Há um ano conversávamos neste digital com Alberto Pombo, docente do IES Rafael Dieste da Corunha, e um dos promotores da iniciativa “Aquí tamén se fala”. Doze meses depois, com o projeto a receber a máxima distinçom nos prémios Innovagal, repassamos com ele algum dos grandes logros desta ideia de revitalizaçom do galego-português na nossa Terra.

O prémio Innovagal é o galardom público com maior dotaçom económica destinado a inovaçom educativa, e neste 2025, “Aquí tamén se fala” foi o projeto premiado. Para Alberte Pombo, “nom foi exatamente umha surpresa, desde que sabíamos que éramos finalistas, mas em qualquer caso, foi umha enorme satisfaçom, quer polo reconhecimento, quer polas possibilidades de açom que nos dá.” Assim, o projeto soma este galardom aos que lhe concedeu a Deputaçom da Corunha, o Fórum Europeu do Ensino, ou a Comissom de Técnicas de Normalizaçom, por citarmos apenas alguns. Há um ano, o projeto era apenas umha esperança, mas nom se intuía tal alcanço.

Imagem: Aquí tamén se fala

Serám 10000 euros os destinados a um projeto que acolhe já 200 centros de ensino em todo o território da CAG, e que envolve 20000 estudantes. Mais de 50000 espaços públicos e privados do país acolhem já a legenda do “Aquí tamén se fala.” O investimento irá fundamentalmente dirigido, diz Pombo, “a melhorar os nossos recursos técnicos, nomeadamente equipas de audiovisual para os rapazes e rapazas editar os seus próprios materiais.” O investimento inclui a formaçom com profissionais do setor, tais como “Alberto Castaño, Tomás Axeitos ou Nuno Pico, de Grande Amore”, acrescenta Pombo.

“Somos umha campanha viral e literalmente milhonária”

Alberto Pombo nom hesita ao valorizar o caminho andado. “Quando falamos com este digital em dezembro de 2023 estávamos nos primórdios; hoje, um ano depois, podemos dizer que lançamos umha campanha viral e literalmente milhonária”. Pombo refere-se ao ponto de inflexom que supujo o video em que o ator Viggo Mortensen apoia-se a campanha e o nosso idioma, facto que foi recolhido por jornais de países como a Argentina. A esta adesom somárom-se outras vozes, como as dos músicos James Rhodes, Fermín Muguruza ou Tanxugueiras.

A língua e o desporto de maos dadas

“Pretendemos aproximar o idioma a ámbitos de prestígio para a rapaziada, e um deles é o desporto”, diz Pombo. Refere-se o promotor aos acordos, polas suas palavras “históricas”, assinados com os grandes do futebol galego, nomeadamente Celta, e o Deportivo, mas também o Racing de Ferrol, ou Lugo. “O Racing mesmo dedicou um jogo a patrocinar-nos, e pode-se ver o logo de “Aquí tamén se fala” nas imagens tomadas na Malata”. A iniciativa somou logo equipas de futebol de salom, balommao ou voleivol.

Os efeitos foram inquestionáveis: “pensai que estamos num centro dum bairro obreiro, que é aliás o bairro com renda mais baixa na Corunha, e suponhede o que é que através da campanha, um fato de rapazes e rapazas entrem num lugar tam simbólico como Riaçor, convidadas pola chefa de imprensa do Dépor, a raiz desta iniciativa pola língua.”

Iniciativa adolescente

“O que estamo a demonstrar, além do amor a língua, e que quando a rapazes e rapazas se lhe dá poder e iniciativa, estas assumem ao repto.” Pombo menta como exemplo o concerto de promoçom da língua celebrado no passado junho na Corunha, que reuniu 5000 pessoas numha das cidades mais espanholizadas do país, e que tivo na logística parte do alunado que apoia o projeto. “Um cenário de 14 metros de largo, grande infraestrutura, gestom de deslocamentos, para trazermos bandas como Léria, Boyanka ou Grande Amore, e todo isso com a rapaziada em primeira linha da organizaçom.”

Imagem: Aquí tamén se fala

Novos falantes

“Cheguei a este liceu e havia um só galegofalante em todo o centro, um moço de Camarinhas chamado Román, que chamava a atençom, positivamente, do professorado”, conta Alberto. “Uns meses depois, nom che saberia dizer o número dos que se passaram ao galego, mas nom os conheço a todos”, continua com satisfaçom. “Há exemplos mui bonitos e ilutrativos, como o dum moço venezuelano que se passou ao galego e dixo que foi a melhor ferramenta para a sua integraçom e reconhecimento no país”, conclui.