As açons de Tesla cotizam por debaixo do 60 % do valor que estas apresentavam a princípios de abril. Se a começos de primavera umha açom da empresa texana alcançava os 1.145,40 dólares, hoje baixava dos 670 dólares. A marca insígnia do automóvel elétrico e do Green New Deal começa a dar sinais de debilidade. O proprietário de Tesla, Elon Musk, despediu na semana passada a um 10 % dos trabalhadores da empresa e chegou a declarar ante um grupo de acionistas que “a nossa preocupaçom é como mantemos em funcionamento as fábricas para poder pagar-lhe à gente e nom ir à bancarrota”.
Dificuldades técnicas
Os problemas chegam por dificuldades na cadeia de subministros e por complicaçons na fabricaçom nas celas das baterias. Neste sentido, Musk também declarou que “estám perdendo milhons de dólares porque neste momento há muitos gastos e quase nenhuma produçom”.
Como já se tem abordado neste portal, a escassez de matérias primas constituiria o principal problema da transiçom cara a mobilidade eléctrica. A eletrificaçom geral do parque automobilístico mundial é inviável por culpa da escassez do lítio, elemento principal na fabricaçom das baterias eléctricas. Mas a escassez das matérias primas para levar a cabo esta mudança tecnológica vai além do lítio. As instituiçons som cientes disto e a própria Uniom Europeia já conta cumha estratégia sobre os materiais críticos.
Um projeto recente dirigido por membros do grupo de estudos GEEDS (Grupo de Energia, Economia e Dinâmica de Sistemas), Análise dos requerimentos materiais da transiçom cara a umha mobilidade eléctrica, botava por terra as esperanças para umha eletrificaçom do parque móvel mundial. O projeto em questom alerta que as reservas mundiais de Alumínio, Cobre, Cobalto, Manganésio e Níquel, além das de Lítio, som insuficientes para materializar a transiçom energética no transporte.
Neste sentido, o passado ano a própria Agencia Internacional da Energia (IEA) também publicava um informe onde alertava sobre a escassez das matérias primas que som necessárias para transitar cara a um modelo energético verde baseado na instalaçom massiva de energias renováveis e na implantaçom do automóvel eléctrico. Este informe quantificava a necessidade de incrementar nos vindouros 20 anos a produçom de lítio num 4.200 %, de grafito num 2.500 %, de cobalto num 2.100 %, de níquel num 1.900 % e das terras raras num 700 %. A IEA questionava que isto fora possível e recomendava realizar “estoques estratégicos voluntários”, quer dizer acumular reservas antes que estes minerais sejam demasiado escassos.
Além de quedar demostrado que o automóvel elétrico será um luxo que apenas a classe mais privilegiada poderá permitir-se, também fica patente que nos adentramos na era da escassez das matérias primas, que baixo as regras do liberalismo econômico é sinônimo de “salve-se quem puder”.