Mais por necessidade que por conveniência dediquei um anaco do meu tempo no confinamento a dar-lhe umha volta a situaçom política além do que aconteceu no processo eleitoral galego. Sei que qualquer análise nom deve desconhecer os resultados e possivelmente as táticas e estratégias, das diferentes organizaçons, assentarám neles para os tempos que estám por vir. Ainda assim, aguardo que nom sejam estes, o condicionante exclusivo das suas analises e conclusons e de jeito aberto e participativo podamos debater a necessidade de criar umha nova plataforma cultural na defensa do nosso idioma, da igualdade e coessom social, do território e do meio ambiente, da educaçom e da cultura para construir através destes valores umha sociedade ativa, critica e integradora. Galiza é umha naçom sem possibilidades de ser dona do seu presente e futuro. A conjuntura que estamos a viver as galegas e galegos, merece e deve ser tratada mas alô dos partidos e organizaçons políticas.


As atuais circunstâncias internacionais, venhem marcadas polo deterioro das relaçons entre Estados Unidos e China e umha certa parálise da globalizaçom desenfreada. Isto exige já umha nova análise política e um realinhamento. Nesta nova guerra fria como consequência da encruzilhada das crises (política, económica, sanitária, comercial, tecnológica,etc…), Europa terá que definir ata onde seguirá sendo o aliado dos Estados Unidos ou tecendo umha nova política de alianças em todos os terreos. Se Trump recunca no cargo os mandatários europeus vam ter muitas dificuldades diante dos seu eleitorado por seguir deixando-se levar das ”toleiradas” deste Presidente. Como consequência do empobrecimento crescente, a desigualdade manifestará-se de jeito violento em moitas sociedades que já nom poderám seguir termando das promessas e o poder, precisará da repressom para conter as protestas. Novas dialéticas entrárom no confronto político com força como a fenda intergeracional e as estratégias para frear o caos no meio ambiente. E para rematar estes trocos no panorama internacional, a transformaçom tecnológica gerará novas constradicçons e oportunidades.


O Estado Espanhol, ingerido nesta Europa configurada polos interesses capitalistas e a colaboraçom de todos os atores da transiçom política, assiste hoje a um debate permanente entre o que é e o que quigesse ser; mas este debate está sempre misturado de trampulhadas , de imposiçons e de interpretaçons constitucionais num marco legal alheio a essa democracia tam festejada, como tantas vezes baleirada de justiça, coerência e igualdade nos direitos e obrigas, que a tem debilitada e ao serviço do poder. Umha boa prova de toda esta maneira de fazer chafalheira é a gestom da crise sanitária que estám a fazer, primeiro declaram um estado de alarma (com mando único), e segundo, quando no parlamento espanhol nom podem estirar mais as prorrogas no tempo , inventam o da co-governanza entre o Estado e as autonomias que nom é mas que umha maquilhagem da irresponsabilidade.


O “Estatut catalã” -e todos os acontecimentos que vinhérom depois- deveria aclarar incertezas teóricas criadas tanto por autonomistas confessados como por quem propujo avançar pela via estatutária até a soberania nacional, sem mais. A realidade é que a consulta catalá é umha evidencia de irrealidade para quem aspire a umha Pátria Galega pola via da atual Constituiçom Espanhola. Nom sei que fará o nacionalismo basco (após a via fracassada também no Plam Ibarretxe), mas suponho que terám que mover peça no tabuleiro de xadrez.



Olho para os demais e trato de analisar os acontecimentos hoje e agora. Pergunto-me e pergunto se deixamos fazer aos demais povos e quedamos como observadores da dialética ou fazemos o nosso Plam. Seria um erro histórico ficar outra vez fora de jogo e enxugados polo espanholismo que tanto se veste de federalista como de recentralizador. Sem saber qual vai ser o resultado final desta mal chamada crise institucional do Estado Espanhol, sei que o termo Naçom-Pátria para espanholistas e nacionalistas nom tem nada de comum.
Sei que a posiçom política em que hoje acredito deveria sair desde das organizaçons do nacionalismo galego mas a probabilidade de construir umha alternativa de certa convergência (sem padrinho nem madrinha) nalgumha plataforma ou ente novo, hoje é umha posiçom minoritária, mas é necessária. Suponho que cada quem dedicará os seus esforços para os adentros e nom vai ser doado atingir apoios a outros convencimentos , como o da necessidade da colaboraçom entre as diferentes tendências políticas do nacionalismo numha nova fórmula sem que ninguém perda a sua identidade e organizaçom. Quero fazer esta precisom obrigada, já que em boa parte da historia da nossa pátria coexistírom as tendências políticas, e a uniom véu dada só pela definiçom nacionalista. Gosto de matinar que fariam no atual contexto político Vilar Ponte, Suarez Picalho, Otero Pedrayo, Castelao, Bóveda ou o mesmo Reboiras. Quando menos tentariam fazer algo.


