Por P. Fernandes Pastoriça /

Entre os passados dias 9 e 10 de Fevereiro, nas fileiras das Unidades de Protecçom do Povo do Curdistám, caía o nosso compatriota Samuel Prada Leom, ‘Baran Galiza’; na mesma frente de guerra, entregava a a sua vida Olivier François la Clanchie , ‘Kendal Breizh’. O acaso uniu estes dous povos unidos por luita e cultura céltica num compromisso geograficamente afastado, mas ideologicamente próximo.

Polo seu interesse, transmitimos os apontamentos biográficos de Kendal Breizh que compilárom da associaçom ‘Les amitiés kurdes de Bretagne’.

Kendal Breizh era um libertário favorável à causa bretoa; tinha contribuído para campanhas a prol da unificaçom do seu país, recentemente revitalizadas polo movimento nacional; marchou para contribuir à revoluçom de Rojava no passado ano. Queria conhecer de primeira mao a luita curda e dos seus povos aliados -árabes, yezhidis-, imbuídos de ideais anti-imperialistas, anti-sexistas e ecológicas, apoiadas numha base confederal e municipalista. Seguiu o mesmo caminho de dúzias de nacionalistas revolucionários, comunistas e anarquistas que engrossam as fileiras do YPG chegados de muito longe.

Em declaraçons a um meio de comunicaçom francês há uns meses, afirmava: “nom venho aqui a fazer de rambo; som um internacionalista que quer contribuir à revoluçom em Rojava, baseada no confederalismo democrático e a igualdade dos sexos”.

Formou-se militarmente com o YPG e integrou-se no batalhom internacionalista que enfrentou ISIS, em Raqqa e Deir-Ezzor. Enfraquecido o inimigo wahabita, apostou em integrar as colunas que defendiam Afrin da ofensiva fascista turca. Segundo amigas e camaradas, pensava no retorno à Bretanha com a sua família, mas o sentido do dever levou-no a ficar na linha de fogo.

Kendal nascera em 1977 em Morbihan, no interior da Bretanha, e cumpriria nuns meses os 41 anos.

Amizades e companheiros preparam umha homenagem na sua terra. Desde a Galiza enviamos o seu reconhecimento aos que, como ele próprio e Baran Galiza, impugnam na prática a comodidade, os discursos ocos e a resignaçom.