Por Tirpan Curdi, voluntário irlandês no Curdistám (traduçom do galizalivre) /

O meu nome de guerra curdo, que me foi dado polas Unidades de Proteçom do Povo (YPG), é Tirpan Cudi.

Eu sou um comunista e um dos três irlandeses que estam agora em Afrin para resistir à invassom turca de Rojava, no norte da Síria.

Tenho lutado aqui contra ISIS desde 2016 como parte do Batalhom Internacional da Liberdade, umha aliança de partidos comunistas turcos e voluntários internacionais comunistas e anarquistas.

Abaixo a invassom imperialista turca

Meus companheiros mais próximos estiveram aqui desde a batalha de Kobane em 2014. Eles som principalmente do Partido Comunista da Turquia / Marxista-Lenninista (TKPML) e do Exército de Libertaçom dos Trabalhadores e Camponeses da Turquia (TIKKO).

Estám ativos desde 1972, principalmente no cordal de Dersim e constituídos por umha mistura de étnias típicas desta regiom: curdos, turcos, armênios e pessoas da religiom Allevi – umha seita progressiva do islamismo que tém a filha de Mohamed em reverência.

Percebes rapidamente que nom há umha só etnia oprimida na regiom, mas acarom dos curdos, há dezenas de grandes grupos com as suas próprias linguas e histórias que som ameaçadas pelo chauvinismo turco.

No entanto, aliados em grande número ainda som mui escassos no campo de batalha. A única cousa próxima a um vizinho amigável na área está no sul, o governo regional curdo iraquiano (KRG).

Desde o referendo curdo, o governo iraquiano reverteu umha grande parte da autonomia do KRG, de modo que a assistência relativamente pequena que eles conseguiram retirar das áreas partidárias da Uniom Patriótica do Curdistam (PUK) já esmoreceu.

O antigo Partido Democrata do Curdistam (KDP) é responsável pelo KRG em geral e, principalmente, inclui todas as regiões que realmente fazem fronteira com a Rojava.

Ele é um aliado da Turquia e é completamente hostil. Mesmo quando ISIS estava no seu mais forte, ele ficou de lado e até impediu a luta do YPG sempre que podia.

A política do KDP nem sequer é nacionalista curda, eles som feudais, tribais, oportunistas com a Turquia e Israel, e o seu partido uns clientes totais dos Estados Unidos, que injeta milhões de dólares em seu estadinho a ruir.

O relacionamento com o governo sírio é complicado, mas nem o descreverei como hostil hoje. Rojava nom é um projeto separatista, sua ambiçom é autonomia dentro do que os russos propõem umha nova República síria.

O YPG e as forças sírias trabalharam juntos no passado na libertaçom de Aleppo. Muitos dos bairros da cidade de Qamishli em Rojava estam sob controle do governo. Mas, mesmo como estrangeiro, um pode caminhar ou dirigir-se aos pontos de verificaçom sem problemas.

O exército árabe sírio (SAA) nom nos obstruiu em nossa defesa de Afrin, o que poderia facilmente fazer.

A Rússia deu umha quantidade razoável de assistência militar ao YPG no passado, embora menos do que os EUA. Propõe a substituiçom da atual República Árabe da Síria por uma nova República da Síria, com autonomia curda e reconhecimento polo estado de todas as línguas minoritárias.

A Rússia tentou colocar os curdos sírios na mesa para as negociações de paz e, pela primeira vez, garantiu umha voz para as negociações planejadas de Sochi.

No entanto, a Rússia, permitindo que a Turquia invada Afrin mostra que nom é mais confiável do que os EUA.

Nossas alianças foram táticas e temporárias, assim como o YPG disse desde o início.

A solidariedade internacional é, portanto, vital. Um partido ativo aqui, o Partido Comunista Marxista-Leninista (MLKP), colocou a resistência de Afrin com a legenda : Kobane foi Stalingrado, fagamos de Afrin um Vietname.

É assim que eu explicaria isso à esquerda anti-capitalista na Europa e nos Estados Unidos que ainda brigavam para nos compreender e nos apoiar.

Como no Vietname, nós fizemos alianças com as grandes potências no passado e jogamos-nos uns com os outros. Mas agora enfrentamos a Turquia e, portanto, o imperialismo da NATO, de frente.

