altri, mega-parques eólicos e minas.” Contra a lavagem de cara do chamado “capitalismo verde”, as Assembleias insistírom no seu discurso na necessária vinculaçom entre ecologismo e classe trabalhadora, pois “esta crise apenas se pode frear com o controlo dos recursos naturais por parte do povo.”

Privatizaçons e terciarizaçom

As Assembleias chamárom aliás a questionar o alcanço das medidas de reforma institucional e sulinhárom como “os conglomerados empresariais atingem mais e mais terreno na gestom da sanidade, o ensino e os serviços sociais”, processo que se patenteia no fecho de residências e eliminaçom de zonas sanitárias, na supressom de vagas hospitalares e na chamada “externalizaçom”; vinculárom assi as medidas políticas das elites ao pioramento das condiçons de vida diárias de milhares de galegas e galegos. Frente a tais medidas, que multiplicam os lucros dum pequeno sector social, as Assembleias chamárom a desmentir “o relato único que invoca a umha falsa unidade entre exploradores e exploradas”.

Numha manifestaçom rodeada por centos de turistas que ocupam Compostela, nalguns casos com atitudes de espanholismo agressivo, as Assembleias também aproveitárom para assinalar que os mesmos poderes que impulsionam as privatizaçons desenham para a Galiza o “modelo parque temático”, o que deriva em péssimas condiçons laborais e salariais, e em maiores e maiores dificuldades para o acesso à vivenda. Deste modo, afirmárom que a luita contra a turistizaçom devesse ser umha das linhas de açom do arredismo, seguindo a tradiçom das últimas décadas.

Naçom, classe e feminismo

Na arenga, as Assembleias Abertas chamárom aliás a se rearmar ideologicamente contra quem secundariza a questom nacional galega, ou frente a quem “todos os nacionalismos som o problema, agás o espanhol”, lembrando que na história da nossa causa coletiva “a emancipaçom socialista sempre caminhou de maos dadas” com a afirmaçom nacional galega.

Nuns tempos em que o feminismo tem ganhado um espaço enorme no discurso público, as Assembleias reinvindicárom enchê-lo de conteúdo e vinculá-lo com a causa independentista, superando o mero protesto de “minutos de silêncio” e priorizando os interesses das “mulheres mais oprimidas e violentadas, aqui e no resto do planeta.”

Defesa das presas e firmeza frente o curte de direitos

As Assembleias Abertas dedicárom parte do seu discurso a denunciar nom apenas as medidas contrárias às liberdades promovidas pola extrema direita explícita, senom também às linhas de açom dum governo dito progressista que aplica medidas de liberdade vigiada punitivas a ex-presos independentistas, “permite a morte de presos doentes” no interior das cadeias, ou “legitima montagens policiais e persegue qualquer dissidência” amparado na Lei Mordaça. Medidas todas elas que, segundo as Assembleias, se recrudescem num ambiente bélico internacional que favorece os alinhamentos autoritários.

A arenga das Assembleias concluiu recordando que as pessoas que dinamizam esta iniciativa “continuam com a mao tendida e o diálogo aberto, aguardando que mais e mais pessoas caminhem no projeto, criando a irmandade que une na mesma luita.”