Compostelám de 1979, residente em Vila Marim, Miguel Garcia é filósofo de formaçom e ganha a vida a médio caminho entre o desenho gráfico e a formaçom em segurança informática. Logo dumha sentença de quase um lustro de prisom polo seu compromisso arredista, foi forçado pola Audiência Nacional a nom expressar qualquer opiniom política e a se abster de participar em atos públicos. Concluída a sua condena adicional de liberdade vigiada, conversamos longamente sobre as suas impressons na volta a rua, e sobre o passado e futuro dum movimento no que leva envolvido trinta anos.

Neste 2025 cumprem-se exatamente 50 anos desde que o nacionalismo começa a padecer a repressom espanhola baixo o paradigma do “antiterrorismo”. A tua geraçom, num ciclo que começou em 2005 e acaba em 2019, foi a última em afrontar severas condenas de prisom. Atreverias-te a sintetizar como se viviu isto, na dimensom política e pessoal?

Eu penso que é interessante dizer que fazemos parte dumha geraçom que, desde que começou a militar, ligou o projeto político ao projeto vital, e sempre contemplou a ilegalidade e a prisom como parte do períplo. Entom, nesse sentido já começamos a militar para construir um projeto que se enfrentasse com o Estado, e contemplava as consequências que se iam derivar disso…em certo modo, a prisom fazia parte do imaginário, do campo de expetativas, entom nesse sentido viviu-se com certa naturalidade. Logo, claro, quando isso todo se concretiza aí entram em jogo muitas cousas, a começar pola questom pessoal, e nesse ponto nom todos os indivíduos o vivem do mesmo jeito. E nom só as pessoas que vam presas, porque a repressom é algo que atinge o conjunto do movimento. Ainda que se cebe na carne dumhas pessoas concretas, a quem vai dirigida é ao movimento inteiro. Nesse ponto houvo diferenças, porque si que havia, como penso que há em todos os casos históricos, partes do movimento que nom o tinham formulado ou assumido da mesma maneira…e que portanto nom foram capazes de integrá-lo nas suas vidas do mesmo jeito. Mas no concreto das pessoas que começamos a construir aquele projeto político e que logo passamos polo cárcere, viviu-se como umha parte consubstancial do caminho.

Dá a impressom de se tratar dumha atitude mui racional, mui reflectida. Mas logo, na vida como na política, há imponderáveis, partes que se saem do guiom. Nom aconteceu assi neste último ciclo?

É mui difícil responder isto. Porque si, as cousas saem-se do guiom. Mas qual é o guiom? Como valoras as cousas? Comparando-as com que? Com o ideal? Se o compararmos com o ideal, na vida nada passa a prova. O que si podemos compará-lo, aí nom vamos desencaminhados, é com os processos políticos e repressivos anteriores, os das décadas de 70, 80 e 90. E isso dá-nos certa perspetiva. E nesse ponto podemos estar relativamente satisfeitos. Obviamente que som processos que geram dor, porque isso é o que pretende o Estado, e a dor sempre gera conflito…falamos de processos que conlevam repressom e em certa medida umha derrota, entom causam dano, som complexos de gerir, seria absurdo nom reconhecê-lo. E nesses processos, de repressom de projetos subversivos, na Galiza e no mundo, sempre tenhem xurdido enfrentamentos dentro do próprio movimento, com enormes cárregas de ressentimento. Nós, felizmente, nom tivemos isso, nom vivemos divisons terríveis, ainda que houvesse diferenças, formas distintas de afrontar a prisom. Sem ser perfeito, podemos estar bastante satisfeitos da gestom do Coletivo de Presos/as, e do círculo de solidariedade.

A repressom tem um aura sinistra, e adoitamo-la associar com as longas condenas, o fim de projetos coletivos. Mas existe essa contrapartida, nom sempre visível, de toda a rede solidária que sostém as presas e presos: toda essa história menos conhecida das visitas, da correspondência, da gente que ajuda na volta à rua após o cárcere. Que dirias da solidariedade?