Quando Tourinho em campanha eleitoral deixou claro que o “quid pro quo” nom ia ser o seu princípio para formar um governo alternativo, muito matinei naquelas palavras (…,“no caso dum governo alternativo ao Sr Fraga este será presidido por um socialista ou Fraga seguirá a governar”…,). A minha conclusom foi: jamais seria possível umha relaçom de igualdade entre o nacionalismo galego coa social-democracia (ainda que se chame pacto de esquerdas ou progressista) e co espanholismo por extensom. Umha alternativa real ao PP na GALIZA, no horizonte que temos por diante nom pode olhar só para o PSOE, nom pode desbotar-se ou esquecer outra das prioridades que deve formular o nacionalismo galego. Claro que o poder é importante e fai mais doado a consecuçom de objetivos mas ainda está por ver como resolveria a social-democracia a situaçom da atual correlaçom de forças no Parlamento Galego numha hipotética situaçom dum PP por baixo dos 38 representantes. A dialética política do PSOE é mui conjuntural do mesmo jeito que os liderados de hoje. Quem acredita no dos “efeitos” Sanchez, Iglesias ou qualquer outro, deixa-se levar polo interesse jornalístico do individualismo na política. A fortaleza, quando menos para o nacionalismo galego, foi, é, o trabalho e a organizaçom coletiva.


Já falei noutros artigos da necessidade do renascimento na dialética política galega. Há anos, falando com um companheiro acreditado da UPG sobre a situaçom política e do nacionalismo galego, decidim perguntar-lhe por se figeram algumha análise sobre a crítica que realizara o Movimento pola Base a respeito do Bloque e a sua participaçom no bipartido no relativo às posiçons políticas e às pessoas que iam acreditando na governança. A resposta que me deu foi mui escapista, espetou-me: “a vossa posiçom nom tivo muita qualidade”.


Desde aquele momento, venho matinando nas crises do nacionalismo galego desde a década dos 70 (“Pepinho” e Ferrin), até o das Mareas e o que está por chegar. A minha conclusom é que a Posiçom Soto, mesmo antes da sua concreçom, primeiro foi pouso antes que fundamento e argumento nas liortas e desacougos no tempo pós-Reboiras (além dos personalismos e alinhamentos das lealdades e confianças e mesmo das fugidas coa roupagem vanguardista que foram agromando no cenário político). O passado foi, é, mui condicionante para topar umha saída a esta dinâmica de enroscamento continuo no nacionalismo galego. O presente nom é melhor, a dinâmica política é maioritariamente quantitativa e -queiramos ou nom- enquadrada no marco do Estado co objetivo exclusivista de situar-se por em riba no confronto eleitoral neste espaço, ou nalgum dos outros casos, singelamente, resistencialista. De todos os confrontos nacionalistas, o de Ámio foi o que tive menor qualidade. Nada novo depois, nem nas Mareas (posiçom Soto revisada para hegemonizar esquerda e nacionalismo), nem no Bng (co objetivo de recuperar a posiçom hegemónica no nacionalismo). mas o Partido Popular chegou aos 42 representantes.


De novo os debates (de dar-se) manterám a devandita característica: o enroscamento, desconhecendo adrede que os acontecimentos e as dinâmicas políticas vividas deveriam pôr de manifesto a única possibilidade que tenhem os nacionalismos periféricos no Estado Espanhol para que a sua pátria seja umha naçom com reconhecimento jurídico-político tanto nesse contexto como no europeu e internacional.


Pouco a pouco, as dúvidas irám despejando-se; o nacionalismo ou é emancipador ou nom resolve nengum dos problemas apresentados. Coincido no reclamo de Castelao aos imperialistas fracassados, na liberdade de todas as Pátrias pero sabendo que ninguém nos vai regalar nada numha mesa se nom há reclamo, resistência, movimento e construçom de poder desde o antagonismo.


