Mais um ano, a Galiza acolhe perto dum cento de iniciativas no 25 de novembro, o dia que recorda o compromisso das irmás Mirabel, militantes antiditatoriais na República Dominicana, e por extensom todas aquelas mulheres que padecem a estrutura do patriarcado nas suas diferentes zonas. Num ano em que o país registou mais de 3500 denúncias por violência de género (apenas no território da CAG), o feminismo continua a denunciar a hegemonia do patriarcado, a pesar da institucionalizaçom do discurso de defesa das mulheres.
Desde 1981, graças à iniciativa do Primeiro Congresso Feminista Latinoamericano, o 25 de novembro é considerado o “Dia Internacional para a Eliminaçom da Violência contra a Mulher”. Da assunçom social e política da data dá conta o facto de a própria ONU oficializar a jornada no ano 2000. O recordo das irmás dominicanas Minerva, Teresa e Patria, assassinadas pola ditadura de Trujillo em 1960, serve como vindicaçom de todas as mulheres que padecem o patriarcado e resistem as suas pressons.
As cifras da lacra
Segundo cifras oficiais do espanhol “Consejo General del Poder Judicial”, a Galiza está a fechar o ano com 3679 denúncias por violência machista (dados que nom cobrem a estatística das terras orientais fora da CAG). De se estimar umha média, estaríamos a falar de 600 denúncias por mês. Na sua maior virulência, a violência vira em assassinato, e até o passado verao, na Galiza perdêrom a vida quatro mulheres a maos das suas parelhas ou ex-parelhas. Mas trata-se apenas de cifras oficiais até o passado agosto, que nom recolhem episódios como o da parelha assassinada em Domaio no passado outubro, ou o de Baiona neste mês de novembro, alegadamente protagonizado por um homem que tinha medidas de afastamento da sua mulher.
Resposta ampla e sostida
Como leva a acontecer ao longo da última década, o feminismo amossa em datas como estas um poder de convocatória importante, com tendência crescente, e ascendem a 21 as manifestaçons ou concentraçons convocadas pola Marcha Mundial em distintas bisbarras galegas. As concentraçons terám lugar, como é costumeiro, nas sete grandes cidades, e no caso do grande núcleo da Galiza berciana, Ponferrada, o ato é convocado pola Plataforma contra as Violências Machistas do Bierzo e Laciana. Mas haverá mobilizaçons em vilas de comarcas nortenhas também, como As Pontes ou Vilalva, e em boa parte da costa, de Laxe ao Vale Minhor; o feminismo estará aliás presente em vilas do interior como Lalim, Chantada ou o Carvalhinho. Por seu turno, numha convocatória alternativa, a Plataforma do Feminismo Radical da Galiza convoca concentraçons nas cidades de Lugo e Ourense.
Outros ámbitos
Numha jornada que foi instrumentalizada já por todo poder institucional, incluído o espanhol, nom faltam atos oficiais, como o que artelha a Junta em todos os campus universitários da Galiza, a USC em Compostela, ou as burocracias sindicais espanholas UGT e CCOO, que se concentrarám hoje na Corunha.
Por seu turno, organizaçons políticas soberanistas chamam a manter intato o espírito reivindicativo da data. O BNG, com ironia, está a socializar em redes umha campanha com a legenda “Feliz 25N, multinacionais”, chamando a atençom sobre o fato de o PP está a externalizar serviços de atençom a vítimas da violência nos hospitais do SERGAS, que agora estarám em maos de empresas como Eulen e OGL. Ante a vaga de machismo, o BNG pede “mais serviços públicos”.
As Assembleias Abertas Independentistas chamaram também a mobilizar-se com o feminismo galego, e denuncia a inaçom da Xunta, cujo governo “elimina a secretaria geral de igualdade, reduz ou baleira de conteúdo centros como os Quérote”; as Assembleias apontam aliás que “a justiça nom garante a segurança das vítimas”.