A Galiza acumula mais do 9% dos acidentes laborais de todo o Estado espanhol, e este é um dos dados que apresentam da plataforma “Xustiza para Unai”, que se concentra hoje na Corunha, diante dos julgados. É este o dia que se pretendem dirimir as responsabilidades das empresas Repsol e Nervión na morte do jovem trabalhador Unai Martínez. Aconteceu na refinaria da cidade herculina em março do ano 2022. A mobilizaçom continuará à noitinha diante da sede da transnacional.

A maioria dos acidentes laborais passam desapercebidos, e quando causam morte, motivam no máximo umha pequena nova nos jornais. No caso de Unai Martínez, o movimento social da Corunha evitou que a morte ficasse no anonimato, e assinalou a mais que habitual responsabilidade empresarial na perda de vidas. A sexta 18 de outubro vai ser aproveitada pola plataforma “Xustiza para Unai” para reclamar direitos e segurança laboral, e para que a empresa carregue com a responsabilidade penal do acontecido ao trabalhador. Unai, siareiro deportivista, participante de mobilizaçons do antifascismo e do independentismo, tinha um amplo círculo social no país que agora insiste em reclamar justiça. Este círculo, e todas as pessoas preocupadas com os direitos da classe trabalhadora, mobilizam-se na manhá de hoje diante dos julgados da Corunha, e às 20h da tarde diante da refinaria.

Versom oficial e cumplicidade empresarial

Em setembro de 23, representantes de Nervión e Repsol declararam pola morte de Unai nos julgados da Corunha, insistindo numha linha argumental inculpadora do próprio trabalhador falecido, a mesma linha que figura num informe que a central nacionalista CIG se negou a assinar.

A comissom de investigaçom, amparada pola empresa, participada por técnicos e por responsáveis das burocracias sindicais espanholas, apontou que a morte de Unai se deveu a um “incumprimento dos protocolos, ao abrir de maneira ‘nom autorizada’ a tapa dumha tubagem”, o que levou a inalar gas residual. O sindicalismo nacionalista e o movimento “Xustiza para Unai” negárom desde o primeiro momento esta versom. Para a CIG, a morte foi outra mostra da “falta de formaçom e precariedade” nas subcontratas. A plataforma, por seu turno, aponta que “foram dous encarregados de Repsol, para poupar gastos, os que decidírom mandar um trabalho que estava programado para a terça seguinte e para outra empresa.” Fôrom estes mesmos responsáveis os que obrigárom Unai e outro companheiro, que puido salvar a vida, “a realizar um trabalho para o que nom tinham autorizaçom e sem medidas de segurança”. “Xustiza para Unai” denuncia aliás a carência de meios no lugar, e o facto de nom haver médicos nem ambuláncia medicalizada. Ante a demora dos serviços de emergência, recorda a plataforma, foram os próprios companheiros os que realizárom a reanimaçom.

Mobilizaçom constante

A plataforma “Xustiza para Unai” tem desenlvolvido inumeráveis atividades desde os seus inícios. Com a ideia força da denúncia do “terrorismo patronal”: concentraçons diante dos julgados quando declararam responsáveis empresariais, desdobramento de faixas em pontes e estádios de futebol, reparto de propaganda de rua, concertos e ediçom de material solidário com o rosto de Unai, acompanhando simbologia deportivista, patriótica e antifascista.

Para reforçar a convocatória de hoje, a plataforma vem de espalhar nas suas redes sociais um video que recolhe algumhas das suas açons de rua.