Na capital do sul da Galiza, que alcança nestes dias protagonismo mediático polo esbanjamento massivo de energia e a atraçom de multidons para o turismo do alumado natalício, o movimento popular desenha já a sua resposta. Nesta semana apresentou-se publicamente a Plataforma contra a Massificaçom Turística Vigo-Morraço, que pretende conscienciar deste problema social e chama às instituiçons a atuarem, antes de “se chegar a um deterioramento irreversível”.
A plataforma agrupa dezasseis entidades do ámbito ecologista, sindical e vizinhal, e agrupa duas das comarcas que padecem com maior intensidade o turismo de massas. A ocupaçom indiscriminada do espaço público da vizinhança, a “monocultura” económica do setor serviços dedicado ao visitante, o aumento de preços e o problema do acesso à vivenda som alguns dos aspectos mais nocivos dum modelo económico que o movimento popular galego leva a denunciar desde os inícios deste século, quando o independentismo, praticamente em solitário, levantou a voz baixo a legenda “turismo é colonialismo”.
Em rolda de imprensa no centro da cidade olívica, e baixo um alumado de Natal que o ambientalismo tem denunciado como “esbanjador”, umha das vozeiras da plataforma, Ana Freiria, apresentou os objectivos do movimento e salientou a sua pretensom de “exigir medidas reais” contra a massificaçom dos bairros e as paróquias, o deterioramento do meio natural, e também contra “o aumento desmedido” de vivendas turísticas que disparam o preço dos alugueres para a classe trabalhadora. Entre outros dos efeitos causados pola proliferaçom de visitantes de lazer, Freiria destacou os conflitos de convívio com a vizinhança, a saturaçom dos serviços públicos, e a desapariçom do pequeno comércio, em favor de grandes cadeias. O resultado desta “monocultura”, dixo Freiria, “é a expulsom da vizinhança dos bairros.”
Propostas práticas
Para além da denúncia e conscienciaçom, a plataforma pretende efectivar medidas práticas que as instituiçons teriam que assumir. Um outro dos vozeiros da entidade, Juan Medela, pediu a implicaçom da Xunta e dos concelhos na limitaçom das vivendas turísticas e na construçom de mais vivenda pública; exigiu aliás a fiscalizaçom dum sector serviços precarizado, volcado na atençom ao visitante e nom no respeito aos direitos laborais, e pediu às autoridades “a aplicaçom de taxas turísticas que repercutirem na melhora das condiçons de vida da vizinhança”. Tais demandas deverssem enquadrar-se afirmou Medela, “num plano de diversificaçom da economia que evite a dependência da monocultura turística.”