No passado sábado, por volta de médio cento de pessoas, convocadas por Artábria e Brincarmos, e com o apoio de outras entidades do tecido associativo lucense e ulhoao, como Mádia leva e o IEU, resgatárom do silêncio o lugar de Porto de Bois, empraçamento, em 1371, dumha das batalhas mais decisivas para o futuro do Reino da Galiza. Numha jornada de convívio e formaçom, assessorada historicamente polo professor e escritor Marcos Abalde, as e os assistentes conhecêrom um feito chave da história do País que só agora começa a difundir-se.
Abordado historiograficamente por Francisco Rodríguez na obra “Unha etapa estelar e conflitiva da Galiza” (AS-PG, 2022), o conflito que enfrentou a casa dos Castro com a nobreza castelhana no século XIV resulta chave para entender os inícios da ocupaçom da Galiza, o debalar da nossa alta cultura em galego, e o começo do auto-ódio. Apenas dous anos depois desta obra ser publicada, o movimento popular tomou a iniciativa para dar a conhecer a toda a sociedade o clímax deste confronto e a derrota do partido galego: a batalha de Porto de Bois, no actual concelho de Palas de Rei. Na passada semana, em conversa com este portal, o escritor Marcos Abalde dava alguns elementos interpretativos deste feito; uns dias depois, conhecia-se a versom musical do poema escrito por este autor de maos de Ataque Escampe, e que podemos escuitar já em aberto aqui.
Roteiro formativo
A quinhentos metros do que fora o campo de batalha de Porto de Bois, pessoas chegadas de Trasancos, Lugo, Corunha, Ourense e a Ulhoa. Caminhando um tramo do caminho francês, Marcos Abalde explicou o contexto histórico do confronto, ponhendo em relaçom o choque militar com o que livrou a nobreza portuguesa contra a castelhana em Aljubarrota.
Após umha pequena caminhada, Francisco Pardo, presidente do Instituto de Estudos Ulhoáns, recebeu os participantes no castelo de Pambre e glossou a figura de Gonçalo Oçores de Ulhoa, cavaleiro de Francisco de Castro. Aproveitando a triste actualidade que vive a comarca, da história passou-se ao presente, e membros da Eira de Joana explicaram aos assistentes o plano de desfeita ambiental que se prepara na zona por parte da papeleira Altri, umha celulosa dez vezes mais grandes que o complexo Ence.
A jornada rematou com um jantar comunitário na Eira da Joana que culminou umha vindicaçom que, mais que provavelmente, decorrerá em anos vindouros, socializando este episódio da nossa história, que até bem entrado o século XXI, o mesmo galeguismo tinha ignorado.