A inícios do século XXI, parte do movimento normalizador de base, nomeadamente os centros sociais, ativárom a ideia do “bloco laranja” como forma de compatar forças pola língua arredor da auto-organizaçom e da denúncia direta do processo espanholizador. Com a ideia central do reintegracionismo e a açom decidida polo idioma, num contexto de evidente emergência para o galego na Galiza, dúzias de coletivos de base chamam a ativar umha “alerta laranja” pola salvaçom do idioma. Com esse motivo estarám presentes na mobilizaçom de Queremos galego no vindouro novembro em Compostela.

Centros sociais como Artábria, A Pedreira, Gentalha do Pichel, Mádia leva ou Alvariça, projetos educativos como a Escola Semente, veteranos coletivos como a SCD Condado, meios de comunicaçom como o próprio digital Galiza Livre estám a espalhar um comunicado que avalia com grande dureza a atual situaçom sócio-linguística do país, e chamam a comunidade galegófona a se compatar e ativar os seus múltiplos recursos para superar a encruzilhada em que nos achamos. Polo seu interesse, reproduzimos na íntegra o comunicado.

ALERTA LARANJA. SALVEMOS O GALEGO!

O informe do Instituto Galego de Estatística do passado outubro nom fijo mais do que confirmar o que o movimento normalizador leva apontando décadas: o quadro legal espanhol que ampara o chamado ‘bilinguísmo harmónico’ nom é mais do que um molde que garante a morte doce do galego. Com as cifras na mao, sabemos que em 2024, a nossa comunidade linguística está em transe de desaparecer em boa parte das áreas urbanas e mais povoadas do país, e só representa o 7% da populaçom total entre os 3 e os 14 anos.

As teses abertamente supremacistas espanholas, instaladas na institucionalidade através do Decreto da Vergonha de 2009, junto com a introduçom massiva do castelhano nos novos formatos tecnológicos, veu a apontoar umha tendência para a agonia.

É papel do movimento popular, obviamente, apontar a cumplicidade dos grandes partidos espanhóis com o processo de desapariçom forçosa do galego, e nomeadamente do PP que governa a Junta. Mas os sinais de alarme, antes do mais, deveriam levar-nos a um processo urgente de compataçom e ativaçom das forças pró-galego antes de ser demasiado tarde. Os centros sociais do país queremos oferecer ao nosso povo as seguintes reflexons para a açom:

A mudança institucional no País é muito necessária para a língua, mas a ativaçom da força popular de base é imprescindível. De nada serve relaxarmo-nos e esperar o dia D dum hipotético governo galego quando a desgaleguizaçom alcança ritmos vertiginosos. Projetos nacionais de ensino e lazer autogerido como as escolas Semente ou coletivos de família como Brincarmos ou Porque me peta!, meios de comunicaçom, ‘influencers’ e redes sociais em galego, ligas desportivas no nosso idioma, centros sociais, projetos de alfabetizaçom em galego para imigrantes. Eis iniciativas chaves nas que temos que trabalhar e coordenar-nos.

Imagem: Galiza Livre

O apoio na lusofonia, isto é, nos milhons de pessoas que falam galego-português no mundo, e que produzem cultura, meios e saber nesse idioma, é ferramenta poderosa à que recorrermos, independentemente de apostarmos numha opçom ortográfica reintegracionista ou expressarmo-nos na norma ILG-RAG. O futuro galego-português parte dumha opçom ortográfica, mas vai muito além da ortografia.

-Num país onde se vulneram direitos linguísticos dia si e dia também na administraçom, no ensino, nos centros de trabalho, nos grupos de pares (nomeadamente na adolescência urbana), onde há violência contra as galegofalantes, é vital espalharmos iniciativas de denúncia social, autodefesa legal e resistência, oferecendo apoio legal àquelas pessoas que desobedecem os abusos.

A cor laranja leva simbolizando durante anos a iniciativa pró-galego xurdida dos movimentos sociais de base, orientados para o reintegracionismo e abordando a recuperaçom da língua desde a auto-organizaçom, sem aguardar por nenhum poder salvador, mais que o poder do próprio povo. Chamamos-vos a acender de novo connosco a alerta laranja polo idioma, para salvar o galego. Hoje, e nom amanhá, é o momento de fazê-lo.

Assinam o manifesto as seguintes entidades:

Associaçom Cultural A Galleira
Associaçom Cultural A Gentalha do Pichel
Associaçom Cultural Artábria
Centro Social Alvariça
Centro Social A Pedreira
Centro Social A Revolta
Centro Social Madia Leva!
Centro Social O Fuscalho
Centro Social Xebra
Escolas de Ensino Galego Semente
Galpom Social a de Rousmeri
Local Social Colectivo Terra
Local Social Faísca
Portal Galizalivre
Sociedade Cultural e Desportiva do Condado