A empresa estatal norueguesa de energia assalta o Macizo Central no meio da fraqueza institucional que deixa à intempérie aldeias, os seus últimos habitantes, a paisagem e os montes mais velhos do país.

Erik Dobanho | A Corunha, 24 de Fevereiro de 2021. “Umha torre de aceiro do tamanho da catedral de Colonia envia-se desde Bremem. E o estaleiro HDW de Kiel envia a agulha, incluído o eixo principal e o gerador, a través da canle de Kiel. Pesa 240 toneladas. depois instala-se, junto à central nuclear de Brunsbüttel: a central eólica mais grande, mais alta e mais potente do mundo. Eleva-se 180 metros cara ao céu. Em teoria, a sua produçom anual é suficiente para 6.000 fogares. O modelo REpower 5M deveria seguir funcionando depois de que a central nuclear do lado leve fechada muito tempo. Parques eólicos em lugar de centrais nucleares: a torre Brunsbüttel representa o cambio radical na política elétrica alemá, a retirada de energia nuclear, a protecçom do medio ambiente e umha nova indústria de alta tecnologia”, começa umha informaçom de DER SPIEGEL.

“Ao fim, representa um velho sonho. Um sonho no que nom há mais resíduos nucleares nem centrai elétricas sujas de carbóm. Só sol, vento e água. As energias renováveis deveriam subministrar eletricidade à humanidade. Fontes que nunca se esgotam e nom contaminam nada”, continua DER SPIEGEL.

E pergunta-se: “Umha formosa vista. Mas resiste a prova da realidade?”

“A construçom da torre em Brunsbüttel também representa umha amarga disputa entre a populaçom. A finais do ano passado construiram-se 15.387 moinhos em todo o país; para 2010 o uso da energia eólica duplicara-se de novo. (…) ‘Esta é a pior desfeita desde a Guerra dos Trinta Anos’, di Hans-Joachim Mengel. É por isso que o professor de política de Berlím fundou em Brandenburgo a iniciativa Save the Uckermark. (…) É realmente certo? Nom é a maior expansom da energia eólica um mal investimento na economia nacional que devora milheiros de milhons? Isto destrui mais emprego do que cria? Quais deveriam parar-se ou polo menos reduzir-se massivamente hoje em vez de manhá? Estas perguntas nom som convenientes”.

DER SPIEGEL, a prestigiosa publicaçom alemá, chamaba a esta reflexom… em 2004.

“Treze anos depois de que o governo Helmut Kohl começasse a promover as fábricas (…) o Bundestag debe aprovara vindoura sexta-feira o rumo para outro boom de Johanesburgo. O chanceler Gerhard Schröder quer apresentar o seu país como um pioneiro. A produçom de energia eólica de Alemanha já é tam grande como a de Dinamarca, Espanha e Estados Unidos juntos. Os dinamarqueses, por exemplo, remontárom um longo caminho: há dous anos cancelárom quase completamente o apoio eólico. Segundo o razoamento do governo, o seu objetivo já se superou e as subvençons som demasiado caras…”

Aqui, o artigo de Frank Dohmem e Frank Hornig, do 29 de Março de 2004: https://www.spiegel.de/spiegel/print/d-30346813.html

Alemanha tardou em dar esse giro que por aquelas datas começárom a dar outros estados nórdicos, conscientes dos limites sociais e ambientais dos parques eólicos.

No 2019, os alemáns apenas instalárom 35 moinhos em solo alemám, cinco vezes menos que o ano anterior, onze vezes menos que dous anos antes. Os eólicos –quando menos a proliferaçom massiva de parques– estám definitivamente em questom. No país dos moinhos assentou um termo para definir a nova imagem que os alemáns tinham dos aerogeradores: Verspargelung, contaminaçom por espárragos.

Na Galiza os espárragos medram ao amparo dumhas leis autonómicas que a esquerda parlamentar e os ecologistas qualificam de depredadoras, enquanto os últimos habitantes das aldeias e os alcaides de pequenos concelhos, remotos para a maioria da populaçom ainda que estejam apenas a umhas dúzias de quilómetros da cabeceira da comarca, sentem-se abandonados pola Administraçom autonómica e estatal.

Técnica para espalhar espárragos: 1. Pouca informaçom e moita pressa

“Los promotores ham solicitado recientemente autorización administrativa previa del parque, y la documentación todavia está em revisión por parte del Ministerio”. Foi a resposta do Ministério para la Transición Ecológica y el Reto Demográfico (Miteco) o 13 de Janeiro de 2021 à solicitude de adiante.gal de informaçom sobre os trámites diante da Administraçom estatal sobre o projecto de parque eólico nos concelhos de Vilar de Barrio e Laza.