No nosso caso foi e é umha rede mui sólida, de um funcionamento mui meritório. Considero-a umha parte fundamental e preciosa -e penso que cumpre reconhecê-lo- levado maioritariamente por mulheres. É um compromisso realmente mui grande, mesmo esgotador, de tempo e de dinheiro, e mui pouco reconhecido. É curioso, porque dá para pensar: em tempos em que tanto se fala de que o compromisso mingua, de que a gente nom se quer deslocar a umha manifestaçom, ou participar dumha estrutura, de compromissos cada vez mais laxos, pois a gente vai até Madrid para comunicar 40 minutos num locutório, e bota sete horas de ida e sete de volta, gastando os seus quartos, e isso fai-no ano trás ano. Isso é algo a pôr em valor enormemente, porque foi umha solidariedade mantida no tempo, e falamos de duas décadas, desde 2005. Umha rede social pequena, mas comprometida, cumpridora e capaz de estar nos momentos importantes.

Em certo modo, a prisom fazia parte do imaginário, do campo de expetativas, entom nesse sentido viviu-se com certa naturalidade. Logo, claro, quando isso todo se concretiza aí entram em jogo muitas cousas, a começar pola questom pessoal, e nesse ponto nom todos os indivíduos o vivem do mesmo jeito.

Sais em dezembro de 2023 com a condena cumprida e topas-te com a liberdade vigiada, um novo modelo repressivo que nom conhecíamos. Podias explicar de que se trata?

Dá para pensarmos muito de como evolui a sociedade: vam-se aprovando leis terríveis, e até que nos toca sofrê-las, nem nos inteiramos. Como a Lei Mordaça atingia a muita gente, os movimentos pugérom aí o foco, e neste caso, como afecta a setores minoritários, pois deixa-se passar desde a sua tramitaçom. É umha barbaridade absoluta, porque supom a restriçom de direitos fundamentais sem nenhuma relaçom com umha alegada segurança do Estado. Nom é a proibiçom de fazer cousas ilegais, o que qualquer pessoa assume: o que supom é que umha parte da populaçom poda viver com um código penal equivalente ao da ditadura. Certas pessoas, por falarem de certos temas, podem ir presas, ou por assistir a determinadas manifestaçons, ou por ler determinadas cousas na rede. O mesmo que tu podias ler, por exemplo, seu eu entrava em determinadas webs legais e lia essas cousas, podia ser acusado de quebrantar a condena, até há uns dias. Fai parte destas cousas que ao atingirem umha parte da populaçom mui estigmatizada, ninguém lhe fai caso, ou fai-lho mui lateralmente. Hoje em dia, Eduardo Vigo e Roberto Fialhega estám baixo este regime, estám-no por nove anos, se as cousas nom mudam. É a prova palpável das mínimas garantias dos Estados liberais irem por água abaixo.

Ao mesmo tempo, é umha manifestaçom muito clara, sem vergonha nenhuma, da nossa condiçom política. O que se nos proíbe a nós é fazer política. Proibem-se-nos certos trabalhos, quais? Os que tenhem a ver com infraestruturas estratégicas, que é um absurdo, e todos aqueles trabalhos nos que podemos transmitir opiniom, por exemplo docência, cultura, trabalho social…o que se reprime é a expressom política. E já é sem vergonha nenhuma porque nas respostas aos recursos que apresentamos já o dizem claramente: “esta medida fai sentido porque o que se pretende é evitar que o penado se reintegre no movimento do que fazia parte.”

Desde que começache na AMI, em 1996, mudaram muitas cousas. Qual é a transformaçom mais relevante no movimento do que fas parte?

