(Imagem: Menina Arroutada, com vestido elaborado por Pura Vázquez) Menina Arroutada, produtora, dj e actriz feminista presentou recentemente o seu primeiro álbum, PU(E)TAS, ademais de formar parte da equipa da websérie Monstras. Falamos com ela destes dous projectos e da visom da sua arte e do feminismo.

Em PU(E)TAS tratas temas como os afectos, o feminismo ou a sororidade, entre outros. Qual é a ideia principal que gostarias que a gente retivesse do disco?

De primeiras, obrigada Senlhe e Iris (amigas) por este oco de voz… Na verdade este é mais bem um primeiro trabalho recopilátorio das cançons que vim fazendo nestes últimos anos, animada pela Glitch a fazer umha recolhida, acompanhada e inspirada por umha morea de artistas e mestras autóctonws e adoptivas do país. A ideia principal poderia ser umha homenagem às minhas pu(e)tas que já sabedes quem sodes (a minha família, as minhas amigas, as minhas guerrilheiras, as minhas artistas, a GlitchGirl, As Corentenas, Mugre, o Hevi, o meu coprodutor Katalyst, María Rosendo, María Soto, Oscar Iglesias Araúxo, Xiana Árias, Alén do Dub, BardoDc, AnenadoDemo, Saiko Allende, o meu amante Rafa, Lupe Gómez, O Leo, Edurne, Nerea V., tu que es a loura dos meus sonhos e um longo etc. de amoras)…eu som como umhas vossas resonáncias ou algo assim, aqui…

Queria dar-lhe umha estrutura temática e formal, a posteriori, claro. Aclaro: acho que a temática está clara…a vida de umha puta galega, feminista e indepe … a defesa DAS PUTAS é central, logo a formal, pois tenho que seguir trabalhando, após este, viram mais conscientes de início, suponho…este foi saindo às arroutadas…o seguinte será Puta, sem o eufemismo (e) alussivo às poetas que conformam este trabalho, e será menos amável.

Destacam também as mençons à tua mae, a que lhe dedicas um tema, ou também a tua avô. Procuravas umha volta às raízes neste senso centrando-te na luita das mulheres ao longo da história?

Conscientemente nom, inconscientemente seghuro…pois a maioria dos temas falam de mulheres galegas que existem ou existiram…(também de Portugal ou Argentina) mas é mais bem o que digho acima, homenagem de amor pelo “meu concreto”, a aceitaçom de mim, e meu pai tá por tudo também…de feito, sempre imitei mais meu pai na vida, ainda que seja caghada a umha mestura da avoa Lola e Ma.

Como xurdiu a ideia da capa e contra-capa do álbum?

Adoro viajar …de qualquer jeito, sempre melhor sem me mover do sitio físico, entendes (odeio turismo e meios de transporte em geral dao-me medo…gosto do comboio pero é para outras classes sociais, quando vou aos exames a Vigo sinto-me de férias no caminho) sou máis de poltrona e sonhar …e se viajo…ou vou trabalhar ou tou de mudança, llunou?…entom queria ir a Colombia, à Venezuela onde nasceu minha nai, á Suíça onde nasci eu …voltar à minha aldeia O Gronzo, à casa desafiuzada aos meus pais onde me criei (na Agra Maior, em Briom de Abaixo…temos o título de primeiros desafiuzados da comarca creio, quando estoupou toda aquela merda no 2008), mas como deixei os tripis, nom tenho carné, nem dinheiro e sou mui gata territorial…descobrí o google maps…e foi maravilhoso …podo ir a qualqueira lugar do mundo..e flipas …topei a minha avô…e chorei tanto de emoçom…é coma se se metera no gugle a dar-me pulos. E nada, escolha feita …o céu …também é o céu do Gronzo…é a continuaçom “pa riba” do plano da avoa Lola caminhando…onde cristianamente está ela (…porque ela assim o quijo e assim é).

Com “Nom chores mais” mostras-nos sororidade em estado puro, este é o tema em que exprimes mais a essência da tua voz?

Nom, a ver, eu sou umha amiga-maravilha, llunou..…pero a sororidade tive que aprende-la, e foi no feminismo que aprendi…entom nom é a que mais me representa em geral, mas sim é a que escuito mais haha…o que mais me representa a mim é o feminismo subversivo diria, ou seja é mui básico já a estas alturas, mas é o que me sae a mim agora…ghomitar raiva , dando-lhe a volta á tortilha e sempre, se pode ser, escachando da risa…umha risa dessas do demo hehe, sou mui mala. O tema que mais sou eu é “Frankistein” de feito, que um foi dos primeiros.

Como vês a indústria musical galega em chave feminista?

Mal (risos) a indústria em geral e mais o que vem…somos as titiriteiras hshs…mas tampouco che sou muito de indústria…sou mais de cousas pequenas…o grande nom se me dá bem…e ainda nom estamos unidas…vejo que há montanhas de mulheres extraordinárias (que para mim dam-lhe mil voltas a muitos dos que o petam de vazio todo)…mas que seguimos consumindo merda patriarcal só pelos acabados técnicos aos que se lhes dá umha importáncia absurda…o conteúdo, pfff…estava mais positiva há uns anos que agora …vês que os cabeças de cartaz ..por nom dizer os cartazes enteiros seguem ocupando-os homes (nom só na música…em todo) …as mulheres seguimos tendo o recuncho das mulheres…em plam, ou festival temático só para feministas…e aclarando-o bem no cartaz ou o que está na moda agora ..que é meter umha tia no grupo ou fazer um tema que tenha a palavra “mulher”, maltrato, etc …e já cobres o cupo mínimo de quedar bem..hshs…o pior é que lhes funcione..mas depende do dia …estou mais positiva…eu que sei…nom sou mui boa analista hshs…miro todo com o sentir do dia…a política sae-me quotidiana e sem querer, de natural..nascim rosmando

Participas no web serie “Monstras” de Corentena Producións e anteriormente nas “Mulleres salvaxes”, que destacarias de ambas as duas ficçons?

Pois de Monstras nom podo dizer nada…hehe..mas saliento de momento a qualidade e quantidade de mulheres pros que conseguírom juntar as moças de Corentena Producions para fazer este pepinazo que ides flipar… e das Mulheres Salvaxes a curta em si, que me parece puro cine feito sem um peso, desse cine que ja quase nom existe, com um tempo real e mágico emporjunto, com essa fotografía, e essa arte (Miris) como de burdel dos anos 70, destaco a organizaçom do trabalho grupal que ao sermos poucas, e todas para todo, foi como um convívio de guerrilha, intenso, imborrável e divertidíssimo, destaco a excelente direçom de actrizes , o trabalho sublime das actrizes que aliás som do melhorcinho do panorama nacional (Marinha López Varela, Patricia Torres, Paloma Saavedra), a banda sonora que é da Glitch que é a Diose á que lhe rezo, a ajudante de direçom/foto todoterreo (Antía Otero) e da diretora, da que nom vou dizer nada porque súa obra di todo. Mirade a estas moças de Corentena (Miris Carril Rivadulla, Marinha López Varela e Éire G.Cid) que o vam petar.

Caminham da mao arte e política na vida de Menina Arroutada?

Sim, como já dixem …é sem querer, é-me natural sentir a injustiça, que me doa é-me natural…entom também berro naturalmente…Ainda que mais tarde convirta isso em algo poético/reivindicativo/expressivo etc..e como bem dizem as Corentenas “ou política de adesom ou de resistência…mas nada é neutral “ ainda ‘inconscientemente’…