Conversamos com um membro da Plataforma Antifascista Galega. Paulo Vila é um moço de 28 anos, vizinho do Concelho de Mos e que forma parte também do Comité Antifascista da Lourinha (CAL), constituído recentemente.
Como surge a Plataforma Antifascista Galega e quais som os seus propósitos?
A PAG nasce perante a ofensiva do fascismo no Estado espanhol. O setor mais terrorista e chauvinista da oligarquia, aproveitando a crise sanitária do Covid-19 e a ineficácia do governo do PSOE- Unidas Podemos à hora de implementar medidas em defesa dos interesses da classe trabalhadora, impulsa o fascismo para defender os seus privilégios e aumentar a ofensiva contra o movimento operário.
Perante este cenário derivado da pandemia, a miséria, a precariedade laboral, o paro, etc, vai aumentar cada vez mais entre os setores populares. A burguesia, consciente das futuras luitas e protestos, emprega o fascismo como ferramenta para esmagar o movimento operário.
Os objetivos principais da PAG som denunciar e alertar sobre a ameaça do fascismo e do seu projeto oligárquico, exigir a derrogaçom das diversas normativas que propiciam o seu avanço ( Lei de Amnistia, Lei Mordaça…), movimentar ao povo trabalhador galego contra a ofensiva reacionária e desputar a hegemonia cultural e ideológica entre os setores populares. Todo está recolhido no programa reivindicativo de 17 pontos divulgado nas redes sociais.
Quem forma parte da PAG? Estám dentro desta plataforma organizaçons politicas e/ou personalidades públicas do País?
Inicialmente impulsou-se um manifesto para a sua criaçom. Entre os assinantes destacam diversas figuras conhecidas pola sua trajetória política como Xosé Manuel Beiras, Carlos Taibo, Ana Miranda, Xeraldo Abraldes, Carlos Morais, Antón Sánchez…
A PAG está formada por diferentes comités e organizaçons políticas e sociais do País genuinamente antifascistas. Também integram a PAG pessoas que nom formam parte de nengumha organizaçom e que decidirom participar a nível individual.
Quais foram as acçons mais destacadas da plataforma até o de agora?
A situaçom derivada pola pandemia do Covid-19 impossibilitou até o momento poder fazermos determinadas açons ou atividades na rua. Polo de agora a nossa atividade centrou-se na denúncia, agitaçom e propaganda nas redes sociais ou apoio a diferentes concentraçons, como a convocada contra a visita do Bourbom, Felipe VI, a vindoura quarta-feira, dia 2 de Setembro em Tui.
Temos previsto nas vindouras semanas fazermos reunions presenciais para poder marcar umha folha de rota concreta e começar com a atividade política nas ruas. Convocaremos às diversas associaçons, entidades e organizaçons políticas antifascistas da Galiza.
Crês que a caída do governo de Mariano Rajoy à frente do Estado espanhol reavivou sentimentos franquistas ou fiz que a extrema direita se fizera mais visível na Galiza? Pensas que a crise da Covid também afectou neste sentido?
O fascismo sempre estivo presente nas diversas instituiçons do Estado espanhol, seja qual for o governo. Eis caso do aparelho judicial, policial, exército, monarquia, igreja católica, etc. A transiçom foi umha maquilhagem do franquismo, um câmbio de nomenclaturas.
Perante a crise sanitária e todo o que implica para os setores populares, a oligarquia emprega os partidos fascistas como Vox para evitar que os setores mais precarizados do povo trabalhador tornem cara posiçons antifascistas, anticapitalistas ou revolucionárias.
O governo “progressista” do PSOE- Unidas Podemos, nom ajuda. A falta de medidas para a nossa classe ou a normalizaçom de partidos como Vox, democratizando-o, só fortalece a ameaça fascista que se movimenta e age com cada vez mais perigosidade nas ruas. Eis o motivo polo que devemos organizar umha resposta contundente quanto antes.
Pensas que a crise da Covid trazerá mais nacionalismo espanhol e fascismo às ruas da Galiza? De ser assim, que deveriamos fazer na tua opiniom para evita-lo?
O fascismo nom é um fenómeno passageiro, nem vai desaparecer por sim só. Enquanto a oligarquia e o sistema capitalista que o sustenta continuem intatos, a ameaça continuará presente.
Tenho claro que se nom organizamos umha resposta contundente e organizada em todos os planos, a acometida do fascismo vai aumentar, nom falo exclusivamente de ameaças ou protestos nas vivendas de dirigentes políticos progressistas, falo de açons violentas e terroristas contra setores populares e antifascistas.E mais sabendo que contam com o apoio do fascismo institucional.
Se o Vice-presidente do governo espanhol nom pode contar com a proteçom do serviço de segurança, porque a polícia informa aos fascistas dos seus movimentos, que é o que o fascismo pode fazer contra os setores populares antifascistas que nom contamos com essa proteçom?
Só a organizaçom antifascista combativa pode frear a acometida do fascismo. Deve ser esmagado!