Óscar Figueiras /
Um conjunto de pessoas juntamo-nos para construir desde as bases a Assembleia Nacional Galega (ANG) com muito entusiasmo. Os começos estão a ser duros, já que, para além da complexidade que supõe pôr em funcionamento uma organização, também encontrámos, inicialmente, muitos impedimentos por parte da Xunta de Galicia para a nossa legalização. É sabido que esta instituição não gosta de qualquer coletivo que pretenda a defesa, promoção ou revindicação de qualquer aspeto que signifique ir contra às políticas da Xunta e, nesse sentido, com nós foram especialmente incisivos colocando todo tipo de obstáculos administrativos para não poder registar-nos, mas, finalmente, acabámos por consegui-lo. Levamos ano e meio fazendo diversos atos e apresentações em todo o país. Queremos ser, como o próprio nome indica (ANG), uma assembleia, pois, todas as decisões são tomadas em comúm, isto é, de maneira assemblear; de caráter nacional porque o nosso âmbito de atuação é toda a Galiza, e essencialmente galega já que, do ponto de vista do Galeguismo, tomámos como modelo as Irmandades da Fala, nascidas no ano 1916, e que tão importantes frutos históricos trouxeram para a nossa terra. É muito complexo termos um nome através do qual, uma grande maioria se sinta identificado porque há quem se define como nacionalista, independentista, soberanista, arredista… ou simplesmente galeguista. Por outro lado, ainda que a nossa denominação se pareça com a ANC da Catalunha, temos muito mais a ver com uma Ommium Cultural.
A minha afiliação à ANG produziu-se após ter participado em diversas organizações políticas, em alguma até mesmo em órgãos de direção, mas fiquei muito desencantado e até queimado por causa das dinâmicas partidárias e partidistas em que os interesses pessoais prevalecem sobre os sociais. Atualmente, prefiro gastar as minhas energias nesta associação de caráter cívico, social e cultural, sem nenhum tipo de interesse político, e focado em todo aquilo que atinja às necessidades e interesses da Galiza.
Nesta tarefa, a ANG tem como objetivos principais a defesa do nosso idioma em todos os âmbitos, cultura, educação, economia, sociedade… em fim, todos os sectores que nos afectem como povo. Para isso, a ANG, levará a cabo toda classe de atividades ao longo e largo do país. Assim mesmo, também denunciará todos os ataques que a sociedade galega sofra em qualquer situação. Outro objetivo fundamental para esta organização é o de tecer pontes com os diferentes povos da lusofonia ou galaicofonia, universo completamente esquecido e marginado pela oficialidade institucional e cultural galega.
Quanto ao financiamento, não recebemos nenhum tipo de subvenção das administrações ou instituições públicas, nem tão-pouco de empresas ou coletivos privados. Só nos mantemos a partir das quotas das pessoas associadas e das doações ou ajudas de pessoas particulares. As quotas são pequenas e simbólicas, e podem ir desde os 5 ou 12 euros anuais em diante. Somos muito ambiciosos no trabalho que temos à frente, sendo que, portanto, resulta muito importante contar com pessoas afiliadas que estejam dispostas a ajudar e trabalhar no que puderem.