Encontrar-se a médio caminho entre duas realidades que coexisten no âmbito da saúde mental resulta oscuro e esclarecedor a partes iguais, coma duas caras de um binómio que se opacan entre sí. Acudir a consultas externas do Hospital de Psiquiátrico de Conxo converte numa experiência que dá vertigem se não comulgas com o credo de muitos dos profissionais que ali trabalham no que diz respeito a verdadeira capacidade crítica quanto as medicações suministradas.
Vai-lhes o salário em fechar os olhos ante a realidade social imperante?Tristemente parece que sim. O que menos importam são os pacientes para a Conselharia de Sanidade, para o senhor Rueda, para a a sociedade com visão em grande parte estigmatizadora e também para alguns psiquiatras enfermeiros. Se bem não são profissional neste âmbito, tenho certa cultura geral e ética que me faz refletir que o sistema sanitário neste âmbito ule a putrefação. As diretrices no que diz respeito a medicação se vais “progredindo adequadamente” no processo de recuperação são sempre de manter o pautado na maior parte das ocasiões. Mas mudar a medicação excessiva por mais atenção psicológica não é prioridade num dos intres chave no século XXI quanto a estas problemáticas que se articulam também em componentes sociais mais mudar que dar pílulas “estabilizantes”: o problema da habitação, da estabilidade laboral de umas gerações novas às que a sociedade lhes gerou umas expectativas incumpridas, as pessoas mauores que têm maior esperança de vida e mais solidão que nunca…
O remédio que propõe o governo galego é manter ” sedadas” às pessoas e cronificar patologias. Um caminho num único sentido, principalmente para as pessoas com um alto grao e afectação que são víctimas de um sistema que perpétua a condescendência com os afectados por estas doenças. Um exemplo é o aumento de peso que afecta a muitas pacientes e o controlo que realiza as enfermeiras do mesmo. Parece que as pacientes são para algumas enfermeiras as culpadas de engordar por uma medicação que sustenta as suas folhas de pagamento cada mês. Falando com elas, enteiras-te mais de como funciona isto ( dado que as citas com os psiquiatras escasseiam, já não digamos com os psicólogos). O último dia que acudi questionei a uma enfermeira os efeitos secundários derivados da medicação, o que fixo levar a conversação cara o que considero um atentado contra os direitos humanos: os electroshocks. O meu estupor não deixa de medrar ante certo tipo de confidências dos sanitários. Convém frear esta epidemia silenciosa e dotar demais especialistas o sistema de saúde mental galego para que esse silêncio cúmplice mude cara uma sociedade menos estigmatizante e cínica. Não vá ser que convirtan aos pacientes em protagonistas involuntarios da “Laranja Mecânica” de Kubrick. Como diz o protagonista do filme, “o que ri último ri melhor.”