A redaçom deste portal tem a obriga de recordar, em vésperas do nosso dia nacional, José Mari Etxaniz, basco de nascimento e compromisso, galego de adoçom, falecido na passada semana e despedido pola sua gente em Compostela. Amigo das causas justas e plenamente integrado na nossa Terra durante o que vai de século, deixou testemunho de generosidade e firmeza, sempre em contato estreito com as luitas de libertaçom nacional de bascos e galegas.

José Mari Etxaniz nasceu em Bergara numha família da classe trabalhadora e integrou-se bem novo na causa basca. Na sua mocidade viviu os anos mais virulentos do conflito que umha parte importantíssima da populaçom de Euskal Herria mantinha, primeiro contra a ditadura, e logo contra a democracia borbónica, que mantivo todas as suas tropas de ocupaçom em terras bascas. Militou nas fileiras do MLNV e pagou com tortura e mais de duas décadas de prisom um compromisso de fundo no combate clandestino; permaneceu nas cadeias espanholas nos anos da guerra suja desenhada polo PSOE e os serviços secretos, subsistiu dignamente seis anos de isolamento em penais tam duros como o sinistro Puerto de Santa María; antes da dispersom, entre os anos 1988 e 1990, coincidiu com os primeiros presos do EGPGC em Alcalá-Meco, na altura organizados em comuna. Com alguns deles travou umha sólida amizade que durou de por vida, e que continuou logo na rua.

Gozando da sua liberdade, visita a nossa Terra com companheiros bascos. Aqui decide ficar a primeiros deste século, ganhando a vida dignamente com o seu trabalho na nossa capital histórica, nomeadamente arredor do bairro de Sam Pedro. De mao da sua companheira, a militante feminista e escritora Begoña Caamaño, conhece em maior profundidade a cultura galega nas suas muitas manifestaçons.

Presente durante anos na manifestaçom arredista do Dia da Pátria, assistente a citas independentistas clássicas como o Festival de Poesia do Condado, visitante e colaborador assíduo dos centros sociais, seguiu sempre muito de perto a situaçom dumha nova fornada de presas e presos independentistas a partir de 2005, contribuindo humanamente no possível ao seu bem estar.

Como corresponde aos e às militantes de grande talha, discreto e silencioso, sem ocupar nunca espaço, e dando sempre o seu alento e a sua serenidade às pessoas envolvidas no movimento popular. Desde esta redaçom só nos cabe recordá-lo, e dizer: obrigados, Etxaniz.