Igual que noutras partes do mundo, o futuro ainda nom chegou, está por vir. Na Galiza é preciso agora, algum esforço para que o nacionalismo no seu conjunto e nas diferentes maneiras de entendê-lo e praticá-lo sejam quem de fazer algum achegamento, nom para a unificaçom, mas sim para concentrar esforços na luita cultural e na defensa dum programa soberanista.
O meu chamado a organizaçons, coletivos e pessoas nacionalistas tem como objetivo umha nova soma de vontades, esforços, sentimentos e desejos. Os minifúndios políticos, os localismos e personalismos som os maiores responsáveis da situaçom atual. Os velhos já tivemos a nossa oportunidade. Conformemo-nos agora com apoiar e oferecer a nossa experiência de acertos e erros numha nova formulaçom nacionalista, integradora das necessidades e aspiraçons das classes populares, que também deve ajudar a impulsar um projeto concreto de naçom coas suas vertentes sociais e coas consequências jurídico-políticas que supom tal definiçom, liderado por homens e mulheres para este novo tempo e fazê-lo seu.


Falava ontem com Teresa Barro do seu artigo ( https://www.nosdiario.gal/opinion/teresa-barro/galiza-non-adianta-como-debia/20201005172039106259.html), e dizia-lhe que estando basicamente de acordo coa sua tese, segundo a minha minha analise, nessa fenomenologia as razons económicas nom som as únicas. Pese a que o discurso geral precisou deste assunto para argumentar a fugida do rural, as vilas e cidades, mesmo a emigraçom, aprofundar nas razons psicológicas do entramado familiar e das tradiçons obrigava também a mostrar as nossas debilidades como sociedade. O de “forjar-se um futuro” pode que tenha essa origem, mas essa ideia primigênia surgida da necessidade económica, conlevou também muitas mais questons, entre outras, ter umha proposta alternativa de vida, às vezes rachando com muito do vivido e outras, tratando de compaginar a realidade coa tradiçom, costumes e o aprendido. O nacionalismo, em pura lógica, tivo que mover-se em coordenadas semelhantes ainda que pudesse parecer que um maior nível formativo, mesmo a ideologia fossem as vacinas que protegeriam da enfermidade da tutela , do cainismo, do paternalismo e da demonizaçom do contrário ainda que este, só tivesse a ousadia de fazer umha crítica à dirigência ou a linha de actuaçom.



TODAS E TODOS SABEMOS da necessidade que a gente do comum na Galiza tem dum projeto comum para poder confrontar coas normas culturais atuais que impóm a classe dominante e o espanholismo na sua construçom social e política e cales som os instrumentos de dominaçom que nos imponhem. Nesse contexto, as alianças táticas que se decidam no seio dos partidos e organizaçons (para a parte eleitoral, de governos nas instituiçons e organismos), deverám ter em conta a estratégia (para o todo, no que Galiza é umha naçom, com todas as consequências jurídico-políticas que supóm tal definiçom).


A proposta quer ser integradora por que cada vez fai-se mais evidente, a linha divisória entre os defensores da integraçom no sistema, em todas as suas manifestaçons (capitalismo, autonomia, constituçom espanhola, monarquia, bilingüísmo, cultura alheia, dependência alimentar, desprotecçom do território e do meio ambiente, desfeita do agro e do mar, ensino anticientífico, umha construçom europeia dos Estados alheia aos povos, e reforma permanente no sócio-laboral e o pacto social, como fórmula do entendimento para a relaçom estável, entre a patronal e os sindicatos, co interesse mutuo, tanto para hegemonizar as relaçons do trabalho, como para o fortalecimento das suas estruturas) , e os e as que queremos umha Galiza Ceive e sem exploraçom, onde os galegos/as podamos decidir o nosso futuro, sem mas limitaçons que as que aprovemos democraticamente darmo-nos, é dizer , em liberdade.


Ou construimos juntos ou afundiremos cada quem na sua leira ou mareia. O mundo depende numha pequena parte de feitos e açons que nom aparecem na história; precisamos de mitos e de referentes políticos e sociais mas também som necessários, aqueles outros, que tenhem a valentia de fazer propostas para superar o velho, o de sempre, o que já nom serve. Conformaria-me eu, com nom ter que dizer : “nada novo, todo velho”.