Quando ainda nom nos recuperamos do arrepio das dúzias de pessoas mortas na fronteira entre Espanha e Marrocos, por acçom directa do reino africano e em colaboraçom directa com o regime que padecemos, trazemos ao nosso portal umha campanha de denúncia. Lança-a a associaçom internacional ‘Unidas contra a Morte de Refugiadas’, e pretende pôr nome e rosto – humanizar, ao cabo- a aquelas pessoas que finam cada ano nas fronteiras, e que nem sequer consideramos, pola sua cor de pele ou pola sua origem social humildíssima. Reproduzimos a continuaçom a notícia que regista esta iniciativa, redigida polas companheiras portuguesas de Jornal Mapa.

«No período 1993-2022, mais de 48.647 mortes podem ser imputadas à militarização das fronteiras, às políticas de detenção e às deportações»

As “Políticas mortais da Europa-Fortaleza” é uma campanha da rede UNITED

contra as consequências fatais da construção da Europa-Fortaleza. Esta rede tem monitorizado essas mortes e tem vindo, desde 1993, a construir uma “Lista de mortes de refugiados”. Esta lista sumariza informação do onde, do quando e em que circunstâncias essas pessoas morreram. «Em todos os casos de morte há mais documentação guardada no arquivo. Os dados são recolhidos através de investigação própria, de informação recebida das 550 redes de organizações em 48 países e de especialistas locais e investigadores no campo das migrações».

Trata-se, assim, de uma lista em permanente actualização, cujos números são tornados públicos numa base anual, e que se traduz num mapa

Map

que não se limita, longe disso, às fronteiras externas da União Europeia. No passado dia 20 de Junho, Dia Mundial do Refugiado, a UNITED lançou os números actualizados dessa lista, afirmando que, «no período 1993-2022, mais de 48.647 mortes podem ser imputadas à militarização das fronteiras, às políticas de detenção e às deportações». O total é cerca de 4 mil mortes mais elevado do que há um ano. Uma contabilidade que está, por certo, incompleta. Nas palavras da própria rede, «é muito provável que haja ainda mais milhares», acrescentando que «estas são as consequências de quando a Europa fecha a porta e os olhos»

Teófilo Fagundes

*Publicado originalmente em jornalmapa.pt