Ali, no cerne do panóptico, a torre central, mutada os domingos em capela para moralizar aos criminais. Ali, onde os vigilantes gozavam do privilégio de ver sem ser vistos.
Umha manhá despertamos na metamorfose, acurralados como Gregório Samsa. Outravolta, os olhos do anjo da morte a nos fitar num medioevo 5 G onde a dança da morte bategava nos telhados do mundo e enchia de cadaleitos anónimos as residências de anciáns.
Como cans potencialmente perigosos, as pessoas saíam com bucal polas ruas ermas, e as praias e campos amenciam num mar de máscaras cirúrgicas entre as toalhinhas húmidas e os plásticos de nitramom. Nos carros estacionados as máscaras penduravam dos retrovisores substituindo as imagens dos Sam Cristovos qual um Hermes psicopompo de biocontrolo. O mundo fechava o ciclo secular dum novo surrealismo que já nom estava ao serviço da revoluçom senom das forças sotarregas da reacçom. Na arte, as maçás com antifaz e eses relógios deformados de Dalí cobravam um sentido premonitório.
O panóptico da omnisciência invisível mudava à residência estival e apurava a temporada pintando setecentas oitenta quadrículas na praia de Silgar enquanto os drons sobrevoavam o rural vigiando o aforo e informando em tempo real nas redes sociais. Chegavam, do cam de Singapur, uns ouveios bradburiáns de alienaçom em massa onde os Montag nom precisavam arder os livros porque quase ninguém lia, fecharam bibliotecas e livrarias, e as Mildred falavam cos familiares tertulianos das ilhas de sobreviventes e cos híbridos de ovelha e porco duns novos gravados monstruosos.
Na Espanha agnotolóxica -secana história criadora de ignorância a mao-tenta-,agonizam as livrarias e esmorecem as bibliotecas. Robert Proctor dizia que a ignorância é poder. Despertava o ogro assassino de Doré e o terror pánico hobbesiano demandando um novo pacto social. Entre as ringleiras dos famintos, a Conferência Episcopal compensava o déficit de ingressos coas doaçons dum portal no web enquanto o seu exército intermediava os salários de miséria das mulheres migradas para servir ás famílias das ruas Serrano e Salamanca onde os privilegiados bulravam o confinamento batendo umhas caçolas sempre cheias em nutrida e permissiva festa.
Entretanto preparava-se a conjura dos necios. Os novos Ignatus, inadaptados e anacrónicos, os sonhadores do regresso das castas e da moral medieval. Mascarada das batarias de artilharia disfarçadas saíam em caravana ondeando as bandeiras da pátria do touro e dos passeados nas cunetas. Bucal verde milico abandeirado com sensores de fume rojigualda em alaridos de demagogia ancestral herdada dos eternos golpistas. Envoltos em incensários de saias misóginas aventando o lume, a remexer nos rescoldos das baixas emoçons , o medo, a inveja, o preconceito, prendendo as cinsas dum passado sempre quente e irresolto. O primeiro de maio proibira-se a caravana das bandeiras vermelhas. Nom precisamos detetores de movimento e calor, sensores de proximidade nem programas de reconhecimento facial para ventar totalitarismos. O trípode monstruoso desfila baixo palio de passarela democrata. A esquerda confinada sem câmaras infravermelhas. Afoutas enfermeiras a combater fascistas em Ciudad Real.
A ceifa dumha fanada democracia esparegida em plataformas e fundaçons alimentadas com fundos públicos. Entre tanto os sismólogos centralistas do progressismo a ajejar o nosso ruído sísmico, as vibraçons dos operários no talho e a nova normalidade do velho dióxido de carbono dos carros para o aquecimento global.
A soedade e a massa fazendo parte do mesmo monstro.