O 7 de Janeiro de 2021 iniciou-se através do suporte digital do Miteco o período de consultas do projecto 20200161 denominado Parque eólico Rebordechao de 154 MW TTMM: Nogueira de Ramuim, Junqueira de Espadanhedo, Montederramo, Maceda, Vilar de Bairro, Laça, Castrelo do Val, Verím, Monterrei e Qualedro (Ourense).

O praço para presentar alegaçons rematou o 18 de Fevereiro.

O documento inicial, elaborado pola consultora Taxus para a empresa promotora, a companhia estatal norueguesa Statkraft, foi assinado em agosto de 2020.

Num prazo de seis meses, una empresa norueguesa tramita diante do Estado espanhol um plam para instalar um complexo de 28 moinhos de vento nas cimas das montanhas mais velhas da Galiza no Maciço Central sem que o Miteco facilite informaçom pública nengumha mais aló da preceptiva publicaçom na sua web da exposiçom pública do documento inicial com seis semanas para presentar alegaçons. Os alcaides dos concelhos mais afetados: Vilar de Bairro e Laça, também calam no entanto a empresa negocia cos propietários dos montes sem que Administraçom pública nengumha médie.

Vivemos num país de instituiçons coloniais, e temos que ir aprendendo a língua do colonizador.

Kraft em norueguês significa Poder. Statkraft.

Poder do Estado contra Estados débiles. Statkraft é a empresa estatal de energia de Noruega, a que vai espalhar Verspargelung polos montes galegos.

Statkraft apresenta-se como o primeiro produtor europeu de energias renováveis com mais de 19.000 MW de potência instalada em todo o planeta. Co Estado espanhol, o Estado norueguês pratica um jeito de colonialismo interior na Europa associada. Umha consulta à Wikipedia advirte sobre o papel de Noruega no espazo europeo: nom é um Estado membro da UE, pero pode condicionar um 20% dos atos jurídicos da UE “devido à sua participaçom no Espaço Económico Europeu, a través da Associaçom Europeia de Livre Comércio”.

Técnica para espalhar espárragos: 2. Convencer os indígenas de que o futuro é verde

“Som mui educados”, di o alcaide de Laça (1.223 vizinhas e vizinhos segundo o último censo, um 47% da populaçom está reformada, apenas quedam nenos –só um 4% da populaçom som menores de dezasseis anos–; um deserto em cernes na que os filhos dos proprietários dos montes emigrárom e nom voltarám). “Nom tenhem nada a ver com esses piratas que há anos vinhas oferecendo 1.500 euros por hetárea para depois intentar revender os terreios. Estes som mui educados”, di Ramóm Barreal, do PP, que pensa que há que “conjugar o progresso e o ordenamento do monte coa cultura dos vizinhos.

Statkraft nom apareceu por Laça, claro. Sobre o terreio, a invasom de educados normandos e os seus espárragos gigantes começou com Taxus Gestióm Ambiental, Ecológica y Calidad, por encargo de Desarrollos renovables Iberia Beta S.L., a companhia que intermedia para o Poder Noruegués. Desembarcou no verao com umha equipo de biólogos dirixidos por um licenciado em Ciencias Ambientais, de nome Javier Granero Castro, encargado de topar sitio os moinhos de Statkraft.

Umha das biólogas asinou o documento inicial o 14 de agosto, sete dias depois, fijo-o a chefa de Projectos, e o 24 completou Granero Castro, colexiado Nº 00995 do Col·legi d’Ambientòlegs de Catalunya, Director de Área de Medioambiente da consultora asturiana: “Este proyecto quiere llevarse a cabo em la Comunidad Autónoma de Galicia con el objeto de mejorar el aprovechamiento de los recursos eólicos de esta región, utilizando las tecnologías más recientes desarrolladas em este tipo de instalaciones, desde el criterio de máximo respeto al entorno y medio ambiente natural”, di o documento.

“Eu miro os montes e imagino arranha-céus alí arriba”, di o alcalde. “Nom tenho a soluçom, eu gostaria de o fazer todo bem. Pero que decidam os vizinhos, nom gente de fora. Nós vivemos na aldeia. Aqui a gente é mui maior e no que pensam som nos seus filhos, que marchárom… isso desvirtúa os interesses. Preferem colher os quartos e dar-lhos os filhos. Desde arriba, desde a Xunta polo menos, deveria dizer algo, assessorar. Pero estamos sós. Encarreguei um estudo técnico a umha equipa da Universidade de Vigo, que nom se mete em nada, só técnico… e vou-lho passar aos vizinhos”.

