PORQUE estamos feitas do material da muralha, e séculos de persistência o demostram. Porque temos à rua ao nosso alcanço e atos como este conetam-nos com a nossa história e património: somos poder mais alá do símbolo, mas os maos e os corpos falarám esse dia arrodeiadas pola chúvia e as nuvens grises que tanto marca o caráter e a capacidade de sobrelevar a mediocridade das adversidades que afrontamos.

Mais alá de pantalhas e instagrans, mais alá de personalismos, as ruas chamam-nos e queremos viver um antes e um depois reivindicando o que é nosso. Porque fai falta frescura prática, e à vez fai falta parar-se como umha muralha, pacientes, fortes, centenárias, sabendo que vivemos um anaco de história mas que esse anaco pode representar a curva no cámbio cara certa esperança nas vindeiras geraçons.

Como o figérom a começos de século as nossas precursoras na Asemblea Nazonalista de Lugo, e tantas outras que deixárom e deixam bágoas, suor e sangue, desde as cadeias, desde os postos de trabalho precarizados, desde a discrimizaçom e desde abaixo reclamando DIGNIDADE nas ruas dia si e dia também.

Quase 2 quilómetros de muralha que representam o reto de chegarmos ao futuro coa nossa língua e identidade vivas, com o nosso meio natural ainda com a posibilidade de recuperaçom mínima, com a nossa gente a construir umha outra realidade longe de opresons pequenas e grandes. RODEAR a muralha pode ser tal vez umha forma de sentir de novo que estamos abocadas a viver um processo histórico no que só tremendo umhas das outras podemos sobreviver, no que só turrando umhas das outras podemos conquerir o poder que necessitamos a gente, e cada umha de nós somos umha pedrinha cativa que construe umha fortaleça cheia de valores que nunca nos poderám rouvar.