Para mim, a transformaçom mais importante, o cámbio radical, é que ao começarmos nós o independentismo era umha estratégia, um projeto definido por um caminho diferenciado e formulado; definido por nom reconhecer a legitimidade do Regime e procurar, em síntese e simplificando um bocado as cousas, enfrentá-lo até que este cedesse. Esta formulaçom existia, e o que havia quando nós começamos era um estado de dispersom de forças da fase anterior, que cumpria superar. Tratava-se de organizar de novo as pessoas que levassem a cabo esse propósito, que estava esfarelado. Agora, a diferença abismal é que esse projeto nom aparece definido, nem na Galiza, nem no nosso contorno geográfico. O projeto político-militar tentou-se em várias ocasions no nosso país umha e outra vez, e nom funciona, ou nom somos quem de levá-lo a cabo, nem nós nem outros em outras latitudes. Durante um momento parecia desenhar-se um outro paradigma, o movimento catalám tentou-no, mas nom parece que calhasse finalmente. Entom, hoje andamos à procura do projeto, no pensamento e na açom. E para mim isso condiciona todo, porque é doado organizar se há esta claridade, mas quando nom a há, resulta mais difícil.

A liberdade vigiada supom que umha parte da populaçom poda viver com um código penal equivalente ao da ditadura. Certas pessoas, por falarem de certos temas, podem ir presas, ou por assistir a determinadas manifestaçons, ou por ler determinadas cousas na rede.

Essa é umha análise dos movimentos mui baseada nos programas, nos propósitos racionais, nos objectivos marcados. Porém, nom há mudanças na sociedade, na forma de participar politicamente, que som mais condicionantes do que as táticas e as estratégias?

Bem, sem dúvida que o que chamamos cultura militante foi a menos, a ideia de imbrincar a vida num projeto coletivo. Isso nós encontramo-lo já muito enfraquecido nos 90, mas o certo é que existia, porque as geraçons que se forjaram politicamente nos 70 estavam mui vivas e mui ativas, e a nossa geraçom deu-lhe novo pulo. Mas o certo é que vivíamos numha transformaçom social mais ampla, onde em geral o poder se normaliza, os níveis de violência de resposta decaem, um processo onde o protesto começa a estar mais regulamentado, onde o Estado o controla absolutamente todo, desde os nossos dados até os nossos comportamentos quotidianos. Se queres podemos chamá-lo um processo de “civilizaçom”, do que poderíamos debater muito, do que poderíamos extrazer conclusons mui diversas. Mas umha delas, e para nós nom é a menor, é que se trata dum processo de maior legitimaçom do Estado, da lei, dos seus procedimentos e dos seus agentes. É um processo que também formou umha nova individualidade, que parte da ideia (para mim um sem sentido total) que na vida qualquer adversidade é um erro do sistema, que qualquer dor que enfrentarmos é umha anomalia, e onde se procura a pracidez a qualquer custo. Isso bate com muitas cousas, e também com a tradiçom militante da que vimos.

Imagem: Miguel Garcia

Entom, nom concordas em que esta maré de fundo tem mais poder explicativo que a simples controvérsia sobre programas e estratégias?

E que na realidade as duas cousas vam juntas, som duas expressons do mesmo. Umha cousa que nom temos abordado em análises públicas, e que até o de agora só tocamos em conversas informais, é o muito que nos marcou a conjuntura da última crise do Estado, que corresponde precisamente com a última fase da resistência galega. Por vezes falamos de geraçons políticas, e assi, diz-se que a nossa geraçom, é a do Nunca Mais, a das greves gerais, a do “Nom à Guerra”, porque nos curtimos naquelas grandes mobilizaçons de primeiros de século. Pois bem, quiçá se poida falar de outra geraçom, já posterior, que coincide com o 15M, a crise financeira, a emergência de Podemos, e o Procès catalám. Se reparamos em todos esses movimentos de deslegitimaçom do Estado, já nom é que nom apostem na açom directa, já nom é que sejam em grande medida eleitorais, e que aliás fam gala de respeito à legalidade, de civismo escrupuloso, som movimentos nos que queimar um contentor numha manifestaçom vê-se algo intolerável, fora de lugar…penso que respondem bem a essa mudança social da que estamos a falar, é como que acabam de redondeá-la. E a última fase do independentismo revolucionário, com a sua chamada às sabotagens, ao enfrentamento, dá-se já nesa conjuntura. Entom, todo é um sumatório de factores, certamente nós cometeríamos muitos erros, mas um condicionamento imenso para nós foi esta realidade social que se impujo.

