A mídia empresarial adoita utilizar o grupo Inditex como emblema da Galiza ‘emprendedora’ e moderna, e tende a escurecer os abusos e o curte de direitos existentes no seio da companhia; é por isso que a informaçom dada estes dias polos grandes meios sobre a luita das suas trabalhadoras nom alcançou a primeira plana; como também nom o fijo a conquista das assalariadas na província da Corunha, que deu como fruto um aumento salarial e, por riba disso, umha maior confiança na capacidade de luita organizada. Damos a seguir algumhas chaves do acordo.

As dependentas de Inditex da província da Corunha mobilizaram-se em datas críticas, as prévias ao Natal, quando a voragem consumista fai crucial o papel das assalariadas para a boa marcha da empresa. Segundo anunciaram em rolda de imprensa, apoiadas pola CIG, tratava-se de acurtar diferenças salariais ‘enormes’ em relaçom com as companheiras e companheiros de outras empresas do gigante sediado em Arteixo.

A greves e as mobilizaçons começaram já no mês de novembro, e tinham como bandeira a reivindicaçom elemental duns salários dignos que ‘permitam chegar a fim de mês’. Se a classe trabalhadora do sector serviços arrasta historicamente umhas condiçons de pobreza salarial, a inflaçom desatada pola crise energética neste Outono colocou este sector da populaçom em tensom extrema.

Num primeiro momento, Inditex desconsiderara o potencial mobilizador das trabalhadoras das lojas, segundo recorda a CIG, mas semanas depois de se iniciar o pulso contra a empresa, a central nacionalista anunciou com satisfaçom que a suba salarial de 322 euros ao mês, multiplicada por 15 mensualidades, ‘suporá um incremento anual total de mais de 4800 euros brutos’. O acordo fará-se efectivo na nómina de janeiro, mas terá carácter retroactivo, e aplicará-se desde novembro de 2022.

Papel do sindicalismo nacionalista

O acordo, que a empresa fijo público antes de ser assinado, evita um dos cenários mais temidos por Inditex, umha greve que estava convocada para o passado dia 23, em vésperas do dia grande do consumo desaforado, e que iria supor um sério quebranto económico para a multinacional criada por Amancio Ortega.

O golpe impingido a umha empresa aparentemente omnipotente tentou, porém, ser camuflado pola sua dirigência. As delegadas da CIG explicárom em rolda de imprensa que a empresa se negou a assinar directamente o acordo com as representantes das trabalhadoras, e tentou ‘camuflar a suba através do convénio’.

Seja como for, a vitória das assalariadas constitui mais um exemplo da capacidade de pressom do sindicalismo nacionalista, que certificou logros importantes neste passado ano em frentes como a greve do metal em Ourense, ou o triunfo incontestável no sector do ensino.

Precedentes

Nom é a primeira vez que este sector laboral, tremendamente precarizado e feminizado, dá provas dumha contundente capacidade de organizaçom e resposta aos abusos patronais; há justo três anos, eram as trabalhadoras de Bershka Ponte Vedra, loja têxtil pertencente também ao gigante Inditex, as que se mobilizavam em favor da equiparaçom salarial com as companheiras da Corunha, dinámica que também culminou em negociaçom favorável às trabalhadoras, com um importante papel jogado pola CIG.