Conversamos com Xabi Buxeiro, integrante da banda de punk folk galega Tecor Societário sobre os proxectos do grupo e o seu próximo disco.
1.Publicastes nas redes sociais durante esta quarentena o videoclipe dum novo tema titulado “Que se vaiam” no que contastes coa participaçom de amizades do grupo. Qual era a pretensom principal ao fazer este tema?, Incluirá-se no que será o vosso novo disco?
“Que se vaiam” é umha cançom que imos incluir no que será o nosso segundo trabalho. Desta volta gravamos um total de oito temas e este parecia-nos um bom adianto. A nossa primeira ideia era fazer outro tipo de vídeo, mas ao começar o confinamento vimos que era impossível continuar tal e como tínhamos previsto. Entom, isto pareceu-nos umha ideia original, ainda que, visto o visto, nom o foi tanto hahaha.
Em qualquer caso, serviu para que a gente volvera ter notícias nossas, dado que levávamos bastante tempo sem tocarmos ao vivo, e também para dar-lhe algo no que entreter-se às amigas e amigos da banda que saem fazendo o tolo por aí. Por último (mas nom menos importante) eu penso que ter a escusa para gravar um vídeo numhas circunstâncias (afortunadamente) tam estranhas e nom aproveitá-lo, era algo que íamos lamentar. Isto vai ser umha batalha perfeita para contar-lhe aos netos!
2. Ao igual que outros grupos, existe certa incerteza sobre quando se reanudarám os concertos, que alternativas baralhades para paliar neste senso esta pausa no tempo?
Uiiii, sobre esse tema eu penso que figemos um pato de silêncio para nom perdermos a cabeça. É triste de dizer, mas numha situaçom de incerteza tam grande é quase impossível fazer planos realistas. Há demasiados fatores em jogo: autoridades sanitárias, vontade das salas de abrir, possíveis cancelamentos de eventos ao ar livre, etc.
Eu, por sorte ou por desgraça, nom dependo de Tecor Societário para viver, mas vejo que é umha situaçom gravíssima para muitos profissionais do setor. Espero que o Estado os ajude, ainda que vejo difícil que o faga tendo em conta as prioridades existentes dentro do modelo económico capitalista.
3. Definides o vosso estilo como punk folk galego, que grupos vos influírom mais de dentro e fora das fronteiras da Galiza?
Se falarmos do estilo, nós dizemos sempre que fazemos punk folk ou Celtic punk, depende, dado que os termos podem ser confusos segundo os territórios. O que sim tentamos deixar claro é que nós baseamos o nosso som na mistura do punk rock com o que se acostuma chamar música tradicional galega. Digo-che isto assim, de um jeito um pouco ambíguo, dado que eu som do setor púnki da banda: nom som um experto nas tradiçons, nem tampouco pretendo sê-lo. De todos os jeitos, o purismo nom é algo que nos preocupe demasiado.
A respeito das influências, tenho que dizer que somos um grupo bastante heterogêneo. Como músicos, entendo que o que mais nos marcou fôrom as bandas das que fazemos ou figemos parte (Arenga, Quempallou, Retobato, Derradeiros, Roupa Vella…). Porém, se eu tivesse que nomear todos os grupos nos que nos fixamos, a listagem seria enorme. Nom considero que inventáramos nada, nem a nível internacional, nem a nível nacional. Na Galiza, muito antes do que nós, já existiam bandas caralhudas que para mim som referência, como Motor Perkins, Bastards on Parade ou Falperrys. E logo outras que, mália nom ser exatamente do nosso pau musical, sim que combinárom (em maior ou menor medida) o punk e mais o folk: Ruxe Ruxe, Skacha, Rastreros, Diplomáticos de Monte Alto, etc.
4.Quando tendes previsto sacar à rua este novo disco de Tecor Societário? Que nos podes adiantar dos vossos novos temas?, como definirias este novo projecto?
Sobre a data de saída do disco vou tirar de marxismo ao igual que Britney Spears: as condiçons materiais determinarám as condiçons subjetivas. Em resumo, nom temos nem ideia. O que sim che podo adiantar é que nom imos sacar o disco sem termos a possibilidade de o apresentar. Já somos algo velhos e parece-nos um pouco anti-constitucional ser umha “banda virtual”. Agora bem, se a nova realidade nom nos deixa outra quem sabe o que faremos a meio ou longo prazo.
Logo, sobre os temas que fam parte do disco, temos umha mistura entre cançons nossas e adaptaçons de músicas populares galegas. Nom se trata de um trabalho temático senom de um reflexo do que estivemos a fazer até o de agora ao vivo. Poderia-se dizer que é umha versom mais meditada dos temas que soárom nos nossos concertos, ainda que também metemos cançons que nunca saíram do confinamento do local de ensaio.
Porém, se tivesse que buscar umha ideia que resumira o conjunto, penso que esta seria a de que a música folk nom pode ser umha peça de museu, senom umha ferramenta para construir cousas novas. O tema que abre o disco fala precisamente disso e considero que o feito de entendermos a tradiçom como um meio e nom como um fim em si mesmo é parte da “filosofia” da banda. Bom, isso é o que eu entendo, dado que tampouco tivemos muitos debates a este respeito hahaha.