Sem água e sem monte, para que queremos pátria? Enquanto ondeiam as bandeiras, estreladas ou coroadas dum santo graal nas sete províncias antergas, Monterrei arde em lapas de miséria pasteira. No coraçom desse inferno folgado pola indústria do lume, cantemos o hino que eternamente pergunta que dim os rumorosos na costa verdecente. Escuitade, siareiros do Celta e do Depor, setecentos campos de futebol pasto das cinças!. Que teremos de celebrar?. Quem ascendeu ou passou a segunda B? Setecentos campos de futebol num só dia. E a costa verdecente como umha ratoeira apocalítica.

Entrementes, o rei do fecha Espanha ofícia umha misa de botafumeiro cos prohomes autonomistas do merchandising cultureta do sentidinho, no país das mil e umha piscinas privadas a carom do mar, das mil e umha piscifactorías lobísticas das rias, dos mil e um rios hidroeletrizados. Ao tempo, uns independentistas aguardam umha condena de anos de cadeia por exercer os seus direitos políticos. Galegos sem militância, já de volta de todas as idas, sentem nas próprias carnes que a penas fica nada a celebrar. Orfos de pátria e mátria, repudiados polas essências xebres dumha e outra cor, nunca chegárom a ser de avondo para ter entidade nacional. Fam longas fileiras à porta das administraçons, invisíveis, indocumentados, inermes, patriotas dum estómago sempre valeiro. Eu som honrado, nunca passei fame… Elitista consciência nacional filha dum romantismo caduco, essa que evita baixar aos arrabaldos das vilas ou aos casoupos das aldeas minifundiarias. Mas nom é digna dos ossos de seus filhos, pátria que os nom mantém.

Pessoa cría que os portugueses nom se podiam conformar, quando eram verdadeiros portugueses, com umha só personalidade nem com umha soa maneira de pensar. Nom é tempo de essências mas tampouco de indefiniçons.

A política sueva de organizaçom territorial artelhou Galiza em freguesias libertárias submetidas ao poder senhorial que ao se colonizar perdérom o seu ser comunitário para se aculturizar e dar-se politicamente aos escribáns e capeláns. Foi o Devalar que iluminou Pedrayo. Carvalho Calero dizia que Otero tinha de comum com ele o desinteresse pola política. Hoje enxergamos a que aludia com esse desinteresse. Otero nom era o que entendemos por um homem de esquerdas e menos progressista, no que tem ao desenvolventismo urbano. Os caminhos da vida espelham um canto à fidalguia, à essência da Galiza no rural, na encruzilhada da aldeia, na simbiose do ser galego coa paisagem como umha sorte de siamesismo ancestral. Nom se trata de fazermo-nos oteriáns mas sim de integrar na defensa da independência o alicerce da ruralidade como esqueleto da naçom. Nom desboto que precisemos dum agrarismo pondaliano para abalar os foros de hoje.

Eis umha das diferenças fundamentais entre nacionalismo e arredismo. No arredismo nom entra a modernizaçom do rural, a industrializaçom capitalista do agro. Nom entra o produtivismo da vaca adúltera e do peixe sapo escocês piscifactorizado de Galiza qualidade. Nom entra o alumínio eletrointensivo de Alcoa, nem sequer nacionalizado, porque só tem de vermelho a balsa tóxica da externalizacióm. Nom entra nem o extrativismo de toda caste nem esse industrialismo colonial que só lembra o internacionalismo de classe o primeiro de maio e cuida que o ecologismo e o decrescimento nom vai com eles. O arredismo entende a Galiza como umha simbiose ecológica da casa coa terra para se elevar ao amor à paisagem cultivado com visom de passado e futuro. Um plantar e um pescar para os netos. Recuperar a comunidade como ser coletivo que respeita o diferente, o conflitivo, mas que nom tolera o ataque ao comum, e nesse comum está a defensa do território como recurso vital. A comunidade integradora que defende a ajuda mutua entre vizinhos de porta que nem se falam. A comunidade como ente político de controlo social. O comum por riba do meu, por riba do partidismo interesseiro.

O arredismo é mais de celebrar juntança cos irmaos bercianos ou eonaviegos do que discursear nas quintanas de vivos ou de mortos. É mais de debourar nos movimentos cidadaos por construir alternativas ao fascismo do que de reclamar mediaticamente um paço. Longe das façanhas ostentosas, o arredismo nom concorda com esse nacionalismo de raposa do aire que parece acreditar em que quando berra na noite, algum usureiro ou cacique vai morrer.