Falta umha semana para que remate o prazo de alegaçons o documento inicial e os comuneiros dim que seguem à espera. “A empresa falou comigo há dous ou três meses. Pero até agora nom sabemos nada de cifras. Eu falei co alcalde e dixo que habia que ter umha reunión”, di Francisco Pérez, presidente dos comuneiros do Navalho o venres dia 12. “Aquí somos sete comuneiros e entrariam dous aerogeradores nos nossos montes, temos pouca superfície afetada. Nom falamos com outras comunidades. Nem sequer nós temos umha decisom tomada. O monte está plantado de pinheiros e nom levam muitos anos porque aqui ardeu todo no 2005. Pertencem à empresa Branha, de momento nom falamos nada mas se vam os eólicos, teriam que cortar todo”.

Num radio de apenas três quilómetros arredor da aldeia de Correchouso, entre o monte da Armada no sul e a serra Pequena no norte, seguindo umha linha paralela o rio Correchouso, o projecto contempla a instalaçom de once aerogeradores de 120 metros de alto até o rotor. Trátase dos aeroxeneradores número 17, 18, 19, 20 , 21, 22, 23, 24, 25, 26 e 27 para um parque que pretende produzir 154 MW.

O futuro é verde. Mais os espárragos chantam-se na terra doutros, di o mui educado Estado norueguês. A BBC, num artigo publicado na sua página web em outubro de 2018 e titulado “A hipocrisia da modélica Noruega”, relata as estratégias do país que se comprometeu a alcançar a neutralidade climática para o ano 2030. “Em novembro de 2017, ecologistas demandárom ao governo de Oslo polo seu plam de permitir que 13 companhías petroleiras mundiais busquem e extraiam cru no mar de Barents, no círculo polar ártico. Em xaneiro de 2018, o tribunal de Oslo aprobou o plam do goberno noruegués e desestimou as acusaçons dos ecoloxistas. A parte mais controvertida da sentenza sexa que, segundo o tribunal, ‘as emisons de dióxido de carbono producidas no exterior polo petróleo e o gas exportados por Noruega som irrelevantes sobre se a decisom implica umha violaçom do artigo 112’ da Constituçom norueguesa, que advirte que o goberno nom pode tomar decisons que violem o dereito a um ambiente saudável para as xeraçons actuais e futuras. Isto significa que Noruega nom pode ser responssável das emisons de dióxido de carbono derivadas dos hidrocarburos que exporta aos países que consumem petróleo e gas norueguês”, di a informaçom.

Se Noruega nom tem problema por retorcer a sua própria norma legal dentro do seu território, menos ainda o terá para nom respeitar o princípio de prudência fora das suas fronteiras, onde ademais o Estado norueguês nom se considera responsável sobre os impatos das suas políticas sobre o meio natural e a saúde das pessoas.

Técnica para espalhar espárragos: 3. morder nas terras protegidas

Para Statkraft –primeiro produtor europeu de energias renováveis com mais de 19.000 MW de potência instalada em 17 países do mundo–, o parque do Maciço Central suporá menos do 1% desa cifra. Mais 154 MW de capacidade dam para muito.

Em Chile, um dos países nos que Statkraft assentou o seu poder durante a década passada, a companhia norueguesa presentou há dous anos um projeto para três parques eólicos na regiom de O’Higgins, com umha potência total de 115 MW, e anunciou que produziria eletricidade para cem mil fogares. Segundo essa previsom, por si só, o projeto do Maciço poderia chegar a cobrir a demanda dos fogares de toda a província de Ourense. Mas esse nom é o plam. Galiza nom é Dinamarca. Na Galiza a produçom energética nunca se detivo superado o limiar da produçom necessária para o subministro do país. Superado esse limiar, continuou medrando.

Em Chile, para salvar a resistência indígena contra a construçom de dous encoros no rio Pilmaiquém, Statkraft utilizou a embaixada de Noruega e a mediçom do Senado para as negociaçons. O primeiro que pedírom os mapuches foi que cessasse a repressom policial. Em Chile, entre 2014 e 2020, instalou-se umha potência elétrica de 800 MW nos vinte maiores parques eólicos. Verspargelung.

