Na semana passada informávamos da luita da vizinhança de Folgoso do Courel por evitar umha reforma do serviço de transporte que dificultaria ainda mais o acesso à escola, e poria em risco vários postos de trabalho. Na semana passada, som as e os familiares dos escolares de Baralha, à porta dos Ancares, os que saírom à rua ‘contra discriminaçom dos nenos do rural’.
Maes e pais concentrárom-se na passada sexta feira às portas do CPI Luís Díaz Moreno, reivindicando à Conselharia de Educaçom que atenda a sua exigência de jornada escolar única. Na actualidade, as crianças entram às 10.10h e saem às 17.15, o que obriga a umha interrupçom ao meio dia ‘que bate com os horários laborais dos titores, e dificulta enormemente a conciliaçom’, afirmárom as pessoas mobilizadas.
Vizinhança de Baralha leva anos a pedir jornada contínua, que facilitaria enormemente o deslocamento das crianças à escola e permitira a pais e maes compaginar a sua atençom com os seus trabalhos. O recurso apresentado em 2019, como é habitual nestes casos, foi respondido com silêncio administrativo. Agora, os pais e maes passam às concentraçons, que pretendem celebrar mensalmente.
A vozeira dos pais e maes, Carme Garcia Villamil, declarou que a escola de Baralha é das poucas da contorna com este horário, que consideram ‘inviável para o nosso meio rural’. Outra representante da ANPA, Candela Fraga, diz que a Junta da Galiza ‘planifica o transporte em base a Google Maps’, ignorando as necessidades reais das populaçons.
Em concelhos como Baralha, há longas distáncias para chegar ao núcleo escolar, e a dedicaçom de muitas famílias ao agro, particularmente à gadaria, fai difícil a desatençom da exploraçom. Maes insistem em que as crianças passam demasiado tempo na escola, alguns chegam à noite, e nom tenhem tempo sequer para fazer actividades extra-escolares.
Interesses empresariais
Mais umha vez, a lógica de certas empresas, e o olvido político da realidade rural, condiciona a decisom. Junta argumenta que ao ter estabelecido ‘acordos de longa duraçom’ com empresas de transportes, o horário nom pode ser cambiado. Administraçom propujo na mesa negociadora que a jornada se estabelecesse de 8.30 a 14.00, sem outros matizes, mas pais e maes esclarecêrom que precisariam mais tempo para levarem os nenos à parada escolar. O ritmo de vida da comarca permitiria apenas, segundo a ANPA, ‘entrar às 9.00 como muito cedo’.
Serviços em falência
Mínimas linhas de transporte, horários inadequados, suspensom de comedores escolares ou feche de centros, falta de serviços de pediatria…os problemas infraestruturais, originados em decisons políticas, fam mais e mais complicada a vida no rural, reforçando a tendência migratória destas comarcas. A imensa riqueza da zona fica desaproveitada por umha populaçom em mingua, quando nom é acaparada por grandes empresas extractivas.
Por trás de reivindicaçons aparentemente pontuais, como a das ANPAS de Baralha, há toda umha luita de fundo em que o rural se joga ser realmente um espaço habitado e com futuro.