Por La Directa (traduçom do galizalivre) /

Nova jornada de protestos e mobilizaçons na Catalunha, contra as ordens de prisom e detençom da grande maioria de membros do Governo da Generalitat pola organizaçom do referendo independentista do passado 1 de outubro. As diversas acçons (algumas das quais já estavam convocadas desde ontem) tomaram um novo aspeto desde que, a meia manhã deste domingo, se conheceu a detençom por parte da polícia alemã do presidente exilado Carles Puigdemont, quando chegou a este país desde Dinamarca, de carro, -supostamente- desde Helsinki em direcçom a Bruxelas, onde tem estabelecida a residência desde finais de outubro.

A detençom de Puigdemont foi confirmada, primeiro, polo seu advogado, Jaume Alonso Cuevillas no Twitter, desde onde afirmou que “se dirigia a Bélgica para se pôr, como sempre, à disposiçom da justiça belga”. O veículo em que viajava o presidente da Generalitat foi intercetado às 11.19 horas “perto” da autoestrada A-7 em direcçom Hamburg. Várias fontes apontam que os serviços secretos espanhóis faziam um seguimento do seu percurso. Puigdemont foi retido no município de Schuby, no land de Schleswig-Holstein e horas mais tarde trasladado a uma prisom na localidade de Neumünster à espera que um julgado se pronuncie sobre a petiçom de extradiçom cursada polo Tribunal Supremo espanhol.

Em Barcelona, vários Comités de Defesa da República, tinham feito já desde ontem um apelo a se concentrar ante a fonte de Canaletes a partir das 4 da tarde, numa manifestaçom que tinha como leit motiv fazer um apelo à greve geral em resposta ao contexto de repressom política e judicial contra o independentismo, no que desde os CDR se baptizou como Primavera Catalã. Muitas das pessoas que se reuniram optaram por cruzar a praça de Catalunha e continuar polo passeio de Graça para se somar à concentraçom que, a partir das 5 da tarde, convocaram a Assembleia Nacional Catalã e Òmnium Cultural diante da Delegaçom da Comissom Européia em Barcelona. Neste lugar concentram-se vários milhares de pessoas. Trás um grande cartaz que reclamava a liberdade dos presos políticos puderam ver-se várias dirigentes e deputadas de formaçons independentistas. É previsto que esta concentraçom se dirija até a sede do Consulado de Alemanha em Barcelona, para reclamar que nom se extradite Puigdemont à justiça espanhola. Em paralelo, desde os movimentos dos CDR, fijo-se um apelo desde as redes sociais a dirigir-se à sede da delegaçom do Governo espanhol na Catalunha. Nestes pontos começaram-se a concentrar centos de pessoas e, passadas as 6 da tarde, os mossos começaram a usar os cassetetes contra algumas concentradas que tentavam avançar com as mãos erguidas e abertas.

Em Girona a Subdelegaçom do Governo espanhol está rodeada de pessoas desde as 11 da manhã e retirou-se a bandeira espanhola

Nom é a única delegaçom do Governo que viveu de perto a indignaçom independentista hoje. A de Girona encontra-se rodeada por mais de uma centena de pessoas desde as 11 da manhã. Seguindo o apelo do CDR de Girona e Salto. Algumas das manifestantes retiraram a bandeira espanhola que drapejava num dos mastros do edifício, e mais adiante também a da Uniom Europeia, que foram trocadas por uma estelada e uma bandeira negra com o escudo de Santa Eulàlia. Também esta manhã, em Das (a Cerdanya) apareceu um grafíti pintado sobre o pavimento perante a casa que tem o juiz instrutor do procedimento judicial do referendo, Pablo Llarena. A pintada, reivindicada pola organizaçom Arran, risca-o de “feixista”.

A extradiçom

Segundo explica o advogado de Dortmund Johannes Rehborn,a euroordem de detençom por Puigdemont nom era vinculante“. As ordens de detençom dentro da UE apenas som vinculantes em 32 delitos que figuram no Apartado 2 do artigo 2 da Decisom Marco do Conselho da UE, de 13 de junho de 2002, relativa à ordem de detençom européia e aos procedimentos de entrega entre estados membros.

Do contrário, a garantia da UE apenas aplicar-se-á se a suposta infracçom é também punível no estado onde se produz a detençom, neste caso em Alemanha. “O independentismo nom é punível em Alemanha”, explica Regborn. Na Alemanha, a “rebeliom” e a “sediçom”, nom figuram ao código penal desde 1970. A execuçom de um referendo também nom é delito penal. Assim, segundo Rehborn, portanto, “a ordem de detençom e, por extenom, de extradiçom, nom teria de ser aplicada”.

Além de rebeliom e violência, Puigdemont é acusado também de malversaçom de dinheiro público e é aqui onde a judicatura espanhola pom ênfase para lograr a sua extradiçom. Os cargos de malversaçom som atualmente a razom de mais importância para a fiscalia de Schleswig-Holstein para ter detido a Puigdemont. De igual forma, a polícia alemã não dispom da documentaçom espanhola de uma suposta malversaçom da governaçom catalã polo 1-O. O magistrado Pablo Llarena propom também esta via em Bélgica, mas Bruxelas também nom encontrou indícios e Puigdemont ficou livre com medidas cautelares.