Statkraft tem outros projetos nas montanhas orientais da Galiza. Outras companhias, de capital espanhol e internacional, tenhem mais projetos no país. O plano eólico de Galiza elaborado pola Xunta de Galiza é umha sucesom de polígonos rodeando zonas protegidas. As áreas protegidas nom medram desde há umha década. Os polígonos começam a morder nelas. Esse é o plam…

Segundo as alegaçons ao documento inicial do parque do Maciço Central, presentadas a mediados deste mes de febreiro polo BNG, entre o 2009 e 0 2018 na Galiza instalaram-se 300 MW de potência eólica. Mais a partir do 2019 produziu-se um bum. Só nesse ano desenvolvérom-se instalaçom cuns 400 MW de potência. “Este desenvolvemento, que poderia parecer positivo, está-se a dar de forma abrupta, sem planificaçom e sem consenso coa sociedade dos lugares afetados. Recentes sentenzas xudiciais como a de Sasdónigas ou da Serra do Iribio dam conta desta situaçom sinalam tamém o papel da administraçom galega à hora de rebaixar garantias ambientais e desproteger espaços singulares”, advertem as nacionalistas.

“O parque que Statkraft pretende chantar no Maciço veria-se desde os canons do Sil na Ribeira Sacra, desde a comarca de Lemos, desde o Faro em Chantada, a serra da Madalena, Castro Levoreiro, o Jurés… mesmo desde os parques eólicos das Portelas, no linde com Zamora. Pola situacióm, o impacto paisagístico deste parque é bestial”, explica Pepe Santos, de Amigos da Terra, trabalhador ambiental e bom conhecedor da Serra de Sam Mamede. “Se vas contra a noite ao alto da serra, miras e todo ao redor som luzes dos pilotos vermelhos dos moinhos, alguns a centos de quilómetros. Trescentos sessenta graus ao redor e parece que estás diante dum imenso aeroporto: ves os parques do Larouco, Melgaço, Outeiro das Augas entre Bande e Vereia, e mais: Cabeça de Meda, Aviom, Beariz, A Caniza… O que querem instalar em Barjas, pegando co Berço, o de Lugo Sul no Courel, e o de Prada, na zona da Veiga e A Póvoa de Trives, fechariam ainda mais o centro desse círculo”.

“Galiza nom pode suportar mais parques eólicos, e muito menos nas montanhas, que som santuários de biodiversidade. Temos declaraçons internacionais davondo que aconselham aproveitar os recursos sem pór em risco a viabilidade das geraçons futuras. Os ecologistas nom estamos em contra das renováveis. Mais Galiza é, com muito, o luegar de Europa que mais contribúe à produçom de energia, temos a porcentaxe mais alta de terras asolagadas, de encoros, e x asó cos que hai, temos a maior concentraçom de parques eólicos. Nom estamos em contra deles, pensamos que há tecnoloxia para aproveitar os existentes, melhorar a sua eficiencia, promover repotênciaçons”, explica Santos.

O parque do Macizo Central afecta a umha zona que verte a tres bacías hidrográficas distintas: a do Minho, a do Limia e a do Douro a través do Támega. “Tanto na  envolvente de 5 quilómetros como na de 10 quilómetros do conjunto de instalaçons localizam-se as seguintes zonas protegidas de água potável (ZPAP): Conca baixa do Minho, Conca do Sil, Ginzo de Límia, Encoro de  Levoreiro, Laça, Verim, Río  Tioira, Río Arnoia I, Río da  Lagoa de Antela, Rio Limia I em Alta Limia, Río Arnoia II, Rio  Tioira. Afecta a diversos hábitats protexidos pola Directiva 92/43/CEE, relativa à Conservaçom de Hábitats Naturais e da Fauna e Flora Silvestres, tanto prioritários como de interesse comunitário”, assinala o colectivo ecologista Petóm do Lobo, que desde há semana vem colgando na sua web informaçom sobre os distintos projetos de parques eólicos, assim como formulários e mesmo modelos para realizar alegaçons.

O proxecto de Statkraft afecta os montes vizinhais em mao comum de Guimarei, Serra de Sam Salvador e Monte de Arriba, Xeixadelo e  Carvalheiras, Travesa, Lastredo e  Malhada Grande, Navalho, Lama de Maçaira, Tamicelas, Sam Mamede de Prado e  Candas, Río Cabras, Serra de Sam Mamede, Sam Mamede e  Medo, Santiso, Murriosa, Texo, Vereia, Lombada e Loureiro, Porto Coinhos e Penas  Velhas, Carqueixal, Monte Uzal, ontes de Cacharrequilh, Forcada, Medias e Miranda, Cotelo e Rio Dous  Carneiros, Fontes  Velhas, Castro  Puxando e  Tardeles, Chao De  Ramiscas e Ribeiras de  Cerreda.