Nom há, nas análises retrospectivas dos “velhos tempos” dos movimentos, um risco grande de idealizaçom?

Si, existe sempre essa trampa da memória. Mas eu penso que há verdade nas duas posiçons. Certo que temos tendência a idealizar um passado que nos trouxo algo positivo, mas também me parece objectivo pensar que a cultura militante, o compromisso político, a organizaçom da vida por volta do coletivo, todo isso debalou. Isso é difícil de questionar.

Falamos muito de elementos exógenos, dos condicionamentos sociais, para explicar os movimentos. Mas se formos a causas endógenas, e procuramos constantes, no caso do independentismo, aparecem a inestabilidade organizativa e o cissionismo. Que peso tenhem estas taras, se é que as consideras como tais?

Considero a permanência como umha virtude, e com a permanência vai a capacidade de convívio. Portanto, todo o que nom for isso, julgo-o um vício, si, ou se queres umha tara. Ora, ao mesmo tempo critico o dogma da unidade, nom penso que seja precisa de por si. O que é necessário é o convívio entre pessoas e organizaçons que pensam semelhante, mas nom é necessariamente negativo que dentro dum movimento haja forças diferentes. Por empregarmos umha comparaçom ilustrativa, o minifundismo, tam criticado no tópico sobre o atraso galego, e associado por vezes à nossa psicologia, nom penso que tenha que ser mau de seu. O que é mau é que, tendo terrenos separados, nom sejamos quem de colaborar como bons vizinhos.

Vivemos numha transformaçom social, onde em geral o poder se normaliza, os níveis de violência de resposta decaem, um processo onde o protesto começa a estar mais regulamentado, onde o Estado o controla absolutamente todo, desde os nossos dados até os nossos comportamentos

Falavas de repensar paradigmas. Recentemente, neste digital, Júlio Teixeiro chamava a atençom sobre a existência, no movimento galego, de duas visons distintas: umha que confia na possibilidade de libertar os potenciais do país, de melhorá-lo, fundamentalmente através dumha gestom alternativa das instituiçons e outra que diz que estamos ante um dilema existencial, que a Galiza se joga o “ser ou nom ser”. E que esse paradigma é o que deve caminhar o independentismo. Que opinas?

Concordo plenamente com isto. Recordo a conversa, si, e Teixeiro falava da língua, a desfeita do território e a crise demográfica como grandes indicativos dessa crise, do momento chave no que andamos neste século. Temos que saber expressar isto mui clarinho para ser entendido e aceite. Mas se o expressamos, ao final sintetizaremo-lo dizendo que é um paradigma conservacionista, no sentido que dá ao conservacionismo o movimento ecologista. Eu tenho muito essa teima. Assi como no século XX o paradigma era o comboio do progressismo socialista, e o nacionalismo tivo a inteligência de subir a esse comboio para encaixar aí a causa galega, o paradigma do século nosso é o ecologismo, a sobrevivência. A esse barco tem sentido subir-se. Nós somos um povo que está a desaparecer, eis a verdade primeira. E paga a pena conservar a sua existência porque este povo, o que o define como tal, é que gera umha cultura, cultura como forma de vida, qualitativamente bastante melhor que a que nos dá o capitalismo de consumo e a que nos depara o futuro. E esta forma de vida é umha soluçom a muitos dos problemas aos que nos imos enfrentar neste século: como forma de vida que gere o território, que organiza as relaçons humanas, que transmite a memória, a isso me refiro. O discurso entom é: nom permitamos que isto desapareça. Primeiro defendamo-lo, logo reconstruamo-lo e ampliemo-lo. A isso me refiro com conservacionismo. Isto fai todo o sentido.

