Por José Manuel Lopes Gomes /
Continua a organizar-se o espaço popular pola soberania galega ; há duas semanas constituía-se Via Galega de mao de várias fundaçons, e onte mesmo, também na capital da naçom, apresentava-se a Assembleia Nacional Galega. Com a vontade confessa de « continuar a tradiçom das Irmandades da Fala », este novo projecto soberanista achega velhas ideias e novas formulaçons.
A Assembleia visa organizar todas e todos os compatriotas que estiverem interessados no exercício da soberania, mas com umha novidade : fazê-lo à margem das instituiçons, e também das organizaçons patrióticas existentes. Apresentam o seu projecto como « de base » e à margem dos ciclos eleitorais, com o que se diferenciam de outras plataformas ligadas estreitamente ao nacionalismo institucional. Ao mesmo tempo, a participaçom da directiva da associaçom exclui o desempenho de responsabilidades em partidos e sindicatos, com o que o desenho também se arreda das tradicionais estruturas lançadas polas organizaçons independentistas em décadas passadas.
A máxima prioridade do colectivo será a construçom nacional, lançada com plenta autonomia e de maneira democrática e horizontal; nela incluem-se a defesa e promoçom do idioma e da cultura, ou o resgate da nossa memória histórica.
Em lugar de destaque aparece também o « pacifismo », quer dizer, a exclusom radical de qualquer resposta violenta às agressons estatais, como a que parte do independentismo leva praticando desde os finais da ditadura. Desde a recente instauraçom do « delito de opiniom » pola Audiência Nacional (disfarçado de « enaltecimento do terrorismo ») a condena da violência popular está-se a converter na moderna « prova de limpeza de sangue » espanhola para um movimento social poder participar do espaço público sem perseguiçom policíaca e acossa para-legal.
Reintegracionismo, emigraçom e direito a decidir.
A Assembleia adere sem hesitaçons à filosofia reintegracionista, e utilizará a norma internacional em todas as suas comunicaçons ; levará em conta as pessoas emigrantes para afortalar a sua estrutura, chamando à participaçom a aquelas galegas que moram no estrangeiro. E, numha dinámica semelhante à iniciada polo movimento catalám há umha década, trabalhará por socializar o direito a decidir no conjunto da cidadania, à margem dos ritmos da política partidária. Algumhas das iniciativas apontadas som a realizaçom de referendos simbólicos, ou a difusom dum bilhete de identidade galego.
Acto público.
No dia de onte, a ANG vivia a sua estreia no centro cívico José Saramago de Vite, num acto que contou com recital poético e umha pequena intervençom musical. Pode-se ver um fragmento da jornada no video que a ANG pendurou nas redes sociais.