A comunidade de montes de Rebordechao plantou-se. Nom querem Verspargelung. O alcaide nacionalista de Vilar de Bairro convenceu a corporaçom municipal para assinar um comunicado no que rejeitam o parque nas condiçons que propom a empresa. Manuel Conde explicou as razons a adiante.gal o mesmo dia que fixo pública a decisom do Concelho de Vilar de Barrio. Em Vilamartím de Valdeorras, afectado polo proxecto de Barjas, o concelho pediu abrir um período de reflexióm, na Veiga o alcalde e a oposiçom também estám contra o projeto de Prada.

“Dejad las sierras em paz”, queixouse a semana pasada Javier Guitiám num artigo publicado em La Voz de Galicia. “Nom somos contrarios às energias limpas”, repete o alcalde de Vilar de Bairro, “pero o 70% do territorio do noso concelho está na montanha e este parque afeta gravemente à montanha”.

Desde Petom do Lobo insistem nos impactos no Maciço. “O Atlas das Aves Reprodutoras de Espanha documenta 104 espécies de aves na zona. Destaca a presença da tartaranha cinzenta e a gatafornela, catalogadas como vulneravéis no Catálogo galego de espécies ameaçadas, así como a becacina cabra, categorizada em perigo de extinçom para as populaçons nidificantes”.

“Ademais dos humedais e as águas, também se veriam afetados o habitat do lobo, da águia real e do urso, que utiliza como corredor o Maciço”, agrega Pepe Santos.

O activista aponta: “Galiza é um território com mui poucas áreas protegidas. A ampliaçom da Rede Natura 2000 está pendente depois de muitos anos. É umha demostraçom de incompetência e desleixo premeditado. No caso da Serra de Sam Mamede é evidente, o conjunto do Maciço teria que ser um parque natural. Também deveriam sê-lo Trevinca, O Courel e Os Ancares”. Nessas áreas situam-se estes projetos novos.

“Qual é o argumento? Para os comuneiros e para estes concelhos pequenos, os quartos. Bem, por que o Estado nom destina dinheiro à protecçom ambiental e compensa ás populaçons com quartos para que nom venham estas empresas convencer os comuneiros”, reflexiona Santos.

Técnica para espalhar espárragos: 4. Promover o abandono das poboaçons

Há anos foram fazer mediçons a Rebordechao e outras aldeias, conta o ativista. Daquela ainda quedabam umhas cinquenta vizinhas e vizinhos, havia nenos, hortas, terras de labor. Organizavam o entruido, saiam os peliqueiros. “Havia vida, e os vizinhos nom quigérom saber nada de quartos nem de torres eólicas”. Em vinte anos desapareceu case todo. Ficam doce vizinhos, viúvas e viúvos, nom ficam nenos, nom há moços, nom saem os peliqueiros… “Quando um país perde a estrutura social, perde quem defenda o território. Agora fala-se muito dos custódios do território. Está todo perdido. É conseqüência de políticas premeditadas. Fraga começou cos eólicos. Nunca se preocupou de ajudar os vizinhos, o que fijo foi declarar todos os parques eólicos de interesse público. A partir de aí, os vizinhos nom tinham nada a dizer e Galiza quedou a intempérie”, resume Santos.

As negociaçons ficárom reduzidas a negociaçons entre vizinhos e bufetes de advogados, que jogavam coa ameaça da expropiaçom. A Administraçom desapareceu. E segue desaparecida. “As comunidades de monte nom tenhem capacidade de resistir, nom há estrutura social, desertizou-se o território, nom há associaçom vizinhal nengumha, nem vizinhal nem cultural nem desportiva… Vês como a gente se defende na Serra da Groba ou na Costa da Morte. Aqui, estamos sós, estamos à intempérie, nom temos capacidade”.

Verspargelung no Maciço. Galiza abandonada pola Administracióm, abandonada polos labregos. “Somos um território de extraçom sem beneficio nengum, é mentira que estes projetos traiam emprego ou fixem populaçom, simplesmente é mentira”, conclui Pepe Santos.

Vendem-nos espárragos, mas som moinhos.

Olho.