Ontem foi o Dia da Classe Trabalhadora Galega e desde determinados setores, também da esquerda, apontam que esta denominaçom ficou antiquada. Dizem que termos como classe trabalhadora, proletariado, mais-valia, luita de classes, exploraçom e burguesia quedárom obsoletos. O certo é que conotam umha realidade velha, mas os dados publicados na semana passada polo Instituto Galego de Estatística (IGE) mostram a realidade.
Na Galiza o peso dos salários no PIB segue mui longe do 50 por cento. Quer dizer que a percentagem da riqueza produzida no País que fica para a classe trabalhadora segue a ser umha parte minoritária, em concreto no ano 2019 foi do 44,1 % quando dez anos atrás estava no 48,0 %. Esta cifra é extremadamente baixa ainda comparada com os valores que se registram em outros países capitalistas com soberania económica e política.
O motivo polo que sucede isto é que a evoluçom do custo laboral unitário real nom deixou de baixar durante a última década. Cada ano que passa umha parte mais importante do trabalho assalariado é roubada. Com estes dados na mão, igual os termos indicados mais arriba nom ficárom tam antiquados.
O PIB, um valor errado
O peso da remuneraçom das assalariadas no PIB é baixa, mas que é o que mede o PIB?
O Produto Interno Bruto (PIB) representa o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos na economia durante um período determinado, geralmente um ano. O PIB calculado pola via das rendas é a soma de três termos: os impostos que cobra o Estado, os salários que recebem as trabalhadoras e o excedente de exploraçom, este último termo é a parte que fica para o empresário.
O PIB, em palavras do economista Jonathan Rowe, nom passa de ser “umha medida bruta da atividade do mercado, do dinheiro que troca de maos. El nom faz nenhuma diferença entre o desejável e o indesejável, entre despesas e ganhos. Ainda por cima, leva em conta somente a porçom da realidade que os economistas querem considerar: a parte envolvida nas transaçons monetárias. As funçons económicas decisivas realizadas nos setores doméstico e voluntário ficam totalmente excluídas”. É dizer qualquer atividade económica que mobilize o capital incrementa o PIB sem atender a questons morais ou éticas: a venda de armas, o consumo de álcool, as apostas, o tabaco, a guerra, os sinistros laborais e de trânsito. Por exemplo, os sinistros de trânsito mobilizam grandes quantidades de capital: serviços de urgência, serviço de limpeza da estrada, serviços de saúde, de enterramento, reparaçom dos veículos ou compra duns novos, seguros… Desde esta perspectiva, os acidentes de trânsito incrementam consequentemente o PIB, e por tanto estám a gerar riqueza.
O PIB tampouco tem em conta a distribuçom da renda, e deste jeito, o seu valor pode crescer enquanto porçons cada vez maiores da populaçom passam a viver na pobreza. Além de nom refletir a melhoria no bem-estar humano, omite atividades que nom estám no mercado, como é o cuidado das crianças e das pessoas idosas.
Mesmo economistas do sistema como é Joseph Stiglitz, tenhem dito ao respeito: “Entre os economistas tem havido por muito tempo umha forte convicçom de que o PIB nom é umha boa métrica. Nom mede as mudanças em bem-estar. Se os líderes estám tentando maximizar o PIB, e o PIB nom é umha boa métrica, estamos maximizando a cousa errada”.