Por Ana Macinheira / Vivemos já de modo quase rotineiro o processamento de tuiteiros e músicos comprometidos com as causas populares, processamentos que já rematam em penas de prisom. Na realidade, os ataques da ultradireita contra a livre informaçom -por meis legais ou ilegais- tenhem longo percurso no Reino de Espanha: o encerramento de jornais nacionalistas bascos ou o ataque com bomba contra o Papus som mostras dumha inquisiçom que nunca esmoreceu.

Quando os assassinatos políticos som “acidente laboral”

O 20 de outubro do ano ´73 publicava-se o primeiro número de Papus, revista semanal de humor gráfico “satírica e neuroasténica” , tal e como se definia na sua própria capa. Os seus conteúdos faziam crítica social, cultural e política, engadiam também conteúdos eróticos, o qual foi rompedor no Estado Espanhol dos ´70, fazendo tremer “a moral cristá”. Arremetía contra a igreja, os políticos, os costumes da época, ridiculizava os símbolos do franquismo… e há quem diga que tinha certo corte anarquista.

No 20 de Setembro de 1977 um artefacto explosivo estourava na redacçom do Papus, assassinando Juan Peñalver (o porteiro) e ferindo 17 colaboradores da revista. O atentado foi reivindicado polo grupo de extrema direita Triple A, Alianza Apostólica Anticomunista.

O processo judicial durou seis anos, mas a dia de hoje ninguém foi condenado por estes feitos, que nem forom tratados coma um atentado terrorista; mesmo a morte de Juan Peñalver chegou a ser tramitada como “acidente laboral”.

Egin: feche, torturas e saqueio.

Egin foi um jornal abertzale de esquerda, criado e mantido pela contribuiçom de pequenas quantidades da gente durante 20 anos. Um diário popular, nom elitista, que se denominou a si mesmo “a voz dos sem voz”, no sentido de que tratava de refletir as aspiraçons e combates dos sectores mais esquecidos pela grande imprensa, e também dos mais activos políticamente” afirmaba Jexuxmari Zalakain, professor na faculdade de Ciências Sociais e da Comunicaçom da Universidade do País Basco, que passou 8 anos na cadeia por fazer parte do Conselho de Administraçom de dito jornal, numha entrevista que lhe fixo o Organismo Popular Anti-Repressivo Ceivar em Dezembro de 2016.

Em 1998 Baltasar Garzón clausurava o jornal, várias pessoas foram detidas e torturadas, igual que no caso de Egunkaria, na que várias delas denunciarom perante o juiz sofrer torturas no quartel da Guardia Civil.

“Em 2009, com todos seus gestores, o diretor e a subdiretora no cárcere, fechada também a emissora RÁDIO EGIN, o Tribunal Supremo espanhol sentenciou que seu fechamento tinha sido “ilegal”; mas ninguém devolveu os bens apreendidos” engade Jexuxmari.

Egunkaria

No 20 de Fevereiro do ano 2003 a Guadia Civil fechava o jornal Egunkaria, o primeiro escrito íntegramente em euskera e dirigido polo jornalista e agora director do jornal Berria, Martxelo Otamendi. Ao som do “Todo é ETA” detivêrom as pessoas que faziam parte da equipa de redacçom e fecharom o jornal baixo umha suposta acusaçom de “pertença a entramado terrorista.” A denúncia, que fora interposta por AVT (Asociación de Vítimas do Terrorismo) e Dignidad y Justicia foi desmontada pola própria Audiência Nacional, que assegurava que “no tenía habilitación constitucional directa y carecía de una norma legal, especial y expresa que la autorizara”;isso si, o jornal já estava fechado .

O Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo, por seu turno, amonestou o Reino de Espanha por nom ter investigado as torturas contra os membros do jornal. Nenhum guarda civil implicado foi processado polas mesmas.