Claro, isto tem muito pouco a ver com o que propugna o nacionalismo institucional. Porque o que nos define como povo nom é o projeto político, nem tam sequer primariamente a bandeira ou o hino, senom umha cultura no sentido forte, de relacionar-nos entre nós e com o território. Isso é o essencial, isso é o que pode desaparecer na nossa geraçom e na seguinte.

O repto, na política, é sempre baixar as ideias a terra. Quais som os passos?

Para darmos passos, temos que partir dumha ideia clara e bastante inconfortável. Vejo o nacionalismo em geral situado em chaves nom incompatíveis, nom, mas bastante distintas a esta que proponho. Portanto penso que temos que olhar a espaços e realidades sociais às que nunca temos olhado. O que é escandaloso por exemplo é a sobrerrepresentaçom do nacionalismo no ocidente do país, na AP9, e o esquecimento desse 80% do território abandonado e despovoado no que porém moramos ainda milhares de pessoas. Vou dizer umha cousa polémica: há mais país em gente que ainda tem umha vivência galega, rural, e que tem voto espanhol, mas que é galegofalante e conserva a identidade, que gente que na cidade vota nacionalismo, e mui maioritariamente fala espanhol. Se assumimos isso com todas as consequências vai mudar a nossa forma de trabalhar socialmente. A resposta, claro, virá com a prática, porque estamos num momento mui valioso, de procura. É um momento mui interessante. Mas estou certo dumha cousa: podemos chegar a um momento em que o nacionalismo tenha mais votos que nunca, mas a maior parte que vota nesta opçom identitariamente é espanhola.

Assi como no século XX o paradigma era o comboio do progressismo socialista, e o nacionalismo tivo a inteligência de subir a esse comboio para encaixar aí a causa galega, o paradigma do século nosso é o ecologismo, a sobrevivência. A esse barco tem sentido subir-se.

Nesta pretensom da que falas, que possibilidade há de transmitir e atualizar todo o que nós herdamos, da velha cultura política do arredismo?

A ideia de compromisso que nós herdamos, antes do mais: que nom é outra cousa que a ideia de construir o próprio projeto vital em base ao projeto coletivo; e um segundo elemento é o nom reconhecimento do Estado. Viver de costas ao Estado, sabendo claro que isto nom é totalmente possível hoje, mas seja como for que temos que negociar com ele a nossa vida, em relaçom com ele, fazê-lo com rechaço, com algo que temos enfrente. Nom vivê-lo como o nosso hábitat natural, nom som as nossas leis, nom é o nosso mundo. Isto é algo muito valioso que a nossa cultura política enfatizou. Para ambas cousas serem possíveis, nós gozamos de algo mui prezado, a nossa geraçom, mas que vinha do galeguismo histórico: a irmandade, os laços gerados dentro do movimento ao longo de décadas de trabalho. Isto é valiossíssimo, e com gente que mesmo mantivemos diferenças. Mas ao cabo todo tem a ver, porque os níveis de compromisso elevados, quando a vida se constrói por volta dumha causa, isso leva a partilhar vivências fundas e intensas. Isto hoje também está seriamente ameaçado, desde que as relaçons virtuais, e efémeras, descomprometidas, se vam infiltrando na política. Por isso umha das batalhas que devêssemos dar é voltar ao físico, ou mais bem nom abandoná-lo. A política assenta sobre umha comunidade de pessoas que partilham a sociabilidade, como demonstram a experiência do sindicalismo ou do movimento vizinhal. Esfarelar a sociabilidade nom apenas esboroa a política, esboroa as relaçons entre as pessoas no seu conjunto.