Chegou o ecofascismo e chegou disfarçado de sanitarismo paternalista ao abeiro dumha pandemia espalhada pola globalizaçom. Branco e verde. A bata branca e o uniforme verde milico para apelar ao medo dos mais. Quem governa o mundo sabe que o medo desmobiliza, desune e desartelha qualquer movimento cidadao que reclame nom mais que os direitos básicos: vivenda, saúde, educaçom, cultura, renda básica universal… Assim, nom há tele-jornal que se questione, é um dizer, por qué se arrasa o Amazonas com um monocultivo de soja que atravessa os oceanos do mundo nom mais que para alimentar galinhas chinesas. Ainda sabendo que a deflorestaçom e demais devastaçons ecológicas, junto coa globalizaçom das cadeias de produçom e distribuçom da agroindustria contribuem, dum jeito fundamental, ao espalhamento de pandemias. Nom, os okupas de oligopólios nom lhes parecem tam preocupantes!. As conseqüências terroríficas da globalizaçom som tabu nos meios de comunicaçom, por isso é preciso culpabilizar da pandemia os morcegos, os pangolins ou os imigrantes ou pessoas de bairros obreiros que tenhem a indecência de viver em infra-vivendas ou em vivendas humildes onde nom podem respeitar essa distancia física ou por se trasladar a trabalhar aos barrios ricos no metro ou no bus, atustulhados sem poder respeitar a distância social. É, quando menos suspeitoso que o Estado, sempre ao serviço da oligarquia, de súpeto se desviva pola nossa saúde vírica quando nunca se preocupou de melhorar a nossa qualidade de vida.
Chegou o ecofascismo e o governo, após dar folgos à perseguiçom vizinhal, à delaçom entre os aplausos dos balcons, começou a desescalada a um mundo bradburiám onde as máscaras só deixam ver uns olhos de olháparo a abesulhar infraçons. O outro como inemigo potencial é a base do fascismo.
Como na Queda em picado de Black Mirror, os telemóveis servem de controlo pré-totalitario entre a cidadania. Milhons de pessoas descarregárom já a aplicaçom Radar Covid no rastejo de positivos e prometem fazê-lo com essa nova app que permite denunciar qualquer suspeita de delito, incluída a okupaçom dumha vivenda. Tecnonazismo ou o pior pesadelo de distopia?.
À par, os tele-jornais criminalizam a pobreza, a precariedade ou qualquer tentativa de organizaçom á marxe do sistema. Criminalizam o movimento okupa que protesta contra a especulaçom imobiliária, o turismo insustentável, a gentrificaçom, a banca especulativa… no entanto ninguém parece escandalizar porque existam milhons de pessoas sem direito a vivenda no país das segundas residências, da venda de aldeias inteiras ao melhor puxador, dos milheiros de vivendas baleiras propriedade de fundos abutre. No fundo o que amola é que os okupas defendam o direito à vivenda por riba do direito á propriedade. Quando a okupaçom existiu sempre dum extremo a outro do planeta. Assim medrárom por força os arrabaldes das cidades forçados polo êxodo rural que forneceu industria e serviços. Além daquelas concepçons políticas como a anarquista ou a libertária que teimam na toma de terras, meios de produçom e vivendas para construir comunidade à margem do lucro do Capital. E contra eles acirram os despexos porque os centros de apoio e sociais som umha ameaza. Cream cultura e comunidade sem dono.
14.756 despejos em 2019 e a ti indigna-te esta pintada. Quantas vezes os valos falam alto e claro como o melhor meio de comunicaçom!.
Num estupendo artigo do jornal Mapa de agosto-outubro deste ano dim que a revoluçom que vai haver nom é de cravos nem de rosas, é de sem-abrigo ou como lhes dizemos por acó, dos sem teito. Os peritos dim que se continuam as tendências atuais a okupaçom aumentará a 2000 milhons para 2030, umha de cada quatro pessoas. Assim será enquanto especular coa vivenda siga estando por riba do direito a ela. Enquanto empresas de propietários fascistas como Mi casa no es la tuya puderem desalojar famílias sem ordem judicial botando mao da seguridade privada, como estes dias passados em Lugo. A política de securitas direct enquanto jantamos protagoniza o bombardeio televisivo assustando-nos cos malvados okupas. Como se ter um teito fosse um luxo ou nom ter meios económicos, um delito.
No entanto políticos e bispos vivem em áticos do centro e fogem do vírus para as suas segundas residências, os seus demagogos alertam de desembarcos de okupas em Vallekas. Ese Valhekas solidário e cultural, insubornável. Esae Valhekas obreiro, exemplo de luita antifranquista. Territorio do FRAP e demais luitadores polas liberdades.
Mesturando a mantenta droga, inmigraçom, okupaçom, precariedade e miséria, os regimes autoritários sempre justificárom o seu devalo totalitário. Ao fim, confinar em guetos e lazaretos isolados e carentes de liberdade é condiçom necessária para que nos bairros ricos se sigam acaparando uns recursos cada vez máis escasos. Cando se fai, por riba, alegando medidas saniáarias numha pandemia chámase ecofascismo. E nom, nom é confinamento é luita de classes!