O YPG vai lutar contra a guerra, mas vocês devem realizar umha campanha de solidariedade enorme e militante em sua casa.

Precisamos de ações, protestos e declarações sindicais.

Precisamos de lemas e palavras de ordem nas paredes do Ocidente.

Militarmente, lutar contra um exército da OTAN será diferente de lutar contra ISIS, como fiz em Manbij e Raqqa, devido à força aérea turca. Mas ideologicamente falando nem é tam diferente.

Tanto ISIS como o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, querem a destruiçom total do povo curdo, ambos som islAmistas e, de forma tipicamente fascista, ambos estam tentando ressuscitar umha ordem antiga e gloriosa. Enquanto ISIS queria um califado, a Turquia tem ambições neo-otomanas.

A assistência que a Turquia deu a ISIS está bem documentada, mas nom conseguiu esmagar o projeto de Rojava. Entom, agora, para enfraquecer Rojava antes das negociações de paz de Sochi, a Turquia está tomando as coisas diretamente em suas próprias mãos com a invassom de Afrin. Com a campanha turca de 2015 contra os curdos em Bakur, leste da Turquia, onde eles reduziram a ermo grandes áreas civis das cidades como Cizre e Nusaybin dentro das fronteiras turcas, podemos esperar um desrespeito total para a vida civil. No entanto, em 2015 quase nom havia jornalistas, independentes ou de outra forma, cobrindo esses massacres porque o Estado turco conseguiu fechar a área. Na Rojava curdos som bem mais famosos e fizeram um jogo com a mídia muito melhor. Agora, o mundo está assistindo o que decorre em Afrin e perguntando por que os heróis que libertaram Raqqa de ISIS ontem estam sendo abandonados hoje. Embora tenhamos visto alguns repórteres da BBC embutidos com o lado turco, também temos repórteres do nosso lado da linha. Em comparaçom com ISIS há três coisas que eu estou contente por nem ter que lidar neste tempo. O primeiro é o suicídio massivo causado por carros-bomba dirigidos em direçom a nós. Alguns desses eram mais poderosos do que o ataque aéreo médio. Cheguei na sequência de umha vez. Tinha ido até umha encruzilhada e ficara totalmente vaporizado tudo na estrada e quase nivelou todos os apartamentos nos quatro cantos. O segundo tem a ver com minas, armadilhas. Há quantidades de minas plantadas por ISIS. Quando recuaram, eles inçaram os lugares que desocupavam com as minas. Em um prédio de apartamentos em Raqqa, encontramos 35 armadilhas com explosivos. A terceira coisa é coletes de suicídio carregadas com rolamentos em lutadores individuais.

Embora estes possam fazer um reaparecimento, dado que tantos ISIS e outros jihadistas foram recrutados para o lado da Turquia.

Apesar dos números de tropas turcas e do poder aéreo, sou otimista. Ao contrário da maioria dos terrenos da Rojava, Afrin é montanhoso, mui ladeiro. Podemos lutar umha campanha de guerrilha aqui durante a invassom e, se necessário, durante umha ocupaçom. Mesmo se perdemos grandes áreas, podemos recuperá-las à vontade assim que a Turquia se retirar, ou a Turquia acabará enfrentando perdas que lhe custaram a Erdogan politicamente.

Tendo removido todas as pessoas de sua administraçom que poderiam ter falado com ele, a invassom de Erdogan nem passa de um enrugamento. As implicações legais de lutar contra um poder soberano e Estado membro da NATO nem me preocupam. Estou em um estado soberano, é chamado de Síria, e atualmente está sendo invadido ilegalmente pela Turquia. Sou membro do YPG, um exército sírio que ganha cada vez mais reconhecimento de fato. Eu nom me importo com a legalidade. A Turquia e a boutarada de valentões do Exército Livre Sírio (FSA) nom têm nada de sua conta aqui e precisam ser esmagados nos seus esforços salafistas neo-otomanos . Nom vamos desistir até que o trabalho seja feito. Se ganharmos, entom os fatos no terreno tornam-nos a eles até posições improváveis, ou pelo menos muito impopulares, já que o Ocidente estará em termos amigáveis ​​com o projeto Rojava novamente.

Se perdermos, morremos.

*Publicado em morningstar.com.uk