Quando se colgárom os remos na manhã daquele domingo de princípios de março ninguém podia imaginar que seria o último dia em que se sairia ao mar em muitas semanas. Fôrom catorze semanas de adestramentos na casa, catorze semanas adestrando sós. Fôrom quase um cento de treinos no remoergômetro. Catorze semanas onde as incertezas eram cada vez maiores. Incertezas que faziam difícil encontrar a motivaçom suficiente para fazer os mais de mil quilómetros necessários para manter a forma durante os meses de confinamento. Tam difícil que muitos nom aguantárom e nos últimos dias fôrom nove trainheiras galegas as que anunciárom que renunciavam a participar na liga galega deste verão.
Nove trainheiras
As trainheiras de Amegrove, Corujo e Cedeira na categoria masculina; as de Esteirana e Náutico de Ribeira na feminina; e as de Mugardos e A Cabana de Ferrol em ambas as duas categorias, engrossam a listagem de equipas que estavam inscritas na liga galega desde começo de ano, mas que se vírom empuxadas a colgar os estrobos até a vindoura temporada por causa das restriçons impostas pola epidemia. As exigências de adestrar confinados somárom-se às habituais dificuldades que tenhem muitos clubes para sacar a trainheira ao mar.
Se a princípios de mês relatávamos neste portal que a liga ACT manteria o calendário habitual com 18 provas pontuáveis e apenas se veria alterada pola pandemia do COVID-19, embora estabelecesse um protocolo sanitário para assegurar a saúde dos desportistas, a liga galega viu seriamente diminuída o seu número de participantes e tivo que modificar o seu calendário devido às numerosas baixas de última hora.
Dificuldades para sair ao mar
Quando Galiza entrou na fase 3, e o governo espanhol delegava nas comunidades autônomas, semelhava que já se poderia sair ao mar, e efetivamente, em Euskal Herria já começárom a fazê-lo desde o dia 8, mas o governo galego decidiu que unicamente se havia dinheiro de por médio se podiam fazer atividades em grupo.
Deste jeito, podia-se ir ao bar, cear de restaurante, ir trabalhar, viajar de autocarro ou fazer desporto organizado através dumha empresa, mas os remeiros que passárom favoravelmente as provas de anticorpos nom podiam vogar. Havia que aguardar. Para a Junta de Galiza as atividades nom económicas nom som umha prioridade e do mesmo jeito que as escolas e os jardins de infância, que ainda a dia de hoje permanecem pechados, o desporto nom profissional também é desprezado.
Foi ontem, dia 15, coincidindo co fim do estado de alarma, quando por fim se podiam retomar os adestramentos na água. Esta demora em poder treinar no mar provocou que praticamente todas as trainheiras galegas que ainda estám em disposiçom de competir este verão o fizessem ontem mesmo. Quando apenas restam duas semanas para o início da liga, urge habituar os corpos e as mãos ao esforço.