Comunicado dx artista:
A polémica xurdida desta obra artística abre um necessário debate sobre umha série de questons que transcenden a própria exposiçom. Tales como o uso da censura empregada como ferramenta política para controlar o pensamento e determinar aquilo que é socialmente aceptável. A pretensom de censurar umha obra artística, tele-transporta-nos aos tempos mais escuros da nossa história recente. A essa longa noite de pedra, quando toda manifestaçom artística que promovesse o pensamento crítico era perseguida e considerada um problema a erradicar. De igual jeito que esta polémica abre outro interesante debate respeito ao uso do espaço público. Espaço que nos pertence a todxs e que desde o nosso parecer, nom deveria dar as costas a nengumha expresom artística que pretenda fomentar umha sociedade mais justa na que a igualdade se poida materializar. O feito de que em 2020, umha obra artística seja considerada umha ofensa polo mero feito de apresentar nus; devería fazer-nos reflexionar se deveriamos tapar todas as esculturas e quadros clásicos que enchem os museus. Se quadra, este debate produz-se porque na atual sociedade do espectáculo já nom somos quem de diferenciar entre pornografia e arte.
Alexandre Folgoso
Comunicado das mulleres que integram o projeto:
Ante os ataques sofridos por parte do Partido Popular de Baiona contra a exposiçom “Corpos, Feminismo e Territórios”, vemo-nos na obriga de amosar o nosso profundo rejeitamento contra a sua intençom de censurar a mostra fotográfica. Consideramos, aliás, que além da censura, o feito de que se apele ao Alcalde, obviando a figura da Concelheira de Igualdade responsável de dita exposiçom e das mulheres que formamos parte da mesma, é um comportamento machista e tremendamente paternalista.
A liberaçom das mulheres parte por juntar-se e reconhecer-se, por visualizar as opresons que cada umha vive e unificá-las numha, cumha mensagem clara: nos nossos corpos decidimos nós. Os nossos corpos e os nossos territórios, que diariamente som agredidos, censurados, queimados e expropriados. E desta dor e impotência xurde a reinvidicaçom, considerando a arte como umha ferramenta transformadora. Esta exposiçom “Corpos, Feminismos e Territórios” foi um processo intenso no que nos amosamos vulneráveis e empoderadas ao mesmo tempo, abraçamos os nossos corpos diversos e atrevemo-nos a visibilizar as nossas realidades desde o agarimo e o respecto.
Formar parte do Outubro Diverso e do Novembro Lilá, amosando o nosso trabalho num espaço público de todas e de todos como é a Casa do Concelho de Baiona é um passo cara adiante na visibilizaçom desta reivindicaçom coletiva que trae de fundo muito mais: um olhar profundo à opresom dos corpos e da terra, e por tanto um olhar ao cámbio e à liberaçom. É por isso, que pedimos contemplar esta ou qalquer outra manifestaçom artística, sem questionar xs artistas, criadores e as mulheres que luitam em prol da igualdade.
E se xordem malestares, preguntar-nos por que, que é o que nos molesta exatamente… As mulheres espidas que saem nos médios publicitários de forma mercantilizada, a alusom à opresom dos corpos por parte da igreja católica, umha mulher dando peito, os corpos e as árvores queimadas..? Que é o que molesta? Nesta crítica, nesta revisom pessoal e coletiva, é onde medramos.
Alex Traska, Alba M., Alba P., Antía, Antía Q., Artai, Cohen, Eva M., Iria D., Iria Loisa, Luchi, Lucía O., Marta P., Patri Difusa, Rebeca D., Rochi Nóvoa e Verónika R.