As férias de Natal eram tradicionalmente o momento escolhido para que a Seleçom Galega de Futebol desputasse um jogo para reivindicar a oficialidade das selecçons galegas, mas todo parece indicar que este Natal tampouco haverá encontro.
Os inícios
O combinado galego estreou-se no 19 de Dezembro de 1922 no campeonato Inter-regional com vitória ante o equipo do Centro (formado por jogadores de Castela e Andaluzia). Logo deste campeonato, ao longo da década dos 20 e 30, sucedêrom-se umha série de encontros amigáveis contra equipas galegas, portuguesas e outros combinados nacionais. O último destes jogos desputou-se em Ferrol ante o Racing, no ano 1939 pouco antes de rematar a Guerra Civil.
Neste anos cumpre destacar que um combinado galego fora selecionado polo Comité Regional Pro-Olimpíada Popular para participar na Olimpíada Popular de Barcelona, que se estava a organizar como resposta às Olimpíadas de Berlim, mas nom se chegou a jogar devido ao golpe fascista de 1936.
O regresso
Logo de várias tentativas para recuperar a Seleçom, entre os que destacou o trabalho de Siareir@s Galeg@s e do movimento bravu que chegou a gravar em 1997 o álbum Selección Xa! no que colaboraram jogadores profissionais entre eles Nacho, ex-jogador da S.D. Compostela e defensor acérrimo da Selecçom.
Mas tiveram que passar 66 anos sem ter-se desputado nenhum jogo, para que a Irmandinha regressara aos campos de futebol em Dezembro do 2005 contra o combinado de Uruguai ante umha multidom que enchia o estádio municipal de Sam Lázaro. Este encontro fora organizado na altura pola Junta de Galiza. Após 16 anos, o bipartito formado polo PSdG e BNG botárom do Governo da Junta ao Partido Popular e com a nacionalista Ánxela Bugalho à fronte da Conselharia de Cultura e Desportos, impulsionou o regresso da seleçom galega.
Logo deste primeiro jogo, desputárom-se outros três, também com o apoio da Junta, os quais se celebraram em diferentes cidades galegas: foram contra Ecuador em 2006, Camerúm em 2007 e Irám em 2008. Mas no ano 2009, o PP recupera o poder, Feijoo converte-se em novo presidente da Junta e com o pretexto da austeridade, o governo autonômico deixou de organizar novos jogos da Seleçom.
A força do movimento social
Desde entom, tomou o relevo Seareir@s Galeg@s, e com muitos menos recursos que nos anos prévios, continuou a organizar jornadas desportivas reivindicando a oficialidade das selecçons galegas. Estes encontros já nom contavam com as estrelas profissionais que sim participaram no período anterior mas isso nom impediu que se celebrassem.
Naquele primeiro ano organizado polo movimento popular o jogo foi contra o CD Paraguayo, e a partir de entom os encontros celebram-se contra combinados de naçons sem Estado. Contra a Palestina em 2010, Saara em 2011, Kurdistám em 2012, Occitánia em 2013 e Senegal em 2015. No ano 2014 nom houve partido devido à “debilidade do coletivo, as dificultades para contar coa participaçom de desportistas, falta de apoios…” segundo as próprias palavras de Siareir@s Galeg@s.
Além das atividades expressamente desportivas, a jornada era completada com diferentes actos reivindicativos e lúdicos, desde a manifestaçom nacional convocada baixo o lema de Umha Naçom, umha Selecçom, até concertos de música do Pais. Também compre lembrar que desde 2009 as equipas som mistas o que racha com o modelo hegemónico desportivo.
Quebrando com a tendência do Partido Popular de negarem-se a organizar eventos que fossem protagonizados por selecçons galegas, no mês de maio de 2016 a Junta volveu organizar um jogo da Selecçom Galega, desta volta contra a Venezuela. Nesta ocasiom o combinado nacional era dirigido por dous jogadores retirados bem conhecidos por qualquer seareir@ do futebol galego, Michel Salgado e Fran González.
Rafael Louzán, presidindo a Federaçom Galega de Futebol, antes presidente da Deputaçom de Ponte-Vedra e líder do PP pontevedrés, foi quem impulsionou o jogo contra Venezuela, mas dentro do seu partido havia muitos críticos, que chegaram a qualificar os jogos como circo indentitário. A pesar disto, os populares sabem que como qualquer outro grande evento desportivo, os partidos da Selecçom Galega som umha fatoria de consciência nacional que intentam evitar por todos os meios, deixando este labor unicamente às seleçons espanholas.