Existe certa contradiçom entre o bom trato e o conflito. Entre conflito e revoluçom, também. As situaçons de conflito geram tensom e podem alimentar situaçons de maltrato, mas um processo revolucionário é certo que é muito mais que tensom. Como exemplo teórico, aquela “tensom anarquista” da que falavam alguns estava atravessada por uns princípios e uns valores que acompanhariam todo um processo insurrecional que na Galiza nom chegou a enraizar. O que si enraizou, passados uns anos, e muito, foi umha forma de manifestaçom na que, em teoria também muitas vezes, saltam polos aires as jerarquias e os patrons de relacionamento mútuo violento, ponhendo a questom do patriarcado e do capital no centro, e contrapondo a Terra e a vida como valor frente o imperialismo.
Da gente que criamos num enfrentamento direto com o Estado fai umha década com todas as suas consequências, nunca reflexionamos bem, profunda e coletivamente que a revoluçom seria e passaria por realizar-se desde e nos “cuidados”. Tal vez seja este o “apoio mutuo” do que se falou toda a vida, mas atravessado por um feminismo que avança de forma complexa.
O certo é que muites de nós estávamos a exercer, na nossa quotidianidade, diversas violências relacionais que, sem dar-nos conta, nom faziam avançar o movimento se nom todo o contrário. Nom se nasce aprendidas e se, como dim as paisanas da aldeia “éramos uns flipados”, também é valioso todo o mérito de pôr, como se dizia nessa época “toda a carne no assador”.
Desde o escepticismo também se pode botar umha olhada atrás e perguntar-se o que aconteceu. Avanços por um lado, e desintegraçom do independentismo e da esquerda radical por outro. Desde o Estado e claramente, afundárom no “trabalho repressivo” de sumidouros, “trabalho repressivo” nas cadeias, “trabalho repressivo judicial” contra todo o entorno que queria algo mais que cámbios nas formas.
Que há que defender a Terra e a vida é algo que nom deixa lugar a dúvidas. Que há que enfrentar o poder desde a diversidade e o bom trato entre as de abaixo, tampouco. Tal vez seja este um dos grandes retos dos nossos tempos.